quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Ou Ciro seca Serra, ou seca sozinho


Na entrevista que deu ao Terra Magazine, ontem, o estrategista tucano Antonio Lavareda, analisando a pesquisa Sensus, declarou: "O que houve efetivamente foi uma transferência de votos de Ciro Gomes para Dilma", pois "as pessoas tomaram conhecimento de que é a candidata do presidente Lula". Claro que não foi só isso, mas ele tem certa razão, confirmando o que tenho dito no Blog. À medida que Ciro sai de cena, os seus votos migram para os outros adversários. Como ele faz parte do grupo “sim a Lula”, ele tende a perder votos para a ala mais forte do grupo, Dilma. Se ficar parado nisso, seus votos vão secar, ele se tornará inviável e desnecessário. Para crescer de forma consistente, terá que partir para cima dos votos do Serra. Ciro tem pelo menos três campos importantes para explorar: o nordestino paulista (mais próximo de Serra), a classe média do Sul-Sudeste (aquela parte que reage a Dilma, mas que não se sente inteiramente à vontade sob as asas tucanas) e o voto tucano mineiro (disposto a vingar Aécio). Não é uma tarefa fácil para Ciro diferenciar-se nesse clima plebiscitário e com poucos recursos, mas pode dar certo. Ele já lançou a ideia de que “um é passado (Serra), o outro é presente (Dilma) e eu sou o futuro”, que agrada principalmente à classe média. Se Ciro seguir firme, Serra talvez seque ainda mais do que já está secando.