A maior preocupação da Oposição hoje, com as pesquisas, é o alto índice de desconhecimento de Dilma. As pessoas que sabem que ela é a candidata de Lula somente agora chegaram aos 59%. Quando chegarem a 70%, ela certamente já terá ultrapassado Serra. Essa reportagem que saiu no Globo de hoje, feita em Caetés, Pernambuco, dá bem a medida do que estou falando:
Oxente, essa não é a Olga?
Em Caetés, terra de Lula, Dilma é uma desconhecida, mas todos dizem votar em quem ele indicar
Letícia Lins e Isabela Martin, foto de João Luís
CAETÉS (PE) e ALTO SANTO (CE). Pré candidata do PT à Presidência, a ministra Dilma Rousseff não descola do presidente Lula nas viagens pelo país e lidera as pesquisas no Nordeste, mas será que o povo sabe quem é ela? Em Caetés, município onde Lula nasceu e obteve seu maior percentual de votação em Pernambuco (89,497%), moradores de áreas rurais e urbanas tiveram dificuldade de identificar a ministra em uma fotografia mostrada pelo GLOBO, que abordou aleatoriamente moradores da terra do presidente. A petista foi confundida com a mãe do governador Eduardo Campos (PSB), com uma exservidora do posto de saúde e até com Marisa Letícia, mulher de Lula.
— Oxente, essa não é a Olga? A boca é igual à de Olga. Ela é de onde? Acho que é Olga mesmo...
As tentativas de identificação, carregadas de incertezas, são de Corina Guilhermina da Silva, de 78 anos, a Tia Corina, parente de Lula que ficou conhecida na campanha presidencial de 2006 por ostentar grande fotografia do então candidato à reeleição na fachada de seu casebre e ser proprietária de um sítio onde Lula brincava quando criança. Corina, que tem diabetes, teve as pernas amputadas e vive na área urbana de Caetés, cidade que era distrito de Garanhuns quando Lula era criança.
Ela confundiu Dilma Rousseff com Olga Chagas, ex-enfermeira do posto de saúde em Caetés onde Corina era atendida. Ao lado de Corina, a neta Ruth Pereira da Silva, de 20 anos, diz conhecer a mulher da foto.
— Agora esqueci o nome dela...
Ah, lembrei, é Marta Suplicy! De 45 pessoas abordadas em Caetés — entre lavradores, pequenos proprietários, pedreiros, comerciantes, ambulantes, servidores públicos — só oito identificaram a ministra, em abordagens feitas no campo, em obras, num restaurante, em um mercadinho e no meio da rua. Todos, porém, mesmo desconhecendo a ministra, disseram que vão votar nela quando apontada como a candidata do presidente.
Já o pré-candidato do PSDB, o governador paulista José Serra, é mais conhecido.
Em fotografia do mesmo tamanho da foto da ministra, foi identificado por 28 das 45 pessoas ouvidas, mas só uma confirmou que votaria nele.
Dos que sabiam quem ele é, todos lembraram seu segundo nome. No caso de Dilma, o primeiro nome é o mais lembrado e poucos citaram Rousseff.
— Vi na televisão, mas não sei quem é. Não lembro nem o nome — disse Abel Inácio da Silva, de 40 anos, morador do Sítio Várzea Comprida, o mesmo onde Lula nasceu e passou os primeiros anos.
— É bonita. É da família da senhora? — perguntou Argemiro Godoy, agricultor de 63 anos, à repórter.
Mais adiante, três lavradores que conversavam sob uma árvore no meio da caatinga, Cícero Pedro da Silva, de 55 anos, Irineu Inácio da Silva, de 64, e José Raimundo da Silva, de 49, que disseram não ser parentes de Lula, também não reconheceram Dilma.
— Tenho três televisões em casa, mas não sou chegado. Essa mulher nunca vi — disse o primeiro, morador do sítio Várzea de Dentro, onde planta milho, feijão e mandioca. Ao seu lado, Irineu não identifica a petista.
— O nome não sei, mas acho que a vi na TV — disse.
Morador do sítio Riacho das Fruteiras, Raimundo diz desconhecer a moça da foto. Indaga se é a mulher de Lula.
Mais letrada que o marido e os amigos, Diamantina da Silva, de 40 anos, mulher de Irineu, mata a charada: — Oxe, não é a mulher que está com Lula para cima e para baixo? É Dilma, que aparece com Lula na TV.
Ele quer que ela seja presidente.
Perto dali, no Sítio Várzea Comprida, Maria Aparecida Bezerra, de 48 anos, 11 filhos, também não consegue identificar Dilma. Mas seu filho, Edvaldo Bezerra, de 22, a nora Fabiana Souza Silva, de 22, e a filha Luciana Bezerra, de 18, conhecem a ministra, embora só lembrem seu primeiro nome.
No Centro de Caetés, a lavradora Maria da Silva, de 50 anos, que almoça sobras num restaurante, acha bonita a mulher da foto, mas não sabe quem é ela. Luiz Gomes, o Luiz Gordo, que bebe com amigos no estabelecimento, dá seu veredicto: — É a mãe do governador Eduardo Campos (PSB).
Ele se refere a Ana Arraes (PSB-PE), deputada federal. A mesma referência faz Diva Alves Cordeiro, de 43, proprietária de um mercadinho: — É Ana Arraes? — indaga, para completar ao receber a informação certa: — Ah, sei, é aquela menina que quer ser candidata a presidente.
Servidora pública, Lúcia Wanderley, de 52, aproxima-se curiosa. Ao ver a fotografia, afirma: — É a Dilma. Vejo sempre na TV. Onde Lula está, ela está.
No restaurante São José, José Josimário Wanderley, de 34 anos, identifica a ministra: — Dilma é antipática, não debate.
Votei em Lula quatro vezes, mas não voto nesta mulher.
Josimário e Lúcia estão entre os oito dos 45 entrevistados que disseram saber quem é Dilma Rousseff.
Ou melhor, Dilma, porque Rousseff é um nome que ninguém pronuncia no agreste pernambucano.
Mas o fato de José Serra ser mais conhecido não significa que as coisas estejam fáceis para ele na terra de Lula. De desconhecida, a ministra ganha a simpatia dos moradores quando é associada à figura do filho famoso de Caetés. Todos que a desconheciam, sem exceção, disseram que votam nela se Lula pedir.
— Aqui só dá Lula. Ele é de Deus, a vida melhorou depois dele. Tivemos educação, saúde, cisternas, luz — afirma Maria Aparecida Bezerra.
— Em quem Lula mandar, voto — completa Raimundo da Silva.
Ativista política desde os 13 anos, filiada ao PSB, Maria Emília Pessoa da Silva organizou a caravana de Caetés para prestigiar a primeira posse de Lula.
Para ela, apesar de Dilma ser desconhecida na terra do presidente, não será difícil votar nela: — O povo tem tanta confiança em Lula que não está preocupado em conhecer a ministra, porque acredita que, se ele indica, é porque ela é gente boa — diz Emília, secretária de Saúde de Caetés.
Há seis eleições em mãos de aliados de Lula, Caetés mudou muito. Antes, só tinha duas ruas calçadas. Agora quase todo o perímetro urbano é calçado.
A educação, que ficava entre as três piores de Pernambuco, está entre as dez primeiras. Na área rural não havia luz. Agora todo o município é eletrificado.
Hoje grande parte das famílias não precisa recorrer à água de barreiros em épocas de seca porque possui cisternas. Até a década passada, o município só tinha três médicos e uma parteira. Hoje o hospital de Caetés tem 26 especialistas e serviços de endoscopia e ultrassonografia. A cidade tem oito postos de saúde da família.
Caetés tem 26 mil habitantes, com 3.529 benefícios do Bolsa Família.
O desconhecimento sobre Dilma se repete em Alto Santo, no Ceará, município a 240 quilômetros de Fortaleza onde Lula teve 86,22% dos 7.937 votos válidos em 2006 (o maior percentual entre os 184 municípios cearenses).
Poucos reconhecem a ministra por foto.
Outros sabem que “ela está sempre ao lado de Lula”, mas não o seu cargo.
Quase ninguém sabe que disputa o Planalto. E, a sete meses da eleição, a fisionomia e o nome de Serra também são pouco reconhecidos. Alguns sabem que ele é governador de São Paulo, mais até que candidato a presidente.
Alguns também sabem que Dilma enfrentou batalha contra o câncer.
As enchentes que devastaram São Paulo nos primeiros meses do ano, os atrasos na conclusão de obras federais e os adjetivos como “pai dos genéricos” e “mãe do PAC”, com os quais já foram batizados Serra e Dilma não fazem a menor diferença em Alto Santo por enquanto. A maioria não sabe que eles serão candidatos. Nenhuma das pessoas ouvidas declarou-se eleitora de Serra nem apresentou motivação para isso. Já a disposição de votar na pré-candidata do PT é maior quando sabem que ela terá apoio de Lula.
— Se Serra fosse o candidato de Lula, eu votaria nele — disse o aposentado Francisco Felício dos Reis, de 76 anos, um dos poucos que reconheceram o governador. — Se eu for vivo (em outubro), voto em quem Lula apoiar.
Fanático pelo presidente, o agricultor Manoel Silva, de 57 anos, morador do Sítio Tibolo, na periferia da cidade, mantém na fachada da casa uma foto de Lula da última campanha.
— Sempre votei em Lula. Era ele perdendo e eu votando.
Se ele candidatar até um jumento, voto nele. Imagine numa mulher. Por mim o voto já está ganho. É Vilma? — pergunta.
— O nome é muito bonito.
Alto Santo, no Baixo Jaguaribe, tem economia movimentada pela agricultura, pesca, fábricas de cerâmica e confecção.
Com investimento de R$ 120,8 milhões, o governo federal está financiando uma imensa obra do PAC na cidade: a barragem do Figueiredo, que vai irrigar oito mil hectares.
A entrega está prevista para outubro.
— Nunca ouvi falar em PAC — disse o agricultor Benedito Moura da Silva, de 57 anos, enquanto apontava para o local da barragem. Eleitor de Lula, não conhecia Dilma nem sabia que ela é chamada de “mãe do PAC”. Mas, ao saber que ela é a candidata de Lula, declarou seu voto.
— Voto no candidato de Lula. Seja homem, seja mulher.
Em Caetés, terra de Lula, Dilma é uma desconhecida, mas todos dizem votar em quem ele indicar
Letícia Lins e Isabela Martin, foto de João Luís
CAETÉS (PE) e ALTO SANTO (CE). Pré candidata do PT à Presidência, a ministra Dilma Rousseff não descola do presidente Lula nas viagens pelo país e lidera as pesquisas no Nordeste, mas será que o povo sabe quem é ela? Em Caetés, município onde Lula nasceu e obteve seu maior percentual de votação em Pernambuco (89,497%), moradores de áreas rurais e urbanas tiveram dificuldade de identificar a ministra em uma fotografia mostrada pelo GLOBO, que abordou aleatoriamente moradores da terra do presidente. A petista foi confundida com a mãe do governador Eduardo Campos (PSB), com uma exservidora do posto de saúde e até com Marisa Letícia, mulher de Lula.
— Oxente, essa não é a Olga? A boca é igual à de Olga. Ela é de onde? Acho que é Olga mesmo...
As tentativas de identificação, carregadas de incertezas, são de Corina Guilhermina da Silva, de 78 anos, a Tia Corina, parente de Lula que ficou conhecida na campanha presidencial de 2006 por ostentar grande fotografia do então candidato à reeleição na fachada de seu casebre e ser proprietária de um sítio onde Lula brincava quando criança. Corina, que tem diabetes, teve as pernas amputadas e vive na área urbana de Caetés, cidade que era distrito de Garanhuns quando Lula era criança.
Ela confundiu Dilma Rousseff com Olga Chagas, ex-enfermeira do posto de saúde em Caetés onde Corina era atendida. Ao lado de Corina, a neta Ruth Pereira da Silva, de 20 anos, diz conhecer a mulher da foto.
— Agora esqueci o nome dela...
Ah, lembrei, é Marta Suplicy! De 45 pessoas abordadas em Caetés — entre lavradores, pequenos proprietários, pedreiros, comerciantes, ambulantes, servidores públicos — só oito identificaram a ministra, em abordagens feitas no campo, em obras, num restaurante, em um mercadinho e no meio da rua. Todos, porém, mesmo desconhecendo a ministra, disseram que vão votar nela quando apontada como a candidata do presidente.
Já o pré-candidato do PSDB, o governador paulista José Serra, é mais conhecido.
Em fotografia do mesmo tamanho da foto da ministra, foi identificado por 28 das 45 pessoas ouvidas, mas só uma confirmou que votaria nele.
Dos que sabiam quem ele é, todos lembraram seu segundo nome. No caso de Dilma, o primeiro nome é o mais lembrado e poucos citaram Rousseff.
— Vi na televisão, mas não sei quem é. Não lembro nem o nome — disse Abel Inácio da Silva, de 40 anos, morador do Sítio Várzea Comprida, o mesmo onde Lula nasceu e passou os primeiros anos.
— É bonita. É da família da senhora? — perguntou Argemiro Godoy, agricultor de 63 anos, à repórter.
Mais adiante, três lavradores que conversavam sob uma árvore no meio da caatinga, Cícero Pedro da Silva, de 55 anos, Irineu Inácio da Silva, de 64, e José Raimundo da Silva, de 49, que disseram não ser parentes de Lula, também não reconheceram Dilma.
— Tenho três televisões em casa, mas não sou chegado. Essa mulher nunca vi — disse o primeiro, morador do sítio Várzea de Dentro, onde planta milho, feijão e mandioca. Ao seu lado, Irineu não identifica a petista.
— O nome não sei, mas acho que a vi na TV — disse.
Morador do sítio Riacho das Fruteiras, Raimundo diz desconhecer a moça da foto. Indaga se é a mulher de Lula.
Mais letrada que o marido e os amigos, Diamantina da Silva, de 40 anos, mulher de Irineu, mata a charada: — Oxe, não é a mulher que está com Lula para cima e para baixo? É Dilma, que aparece com Lula na TV.
Ele quer que ela seja presidente.
Perto dali, no Sítio Várzea Comprida, Maria Aparecida Bezerra, de 48 anos, 11 filhos, também não consegue identificar Dilma. Mas seu filho, Edvaldo Bezerra, de 22, a nora Fabiana Souza Silva, de 22, e a filha Luciana Bezerra, de 18, conhecem a ministra, embora só lembrem seu primeiro nome.
No Centro de Caetés, a lavradora Maria da Silva, de 50 anos, que almoça sobras num restaurante, acha bonita a mulher da foto, mas não sabe quem é ela. Luiz Gomes, o Luiz Gordo, que bebe com amigos no estabelecimento, dá seu veredicto: — É a mãe do governador Eduardo Campos (PSB).
Ele se refere a Ana Arraes (PSB-PE), deputada federal. A mesma referência faz Diva Alves Cordeiro, de 43, proprietária de um mercadinho: — É Ana Arraes? — indaga, para completar ao receber a informação certa: — Ah, sei, é aquela menina que quer ser candidata a presidente.
Servidora pública, Lúcia Wanderley, de 52, aproxima-se curiosa. Ao ver a fotografia, afirma: — É a Dilma. Vejo sempre na TV. Onde Lula está, ela está.
No restaurante São José, José Josimário Wanderley, de 34 anos, identifica a ministra: — Dilma é antipática, não debate.
Votei em Lula quatro vezes, mas não voto nesta mulher.
Josimário e Lúcia estão entre os oito dos 45 entrevistados que disseram saber quem é Dilma Rousseff.
Ou melhor, Dilma, porque Rousseff é um nome que ninguém pronuncia no agreste pernambucano.
Mas o fato de José Serra ser mais conhecido não significa que as coisas estejam fáceis para ele na terra de Lula. De desconhecida, a ministra ganha a simpatia dos moradores quando é associada à figura do filho famoso de Caetés. Todos que a desconheciam, sem exceção, disseram que votam nela se Lula pedir.
— Aqui só dá Lula. Ele é de Deus, a vida melhorou depois dele. Tivemos educação, saúde, cisternas, luz — afirma Maria Aparecida Bezerra.
— Em quem Lula mandar, voto — completa Raimundo da Silva.
Ativista política desde os 13 anos, filiada ao PSB, Maria Emília Pessoa da Silva organizou a caravana de Caetés para prestigiar a primeira posse de Lula.
Para ela, apesar de Dilma ser desconhecida na terra do presidente, não será difícil votar nela: — O povo tem tanta confiança em Lula que não está preocupado em conhecer a ministra, porque acredita que, se ele indica, é porque ela é gente boa — diz Emília, secretária de Saúde de Caetés.
Há seis eleições em mãos de aliados de Lula, Caetés mudou muito. Antes, só tinha duas ruas calçadas. Agora quase todo o perímetro urbano é calçado.
A educação, que ficava entre as três piores de Pernambuco, está entre as dez primeiras. Na área rural não havia luz. Agora todo o município é eletrificado.
Hoje grande parte das famílias não precisa recorrer à água de barreiros em épocas de seca porque possui cisternas. Até a década passada, o município só tinha três médicos e uma parteira. Hoje o hospital de Caetés tem 26 especialistas e serviços de endoscopia e ultrassonografia. A cidade tem oito postos de saúde da família.
Caetés tem 26 mil habitantes, com 3.529 benefícios do Bolsa Família.
O desconhecimento sobre Dilma se repete em Alto Santo, no Ceará, município a 240 quilômetros de Fortaleza onde Lula teve 86,22% dos 7.937 votos válidos em 2006 (o maior percentual entre os 184 municípios cearenses).
Poucos reconhecem a ministra por foto.
Outros sabem que “ela está sempre ao lado de Lula”, mas não o seu cargo.
Quase ninguém sabe que disputa o Planalto. E, a sete meses da eleição, a fisionomia e o nome de Serra também são pouco reconhecidos. Alguns sabem que ele é governador de São Paulo, mais até que candidato a presidente.
Alguns também sabem que Dilma enfrentou batalha contra o câncer.
As enchentes que devastaram São Paulo nos primeiros meses do ano, os atrasos na conclusão de obras federais e os adjetivos como “pai dos genéricos” e “mãe do PAC”, com os quais já foram batizados Serra e Dilma não fazem a menor diferença em Alto Santo por enquanto. A maioria não sabe que eles serão candidatos. Nenhuma das pessoas ouvidas declarou-se eleitora de Serra nem apresentou motivação para isso. Já a disposição de votar na pré-candidata do PT é maior quando sabem que ela terá apoio de Lula.
— Se Serra fosse o candidato de Lula, eu votaria nele — disse o aposentado Francisco Felício dos Reis, de 76 anos, um dos poucos que reconheceram o governador. — Se eu for vivo (em outubro), voto em quem Lula apoiar.
Fanático pelo presidente, o agricultor Manoel Silva, de 57 anos, morador do Sítio Tibolo, na periferia da cidade, mantém na fachada da casa uma foto de Lula da última campanha.
— Sempre votei em Lula. Era ele perdendo e eu votando.
Se ele candidatar até um jumento, voto nele. Imagine numa mulher. Por mim o voto já está ganho. É Vilma? — pergunta.
— O nome é muito bonito.
Alto Santo, no Baixo Jaguaribe, tem economia movimentada pela agricultura, pesca, fábricas de cerâmica e confecção.
Com investimento de R$ 120,8 milhões, o governo federal está financiando uma imensa obra do PAC na cidade: a barragem do Figueiredo, que vai irrigar oito mil hectares.
A entrega está prevista para outubro.
— Nunca ouvi falar em PAC — disse o agricultor Benedito Moura da Silva, de 57 anos, enquanto apontava para o local da barragem. Eleitor de Lula, não conhecia Dilma nem sabia que ela é chamada de “mãe do PAC”. Mas, ao saber que ela é a candidata de Lula, declarou seu voto.
— Voto no candidato de Lula. Seja homem, seja mulher.