O prefeito petista de Nova Iguaçu, Lindberg Farias, usou a técnica mais elementar de marketing para se projetar dentro do PT nos últimos meses: a escolha de Sérgio Cabral como o inimigo a ser vencido. Ao mesmo tempo em que com isso conquistou a simpatia do petista purista, do xiita antialiancista, daqueles que se sentem eternamente marginalizados, Lindberg definiu um perfil de rebelde, independente, aguerrido, disposto a vencer. Até certo ponto, a técnica deu certo, garantiu boa projeção política. Mas ele errou na dose, porque incorporou a necessidade de vencer a qualquer custo a disputa do PED – Processo de Eleições Diretas do PT, o que não aconteceu. Abalado pelo resultado e sem apoio de Lula, Lindberg correu em busca de sobrevivência – mas foi na direção errada. Foi buscar consolo em um acordo com Sérgio Cabral, exatamente aquele lhe serviu como inimigo no ano passado. Erro elementar de marketing. Esse acordo serve para desanimar seus seguidores e para desconstruir o perfil que elaborou com tanta dedicação. O “rebelde” ganha o peso de “irresponsável”, “precipitado”; o “independente” passa a ser “submisso”; o “purista” passa a ser “aliancista”. Lindberg sentiu o passo errado que deu e procurou nova direção, buscar novos “inimigos”. Meio no desespero, elegeu o “PT paulista” em primeiro lugar, e já busca outros. Acaba de eleger o Prefeito Alcides Rolim (também do PT) e seu município de Belford Roxo (vizinho de Nova Iguaçu) como novos inimigos por causa de disputa fronteiriça. Quem serão os próximos “inimigos” de Lindberg? Será que vai descobrir que está se tornando, ele próprio, o seu maior inimigo?
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Lindberg em busca de um inimigo
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