sexta-feira, 19 de abril de 2013

O vice-versa de Serra e Campos




Esse novo partido, o MD, nascido da fusão do PPS e do PMN - mas com focinho tucano -, é o elo da aliança de José Serra (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Com 13 deputados federais, 58 estaduais, 147 prefeitos, 2.527 vereadores e a permissão para atrair insatisfeitos com outras siglas, o MD poderá servir, em primeiro lugar, como instrumento de chantagem de Serra contra o PSDB. Ameaçando mudar de partido, ele teria mais cacife para ser escolhido candidato ou a Presidente ou a Governador de São Paulo pelos tucanos. Difícil, muito difícil, praticamente impossível.
Por outro lado, o MD poderia ser o partido alternativo para Serra candidatar-se tanto a Presidente quanto a Governador de São Paulo. Difícil? Nem tanto. Principalmente contando-se com uma aliança com o PSB de Eduardo Campos. Em São Paulo seria praticamente natural. Para a Presidência, poderia ser em um hipotético segundo turno.
2018 é mais uma face dessa aliança. Ou desaliança, já que Serra e Campos poderão se chocar na disputa pela liderança das oposições. Ou não. Poderiam fortalecer ainda mais a aliança para um segundo turno ou, quem sabe, poderiam um ser vice do outro. Será? Quase impossível.
Há muitos vices e muitas versões nesse vaivém partidário. A face verdadeira dessa questão é a economia. A oposição inteira aposta no fracasso da política econômica de Dilma. É uma aposta baseada principalmente em desejo (é sintomático que os investidores locais tenham apostado em alta maior para a taxa Selic, enquanto os estrangeiros apostavam em menor, como ocorreu nessa última alta). Com a aprovação recorde que vive Dilma, basta a economia se manter como está para que ela vença as eleições de 2014 no primeiro turno. Com o cenário de um crescimento razoável, inflação sob controle e aumento da oferta de emprego, à oposição só resta treinar para 2018. Sem chances de vice-versa.