sexta-feira, 2 de março de 2007

O DIA CAIU NO REAL

O jornal O Dia abre sua edição de hoje anunciando a redução do seu preço de banca de R$ 1,50 para R$ 1,00. Logo na capa dá sua explicação. Começa atacando o velho capitalismo, passa a mão na cabeça do capitalismo moderno e conclui que "este 2 de março marca para o Grupo O Dia de Comunicação o seu definitivo ingresso neste conjunto de companhias que produzem a baixo custo, asseguram a empregabilidade de seus funcionários e tornam de fácil alcance para a sociedade o que produzimos em nossas rotativas, rádio e mídia eletrônica". Falando claro, O Dia está tendo que se adaptar aos novos tempos, onde as novas tecnologias estão inviabilizando os formatos tradicionais das empresas de comunicação. No início de fevereiro, por exemplo, o jornal The New York Times reconheceu perdas de 814,4 milhões de dólares na empresa (em função principalmente de outros jornais do Grupo, o Boston Globe e o Worchester Telegram & Gazette) e acusou a política de comercialização publicitária e a migração de leitores para a Internet. Também em fevereiro a BBC Brasil divulgou reportagem em vídeo sobre a distribuição gratuita de jornais nas ruas de Londres ("Jornais gratuitos invadem ruas de Londres"). Tudo isso serve para deixar bem evidente, em todas as linhas (ou sons, ou frames, ou pixels), que o mundo da comunicação já começou uma revolução extraordinária que está nos lançando - perdão pelas palavras - a um admirável mundo novo (vislumbrado muito mais por McLuhan do que por Huxley). Joost, I-phone, YouTube, YouChoose, é isso que está forçando jornais como O Dia a se reformularem. Que O Dia e todos os que são cristãos novos sejam bem-vindos ao mundo real.