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sábado, 4 de agosto de 2007

Jornal não vende informação

Não li o livro "Os Jornais Podem Desaparecer?", de Philip Meyer, mas li a resenha de hoje na Folha (Notícias do futuro), feita por Carlos Eduardo Lins da Silva (livre-docente e doutor em jornalismo pela USP e mestre em comunicação pela Michigan State University, diretor de relações institucionais da Patri Políticas Públicas). O livro parece ser muito bom (a resenha classifica como ótimo, o mais relevante dentro do tema), tratando de um assunto cada vez mais polêmico: o jornal impresso vai ou não vai desaparecer? O autor parece ser bem meticuloso, sério, conhecedor do assunto. Mas o que mas achei interessante foi a sua tese de que "o jornal não vende informação, mas influência. Se o seu poder de influenciar cresce, aumenta também o seu valor de mercado". Segundo Meyer, que faz uma análise detalhada dos erros de 5.100 textos jornalísticos e de como eles foram encarados pelos leitores, "os erros que mais abalam a imagem do jornal não são aqueles que mais aparecem nas correções públicas que os jornais admitem (ou seja, os erros objetivos). São os erros subjetivos (decorrentes de má avaliação, contextualização equivocada, interpretação incorreta dos fatos, sensacionalismo, exagero, enviesamento) que minam a credibilidade". Para Meyer, "a questão é como os jornais querem subsistir, o quão socialmente relevantes eles querem ser para as próximas gerações". E alerta: "Se quiserem influir de fato na sociedade, os jornais terão de apostar na qualidade". Em outras palavras, Meyer aconselha os jornais a não fazerem o que a nossa grande mídia anda fazendo ultimamente.

sexta-feira, 2 de março de 2007

O DIA CAIU NO REAL

O jornal O Dia abre sua edição de hoje anunciando a redução do seu preço de banca de R$ 1,50 para R$ 1,00. Logo na capa dá sua explicação. Começa atacando o velho capitalismo, passa a mão na cabeça do capitalismo moderno e conclui que "este 2 de março marca para o Grupo O Dia de Comunicação o seu definitivo ingresso neste conjunto de companhias que produzem a baixo custo, asseguram a empregabilidade de seus funcionários e tornam de fácil alcance para a sociedade o que produzimos em nossas rotativas, rádio e mídia eletrônica". Falando claro, O Dia está tendo que se adaptar aos novos tempos, onde as novas tecnologias estão inviabilizando os formatos tradicionais das empresas de comunicação. No início de fevereiro, por exemplo, o jornal The New York Times reconheceu perdas de 814,4 milhões de dólares na empresa (em função principalmente de outros jornais do Grupo, o Boston Globe e o Worchester Telegram & Gazette) e acusou a política de comercialização publicitária e a migração de leitores para a Internet. Também em fevereiro a BBC Brasil divulgou reportagem em vídeo sobre a distribuição gratuita de jornais nas ruas de Londres ("Jornais gratuitos invadem ruas de Londres"). Tudo isso serve para deixar bem evidente, em todas as linhas (ou sons, ou frames, ou pixels), que o mundo da comunicação já começou uma revolução extraordinária que está nos lançando - perdão pelas palavras - a um admirável mundo novo (vislumbrado muito mais por McLuhan do que por Huxley). Joost, I-phone, YouTube, YouChoose, é isso que está forçando jornais como O Dia a se reformularem. Que O Dia e todos os que são cristãos novos sejam bem-vindos ao mundo real.