terça-feira, 13 de março de 2007

Garotinho não sabe traduzir a palavra trair

Garotinho e Rosinha, casal de ex-Governadores do Rio, do PMDB, disseram, segundo o jornal Extra de hoje, que foram traídos por Picciani (Presidente da Assembléia Legislativa do Rio) e Pezão (ex-Prefeito de Piraí e atual Vice-Governador do Rio, pelo PMDB). É como eles estão se sentindo, claro, por não terem tido apoio dos dois para que Garotinho ocupasse lugar na executiva do PMDB como representante do Rio, na disputa que houve no último domingo. Mas gostaria de pensar com eles o que isso significa. Traídos por Picciani? Impossível. Isso significaria confiança mútua anterior e duvido que em algum momento isso tenha ocorrido. Do mesmo modo que duvido que algum dia tenha havido confiança mútua entre Garotinho e Sérgio Cabral. Onde não há confiança, não há expectativa de não-traição. Traídos pelo Pezão? Isso seria uma possibilidade, já que sempre houve confiança mútua. Mas duvido que alguém tenha sido mais amigo, mais fiel e mais agradecido ao Garotinho do que o Pezão. Sempre fez questão de realçar o apoio que recebeu dos ex-Governadores na época em que era Prefeito e sempre teve admiração por eles. Mas Pezão tinha (e tem) vôo próprio. Ele não entrou na chapa majoritária do PMDB apenas pelo apoio de Garotinho. Sérgio Cabral, que já o conhecia há muitos anos, viu nele uma grande liderança para o Interior e uma cabeça moderna e dinâmica para dividir responsabilidades. Ele não era dependente de Garotinho. Tem sua própria visão de como trabalhar pelo Estado e tomou o seu caminho, com todo respeito e carinho. Onde há confiança mútua, não pode haver dependência nem submissão. Pezão, na minha concepção, não se submeteu nem traiu. Apenas seguiu caminho diferente. Se o caso ocorresse com o Deputado Federal Pudim (PMDB), extremamente amigo de Garotinho e Rosinha, a questão seria diferente. Não diria que Pudim seja submisso a Garotinho. Mas é dependente. Elegeu-se exclusivamente por causa do apoio de Garotinho, que empenhou-se de corpo e alma em sua vitória, conquistando muitos inimigos por causa disso. Se Pudim discordasse de Garotinho no último domingo, aí seria mais sério. Ele não seria apenas um traidor - seria um verdadeiro Brutus.