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sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Bye-bye, Tereza

A jornalista Tereza Cruvinel escreve hoje sua coluna de despedida. Ela sai das Organizações Globo para entrar na TV Pública, como presidente. Parece uma boa escolha. A partir de agora, ela também tem novo papel. Torna-se um dos alvos prediletos, ao lado de Franklin Martins e Helena Chagas, do Prefeito César Maia. Segue a íntegra da despedia de Tereza Cruvinel:
Desta janela vi a passagem dos últimos 20 anos da história política contemporânea. Registrei, observei, tentei compreender e compartilhar a compreensão dos fatos que se sucederam: uma fieira luminosa de círios, uns sendo apagados pelos outros, marcando a trilha da nova democracia brasileira. Deixo este nobre espaço que O GLOBO me confiou para enfrentar um novo desafio profissional, a construção da rede pública de televisão. Quando comecei a escrever aqui, os tempos eram difíceis na política, mas, ainda que não pareça, hoje são melhores.Também por isso, no rito de passagem que esta última coluna expressa, a gratidão pelos ganhos e pelas realizações é maior que o sentimento de perda, próprio das separações. No jornalismo político vi a agonia da ditadura, seu estertor diante das palavras de ordem por anistia e liberdades democráticas. Na campanha das Diretas, a emergência do povo, que seria derrotado pelo Congresso na noite de 25 de abril de 1984. Estive ao lado do grande Timoneiro da Travessia, Ulysses Guimarães, na hora de seu choro. Pela democracia, jornalistas também podiam chorar. A redenção viria com o apoio popular à eleição indireta de Tancredo. “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.” Chico Buarque deu-nos o refrão cantado na Esplanada embandeirada, naquela noite de 15 de janeiro de 1985. Uma nova perda viria com sua doença e morte, mas o sonho democrático era grande e forte. Avançamos no aprendizado da democracia com José Sarney, com a remoção do entulho autoritário, expressão esdrúxula para os mais jovens: restos institucionais da ditadura atravancando o caminho. Com Ulysses, a Constituinte erige o primado da liberdade e da cidadania. E, ainda que tenha produzido um texto equivocado em muitos pontos, deunos as tábuas da democracia, intocáveis nas suas cláusulas pétreas. Na curva, uma nova provação. O governo do primeiro presidente eleito traz a primeira decepção de natureza ética, propiciando o mais severo dos testes para as instituições da nova democracia: seu afastamento pelo impeachment, dentro da lei e da ordem. Fomos aprovados. A imprensa travara o bom combate. Um governo de transição e ampla coalizão como o de Itamar Franco cria as condições para a morte do dragão da inflação. O Plano Real nos leva aos oito anos com Fernando Henrique Cardoso, seu esforço para assegurar a estabilidade numa conjuntura de instabilidade externa. O tempo pede reformas do Estado, que elevam as tensões políticas. O sistema político traz desafios para a governança, as mazelas políticas começam a aparecer, mas a marcha democrática segue.As instituições se consolidam e a liberdade de imprensa vige em pleno viço. A eleição de Lula, por sua origem e trajetória, será mais que uma alternância no poder. Será prova de uma permeabilidade social e de uma disposição mudancista do povo brasileiro que surpreendeu o mundo. Neste quinto ano com Lula, a economia esbanja saúde, há um vento de crescimento, mas o que se destaca, e o que deve ficar como legado, é o investimento maciço no combate à pobreza, na redução da desigualdade social mais escandalosa que todos os escândalos. Os indicadores socioeconômicos alcançam suas melhores marcas históricas, num processo iniciado no governo anterior e acelerado com o aumento dos investimentos. A percepção dessas mudanças sociais vem sendo obscurecida pelo mau tempo na política. Com a dessacralização ética do PT no primeiro mandato e a repetição dos escândalos no segundo, atingindo sobretudo o Congresso, a política é jogada num descrédito ímpar depois da transição. A democracia representativa está em crise no mundo, embora isso não nos console nem deva atenuar as exigências. Não creio, apesar de tudo, que só tenhamos piorado na política. Nunca estivemos livres das mazelas da política.Elas já foram até maiores. As mudanças e transformações da sociedade é que melhoraram nossa percepção delas: a velocidade das comunicações combinada com a liberdade de informação arrancou as velhas cortinas do sistema de poder. Os velhacos e as velhacarias são expostos. São fortes sintomas de que o sistema político está exausto, já não responde às necessidades. Por isso a discussão da reforma política teve sempre abrigo na coluna. Todo este desnudamento traz muita indignação, e isso é saudável. Propicia a busca de diagnósticos e de soluções. Por tudo, não creio que pioramos. No trato diário dos problemas políticos, busquei sobretudo oferecer a mais correta interpretação dos fatos, oferecer elementos para que o leitor-cidadão forme sua opinião. Devo ter cometido erros, mas creio ter feito um saldo maior de acertos. Foi um tempo riquíssimo, irrepetível. Sou grata a todos que, nas Organizações Globo, proporcionaram-me tão privilegiado exercício do jornalismo. Pelos primeiros tempos, os de aprendizado para uma jovem repórter, à memória de Dr. Roberto Marinho e à de Evandro Carlos de Andrade. A Carlos Lemos, quando diretor em Brasília, pela persistência em manter-me na coluna. A João Roberto Marinho, pelo compromisso com o pluralismo, que assegurou minha longa permanência. A Rodolfo Fernandes, amigo antes de diretor de Redação, pelo estímulo, apoio e compreensão, sempre, inclusive na saída. A Alice Maria, pela experiência televisiva tardia na Globonews. Sou gratíssima a todos os leitores de todos os tempos. Aos muitos amigos que ganhei e levo comigo, e homenageio na pessoa ímpar de Jorge Moreno, que para cá me trouxe um dia. Boa sorte ao Ilimar Franco na coluna que fará aqui. Até sempre, a todos os colegas desta grande escola de jornalismo que é O GLOBO.

sábado, 18 de agosto de 2007

Ancelmo Gois e O Globo chegam tarde à notícia sobre a sede da TV Pública

O Globo de hoje (dia 18) diz que a escolha da sede da TV Pública no Rio, "foi revelada por Ancelmo Gois em sua coluna ontem (dia 17)". Não é verdade. A escolha foi revelada por Ottoni Fernandes Jr., secretário-adjunto da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, no dia 14, na conferência de abertura do 7º Congresso Brasileiro de Comunicação no Serviço Público, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo. Depois, como notícia de primeira mão, foi divulgada pelo "Jornalista & Cia" (edição 604) no dia 15 e reproduzida, no mesmo dia, aqui neste Blog ("Sede da TV Pública será no Rio"). Mais uma vez a grande imprensa chega tarde e nem percebe.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Sede da TV Pública será no Rio

Notícia publicada hoje no "Jornalista & Cia" (edição 604):
Ottoni Fernandes Jr., secretário-adjunto da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, afirmou na noite desta 3ª.feira, 14/8, na conferência de abertura do7º Congresso Brasileiro de Comunicação no Serviço Público, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, que a sede da Rede Pública de TV / TV Brasil (o nome que ainda não foi definido) será mesmo no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada, segundo ele, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e defendida pelo ministro Franklin Martins. Uma das razões da escolha do Rio de Janeiro para cabeça de Rede é a distância em relação ao poder central, o que, na visão deles, deverá conferir maior liberdade e independência às decisões da organização. Ottoni falou também sobre os trabalhos para a fusão das estruturas da Acerp (a associação controladora da TVE), que é homogênea, e a da Radiobrás, mais fragmentada, ambas resultando no que deve se chamar Sistema Público de Informação. Garantiu que não haverá demissões, devendo todos os cerca de 1.400 empregados serem aproveitados na estrutura em construção. Afirmou ainda que está nos planos a criação de uma ouvidoria, para dar voz e poder de crítica à sociedade, e disse que a troca de conteúdo entre as várias tevês públicas do País, como as universitárias, as legislativas e as educativas, será estratégica tanto na qualificação da programação quanto na viabilidade econômica do projeto. Ottoni revelou ainda que estão sendo estudadas várias alternativas em termos de geração de recursos para a nova tevê pública, entre elas doações diretas da sociedade, patrocínios institucionais, venda de conteúdo e venda de serviços. O governo não quer que o projeto dependa apenas de verbas oficiais e também não aceitará a venda de espaços publicitários, devendo as receitas neste campo advirem exclusivamente de inserções institucionais. O anúncio de que o Rio vai sediar a emissora foi feito diante dos 200 presentes à solenidade de abertura do 7º Congresso, evento que vai reunir, até a próxima 5ª.feira, 16/8, cerca de 400 participantes.

quinta-feira, 29 de março de 2007

Vem aí a nova BBC - "Brazilian" Broadcasting Corporation

Na posse do novo Ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, Lula disse que quer uma TV pública educativa capaz de fazer o que a TV privada não faz, que tenha profundidade. Não pode ser chapa branca, "porque enche o saco" - mas que seja capaz de passar informação "sem pintá-la de cor de rosa, mas também sem pichar". O futuro Ministro espera lançar a TV pública ainda este ano e disse que ela deverá seguir um modelo parecido com o da BBC - British Broadcasting Corporation. Que seja bem-vinda.