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A crise da Oposição
Na véspera da divulgação do PIB brasileiro no quarto trimestre do ano passado, ouvi o Presidente do PT, Ricardo Berzoini, dizer: “Amanhã deve ser divulgada a queda do PIB do quarto trimestre do ano passado. A mídia e a Oposição não vão falar de outra coisa. Claro que é um número ruim, mas, ainda assim, o índice geral é excelente e mostra um país bem preparado” (algo assim). A Oposição em crise, obviamente, vai tentar aproveitar tudo que pode dessa crise internacional. O DEM, através das inserções partidárias, do Ex-Blog de César Maia e de outros pronunciamentos, já está fazendo isso há algum tempo. O PSDB, por causa de dilemas táticos e divisões internas, ainda não conseguiu afinar o discurso anti-Lula através da crise, mas logo, logo, vai chegar lá, porque, por enquanto, não existe nada mais forte do ponto de vista político-eleitoral. O problema desse discurso é que ele pode se esvaziar logo ali, dobrando a esquina. A crise é ampla, intensa e difícil de controlar. Mas é difícil de acreditar que ela se prolongue o suficiente para derrotar Lula em 2010. Antes de radicalizar seu “discurso da crise”, tentando transformar marola em tsunami, talvez fosse o caso da Oposição ler atentamente o que disse ontem, na sua posse, o novo presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi:“O país tem uma capacidade de crescimento e o mercado interno é a grande apólice de seguro que o Brasil tem para ultrapassar a crise mundial. A confiança do Bradesco no crescimento do país vem da mobilidade social que o país tem. A emergência de classes sociais vai ser uma boa perspectiva para o futuro do país”.
Para ele, o Brasil vai sofrer menos que o resto do mundo. E é o que pensa também o presidente do Conselho de Administração do banco, Lázaro de Mello Brandão, que disse que é muito cedo para se falar em recessão:“Não estamos no pior dos mundos. Acho que no segundo semestre vamos inverter esse quadro de queda do PIB e o país voltará a crescer”.