terça-feira, 13 de setembro de 2011

It’s the unemployment, stupid!


Obama herdou o pior dos mundos possíveis para um presidente americano. O país todo-poderoso no centro de uma crise econômica internacional, recessão, conflitos armados pipocando por toda parte, e pior ainda – a autoestima da população em queda livre. A descrença com o presidente – e os políticos de um modo geral – atingiu níveis altíssimos, e a reeleição do fenômeno eleitoral Barack Obama entrou em área de alto risco. Afinal, como satisfazer os milhões de novos (e futuros) desempregados de uma sociedade que aparentava ser imune às desgraças do mundo moderno?
Mas parece que Obama encontrou o rumo para dar a volta por cima na próxima eleição. É verdade que está sendo favorecido pelo fato de o Partido Republicano não contar ainda com nenhum nome eleitoralmente forte nem com respostas para a crise que eles mesmos, os republicanos, criaram, com seu neoliberalismo extremado e sua geopolítica troglodita. Já é possível perceber que Obama coloca de volta nos braços da oposição o fardo econômico que carrega desde que assumiu o governo. Usou a discussão sobre o teto do endividamento público para demonstrar que os republicanos estão sendo intransigentes em questões econômicas por motivos puramente eleitoreiros. Aproveitou o pânico generalizado com o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos, com a crise europeia e com os índices recordes de pobreza (15,1%) e de desemprego (9,6%) para fortalecer suas propostas de recuperação da economia. E finalmente apresentou um plano mais ousado de combate ao desemprego, colocando os republicanos em uma saia justa: ou eles apoiam o plano – e com isso ajudam Obama; ou eles não apoiam – e com isso assumem o ônus de não combaterem o desemprego e igualmente ajudam Obama. Consegue dessa forma que a crise tenha nome (desemprego) e sobrenome (republicanos). A melhor equação para a reeleição.