Faz tempo que venho apontando que a chapa majoritária da aliança PMDB-PT no Rio é formada por Sérgio Cabral e Pezão (ambos do PMDB) para Governador e Vice, com Benedita (PT) e Picciani (PMDB) para as duas vagas do Senado. Falou-se muito que Lindberg (PT) tinha-se pré-candidatado a Governador para poder negociar a vaga de Senador, mas essa alternativa (se é que passou por sua cabeça) está longe de acontecer. E os motivos são pelo menos três:
1) Político. Lindberg pretende projetar-se para ser Governador do Rio e depois Presidente da República. Até aí, tudo bem, é natural. Todo político, mal se elege Vereador, já pensa na Presidência - o que é até louvável. O problema é que o projeto de Lindberg parece muito mais ser pessoal do que partidário. Sua ambição, no momento, parece estar acima da eleição da Dilma, já que ignora a aliança do PT com o PMDB no Rio (existe um alerta na campanha presidencial sobre o assunto). E isso – que interfere também na re-eleição de Sérgio Cabral – o Planalto não perdoará.
2) Eleitoral. Mesmo com Garotinho e César Maia tentando inflar sua candidatura (o que é compreensível), Lindberg está longe de acompanhar Benedita em intenções de voto. Pelas pesquisas de que fui informado, Benedita está sempre na faixa de 23% para cerca de 30%, dependendo do cenário, enquanto Lindberg tem dificuldade em alcançar dois dígitos.
3) Pessoal. Sérgio Cabral tem mais afinidade com Benedita. Tem inclusive uma gratidão muito grande pelo que ela fez por sua campanha, participando diretamente nas ruas, mesmo com o pé engessado. Ele chegou a comunicar pessoalmente esse sentimento a Lula.
Os mais insatisfeitos com essa notícia são Garotinho (que apostava na não-aliança PT-PMDB para garantir segundo turno) e César Maia (que fica mais distante ainda de se eleger a cargos majoritários). Desvendado o principal nó da aliança, o importante agora é correr pras urnas.