domingo, 29 de agosto de 2010

Derrotar ou não derrotar Aécio – eis a questão



Não é que em Minas vá ocorrer exatamente a mãe de todas as batalhas, mas ela será auxiliar importantíssima. O objetivo maior do governo petista é derrotar de vez o tucanato paulista – e isso de certa forma já aconteceu, porque ninguém em sã consciência pode considerar que Alckmin, mesmo que vença a eleição para Governador de São Paulo, seja capaz de liderar qualquer coisa. E se Mercadante conseguir vencer, aí mesmo é que não sobrará pena sobre pena.
Em Minas, a situação é outra. Ao se desvencilhar do tucano manco Serra e seu séquito, Aécio conquistou o direito de ser o grande líder da próxima oposição de centro-direita ao Governo Dilma. Ele ajuda a minar a liderança paulista e criará um novo eixo de poder oposicionista que deverá se concentrar entre Minas e o Nordeste. Será tarefa de Aécio recuperar os restos mortais de tucanos e demos e tentar atrair PP, PTB, além de parte do PMDB e do PSB (que deverá ficar dividido em função da disputa entre Eduardo Campos e Ciro Gomes). Não seria o caso, então, de cortar o mal pela raiz e acabar também com Aécio? Na minha opinião, seria um movimento de alto risco. Ao avançar contra Aécio, Lula estaria reaproximando Minas e São Paulo, dando mais fôlego a esse eixo cambaleante. Além disso, estaria matando o voto “dilmasia”, essencial para a vitória consistente de Dilma em Minas. Por último, em política nem sempre é bom humilhar a oposição enfraquecida – melhor é ter condições de escolher o próximo campo de batalha. Aécio e seu Anastasia deverão ser poupados, porque São Paulo é o foco. Minas não será a mãe de todas as batalhas, mas será barriga de aluguel.
Nota: ilustração adaptada de charge do Chico