quinta-feira, 11 de novembro de 2010

G-20: Lula, Hauser e Macunaíma


Quando ouvi Lula, no palco do G-20, criticando os Estados Unidos e dizendo “Todos por todos e Deus por todos”, não pude deixar de lembrar a frase de Macunaíma, “Cada um por si e Deus contra todos”, que chegou a virar título de filme do alemão Herzog, “Jeder für sich und Gott gegen alle” (em português ficou “O Enigma de Kaspar Hauser”). Como Macunaíma, Lula é um herói brasileiro. Mas, atenção, não é anti-herói, muito ao contrário. Ele é herói porque soube trazer o povo para o primeiro plano, colocou nosso país em foco no cenário internacional. Percebeu que, como Kaspar Hauser, o povo mais pobre sofria de profunda exclusão social e se dedicou a tentar um final feliz para esse problema. Lula ampliou horizontes, não apenas para o brasileiro – pôs em cena também a América Latina, a África, os mais pobres do mundo inteiro. Não aceitou o “cada um por si” da política americana e levou alternativa viável para o pastelão cambial. Não foi à toa que, nas últimas eleições, o que prevaleceu foi “Lula por todos? Todos por Lula”.