sábado, 10 de março de 2007
Encontro de Lula e Bush alcançou o "Ponto L"
Bush não esperava muita coisa de sua visita ao Brasil, porque está muito mais fazendo política anti-Chávez e anti-Mercosul. É verdade que a defesa do etanol e das energias alternativas, renováveis, faz bem ao seu marketing político interno, mas tudo ficava por aí mesmo. Quem se saiu bem nessa história foram o Itamaraty e o Presidente Lula. Tomados de surpresa pela decisão do périplo bushiano, conseguiram tranformar um limão azedo em gostoso caldo de cana. Bush foi surpreendido. Primeiro, por ter tido a política de subsídios americana rotulada de "nefasta", pelo próprio Lula. Foi surpreendido também pela tecnologia brasileira com relação ao álcool, que desconhecia, e teve que reconhecer o desconhecimento geral nos Estados Unidos sobre os carros "flex". Foi surpreendido ainda pela desenvoltura de Lula, que cobrou mais decisão no destravamento da "Rodada de Doha" e ainda disse claramente para Bush parar com essa história de "ajuda" e passasse a investir na América Latina. (Afinal, não somos apenas "repúblicas de bananas"; yes, nós temos bananas, canas, marmelos e todas as condições para trabalharmos uma nova matriz energética.) Mas o que o Brasil ganhou de verdade com a passagem maluca de Bush por essas bandas foi o marketing em dimensão internacional do nosso álcool e a projeção que o país conquistou como interlocutor de respeito. É por isso que podemos dizer que, mais do que alcançar o "Ponto G" (que poderia ser de "George"), o encontrou alcançou o "Ponto L", de Lula.
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