quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Eleições no Rio: a ameaça de Sérgio Cabral é pra valer?
Como já disse aqui, a ameaça do Governador Sérgio Cabral (Rio de Janeiro, PMDB) de deixar o cargo para candidatar-se a Prefeito do Rio foi brilhante. Permitiu que ele voltasse a ser o ator principal das negociações políticas que estavam sendo feitas. Baixou a bola do ex-Governador Garotinho (PMDB) e acalmou a ira petista. As perguntas que se faziam eram: 1) será que ele estava falando sério? 2) Ele sabia ou não sabia do acordo que estava sendo feito entre o Deputado Picciani (PMDB), o Prefeito César Maia (DEM, ex-PFL) e Garotinho? - e, se sabia, por que essa virada no discurso? Acho que Sérgio Cabral está falando sério. Mas não será necessário cumprir a ameaça. O que ele falou já foi suficiente para anular o acordo em curso e buscar-se outra solução para o imbroglio que se fez na escolha do candidato peemedebista para a Capital. Por outro lado, duvido que ele não soubesse do acordo, nos mínimos detalhes (como, aliás, acusa César Maia). Interessava estrategicamente ao PMDB local, que ganharia apoio em Nova Iguaçu (contra o petista Lindberg) e apoio para 2010 (talvez contra o próprio Lindberg) na eleição (ou reeleição) para governador. Mas os resultados do acordo saíram do seu controle. Que passou a significar enfraquecimento de Sérgio Cabral, fortalecimento de César Maia, Garotinho e Picciani e, por fim, oposição radical a Lula. Caso Sérgio Cabral não tomasse uma atitude contra o acordo, o seu governo começaria a fazer água. A sua ameaça, inesperada, teve a contundência que o momento merecia. As negociações voltaram à estaca zero, mas agora com uma nova condição: oposição a Lula está fora de cogitação.
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