Contradições do discurso pessebista apontadas pela Folha (clique na imagem para ampliar)
Interessante esse programa do Eduardo Campos veiculado ontem em cadeia nacional. Interessante em primeiro lugar pelo desequilíbrio. A produção, por exemplo, está bem correta, mas às vezes faz umas imagens ridículas, como uns closes do nariz do Eduardo Campos, usados obviamente para edição de falas.
A conceituação é bem esperta. Começa, corretamente, dirigindo-se à classe média, digamos, mais festiva, lembrando a união da sociedade contra a ditadura – e o PSB procura se denominar como “herdeiros da esquerda democrática”. Mais adiante, o programa muda o foco, passa a dirigir-se, mais espertamente ainda, à nova classe média (daí o slogan “passo adiante”). Aqui mostra que seguiu o conselho de Fernando Henrique dado em abril de 2011 ao próprio partido, ainda sob o impacto da derrota diante de Dilma, para “priorizar as novas classes médias, gente mais jovem e ainda não ligada a partido nenhum e suscetível de ouvir a mensagem da socialdemocracia”. Nessa época, comentei aqui esse artigo de FHC (O Papel da Oposição): “Ele está apostando nas parcelas da nova classe média que vão procurar se adequar a novos valores, esquecer que um dia já foram povão”.
O programa tem algumas barbaridades, como a fala de Rollemberg, que procura assumir os louros da conquista dos trabalhadores e trabalhadoras domésticas – uma proposta da deputada petista Benedita da Silva. Ou ainda as várias contradições, como as apontadas pela Folha: critica a política federal para a educação, mas no governo de Eduardo Campos a rede escolar estadual tem avaliações inferiores à da média nacional; o PSB se diz defensor de alianças, mas em 2012 rompeu aliança com o PT para lançar candidato próprio à prefeitura de Recife; é contra o nepotismo, mas o governo pernambucano conta com parentes do governador. E por aí vai. Mas o que mais me surpreendeu negativamente foi o desempenho de Eduardo Campos. Na verdade, já tinha notado que ele é fraco, mas que isso poderia ser corrigido. Não foi, e ele ficou horrível. Não passa verdade na sua cara. Tem sempre um sorriso falso estampado, olhos meio esbugalhados, um conjunto nada convincente. Acentua algumas frases, com um desenho esquisito da boca. O Aécio, por exemplo, nessas inserções recentes, apareceu muito melhor que ele. Gostei da sua frase final: “É hora de fazer o Brasil crescer para, juntos, ganharmos 2013”. Além de servir para driblar a lei eleitoral, ela traz uma verdade para o próprio PSB: aliado de Dilma, obviamente ganha 2013; separado, vai perder feio em 2014.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
No programa eleitoral do Eduardo Campos o pior foi o Eduardo Campos
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