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sábado, 11 de fevereiro de 2012

O estilo “miguelito” ajuda a inflar as greves?


Tempos atrás participei da organização de várias greves, em um grupo político de esquerda ou como diretor da CUT. Uma das que lembro, com grande sucesso pela mobilização, foi a greve do Arsenal da Marinha, em 85, a famosa “Greve dos Mascarados”. Acredito que tenha sido a única realizada pelos trabalhadores do Arsenal da Marinha, com seus piquetes feitos à distância, porque se tratava de área de segurança nacional. Nas discussões sobre como agir, sempre havia sugestões do tipo “vamos espalhar miguelitos por toda parte!”, ou seja, parar a cidade com aqueles pregos de 4 pontas que furam pneus de carros. O bom senso acabava prevalecendo, porque é importante que a população apoie, ao invés de reagir contra a greve.
Foi principalmente na conquista da simpatia popular que os policiais falharam dessa vez. Acreditaram que poderiam repetir o que os bombeiros do Rio fizeram no ano passado e, com essa ideia na cabeça e uma arma na mão, tentaram fazer imensa mobilização nacional. Foram ingênuos, deixaram-se levar por politiqueiros excitados com a chance de faturar mais uns votinhos logo no início desse ano eleitoral. O primeiro erro foi a escolha do momento pré-carnavalesco. Ameaçar a realização da festa do povo? Onde já se viu fazer uma escolha dessas!?! Isso deixou o país inteiro em pânico - o folião, os pequenos comerciantes, os blocos e escolas de samba, a indústria do turismo, a TV Globo, por aí vai. Outro grande erro foi o estímulo ao vandalismo. Queimar caminhão para bloquear estradas é pior do que “miguelito”. As dezenas de assassinatos que surgiram de uma hora pra outra foram aterrorizantes – mães impedindo que os filhos fossem à escola, amigos organizando grupos para saírem à rua com mais segurança, o medo lado a lado com a população. Os tiros contra bancos, viaturas da polícia e emissoras de TV também foram inteiramente desnecessários. O terceiro grande erro foi o de organização, com seus líderes deixando-se grampear facilmente, parecendo estagiários de vigia.
Do outro lado, vimos os governos federal e estaduais extremamente atentos e eficientes. Souberam informar corretamente e venceram logo de cara a guerra das percepções. Aquela onda vermelha e romântica dos grevistas do ano passado transformou-se rapidamente em nuvem negra, ameaçadora, indesejável. Lideranças atrás das grades e um movimento frustrado, que não conseguiu acrescentar nada ao soldo/salário de cada um. A greve dos policiais/bombeiros fracassou e deixou pelo menos duas lições. A primeira reafirma que, para ter sucesso, a greve primeiro tem que vencer a guerra de percepções. A outra deixa claro que os problemas na área de segurança são bem maiores do que a simples reposição salarial, exigem, na verdade, reposição da política nacional de segurança. Que país é esse que, no lugar de uma polícia única e eficiente, tem em cada estado duas polícias em conflito entre si? Que país é esse onde parte da polícia é militar? Investir em uma polícia única em cada estado, que seja civil, que seja eficiente e que esteja a serviço da população – é por esse objetivo que nossos políticos devem lutar. A boa remuneração dos policiais é praticamente consequência natural.
Quanto aos grevistas, é bom aprender de uma vez por todas que esse estilo “miguelito” que só faz agredir a população é sempre uma furada.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Policiais do Rio acertam a operação

Dessa vez os policiais civis foram mais eficientes do que no Complexo do Alemão: suspenderam a ameaça de greve durante o PAN-2007. A imagem deles estava ficando bem arranhada com o que foi chamado de "greve chantagem". Perceberam que não valia a pena transformar o PAN em pânico. Agora, terão muito a ganhar.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Chama o ladrão

O estrategista dos policiais civis do Rio de Janeiro errou feio quando marcou a greve da categoria para as vésperas do PAN 2007. Depois das ações policiais no Complexo do Alemão, a categoria vivia um momento raro de lua de mel com a população carioca, principalmente a classe média conservadora da Zona Sul. Agora eles voltaram a ser vilões, porque os estrategistas do governo foram mais rápidos. Num piscar de olhos, as suas reivindicações (que devem ser justas, creio) passaram a ser coisa de chantagistas. O próprio Governador Sérgio Cabral disse isso. E até o Elio Gaspari tratou do assunto ("Os chantagistas ameaçaram o Pan"). Tazvez seja o caso de contratar os serviços de marketing do povo do "Alemão"...