sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Acordo Brasil-Estados Unidos-Irã


Os Estados Unidos sabem que não há como impedir o avanço do Irã no campo da energia nuclear. O Irã não é Iraque, portanto não dá para resolver a questão na base dos velhos "marines" de mãos dadas com os "Tony boys". Nem dá para investir muito nas sanções da ONU, de eficácia relativa, já que China e Rússia não permitirão unanimidade no Conselho de Segurança apoiando sanções mais rigorosas.
O que os Estados Unidos querem, acima de tudo, é garantia de paz e bons negócios na região (para poderem se dedicar ao Afeganistão). Para isso, procuram ter certeza absoluta de que o Irã não produzirá arma nuclear. Uma das formas de controle seria que o enriquecimento de urânio iraniano fosse feito através de outro país. Claro que China e Rússia não seriam confiáveis. Por razões opostas, Japão (que já se ofereceu) também não. O Brasil se encaixa feito luva no papel. O Brasil tem permissão da AIEA para enriquecimento de urânio a 20%, é um dos países a dominar a técnica, com tecnologia própria, e tem interesse no acordo – por questões comerciais e estratégicas. É natural que Israel chie um pouco, mas todos sabem que, hoje, o acordo via Brasil é a melhor solução. A mídia oposicionista também não aceita, chia sem parar. Mas é apenas uma mídia boba... (Embora não concorde inteiramente com seu teor, sugiro a leitura da coluna de Merval Pereira, publicada hoje no Globo, que reproduzo no post abaixo)