sábado, 19 de julho de 2008
Crise com o Irã: para felicidade geral do mundo, Bush amarelou
O jornal El País de hoje dá destaque à notícia de que os Estados Unidos enviaram "a su 'número tres' al encuentro UE-Irán". É um gesto que valoriza a opção da diplomacia para resolver o litígio com o Irã por causa da questão nuclear. De fato, o Governo Bush estava chegando a um perigoso ponto de não-retorno, quase provocando mais uma guerra, com resultados imprevisíveis para a humanidade. E não adianta jogar a culpa no "radicalismo islâmico". Quem mais contribuiu para o fortalecimento do Irã a ponto de possibilitar o enfrentamento à maior potência do mundo foi exatamente o Governo Bush. Ao provocar a alta vertiginosa do preço do petróleo, ele conseguiu enriquecer países produtores não aliados (o Irã é 4º maior produtor, o 4º maior exportador, o 2º em reservas - e é apenas o 15º em consumo) e ao mesmo tempo lançar os países aliados em grave crise provocada pelo custo da energia. Os Estados Unidos e a União Européia bem que tentaram o blefe das sanções contra o Irã por causa da usina nuclear. Mas o resultado foi zero. Hoje o Irã tem fortes acordos no comércio de petróleo com países como Malásia, Síria, Venezuela, China e muitos outros - o que evidencia que a capacidade americana de influenciar na política global de energia está diminuindo. Enquanto isso, o Irã prepara-se para a autosuficiência em gasolina (hoje, importa 1/3 de sua necessidades), para exportar gás para a Índia ("Gasoduto da Paz") e, quem sabe, também para a Europa. Hoje é um país com todas as condições de falar grosso nas mesas de negociação. Como diz Robert Bryce em seu artigo "Iran Rising", para o site Counterpunch, "o Irã pode ter sido o grande vitorioso dessa guerra do Iraque".
Marcadores:
Bush,
Counterpunch,
crise do petróleo,
crise energética,
El País,
invasão do Iraque,
Robert Brice