terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Eleição 2010: eleição plebiscitária, Ciro e margem de erro


Eleição plebiscitária. A rigor, não existiria eleição plebiscitária com mais de um candidato. É uma eleição do sim/não. Como houve na questão das armas, quando se mobilizou a população para aprovar ou não a lei proibindo o comércio de armas e munição (aliás, nesse caso, é um plebiscito chamado de referendo). Em 2010, diz-se que a eleição é plebiscitária para mostrar que os eleitores, de fato, vão dar um sim ou um não ao Projeto Lula. Vão eleger um “Lula” ou um “anti-Lula”. Não importa (a não ser por motivos táticos) se existem dois, três ou mil candidatos. Com Ciro ou sem Ciro, a eleição será plebiscitária.
Ciro. Já escrevi aqui, citando a pesquisa Datafolha, que, no primeiro turno, Ciro tira mais votos de Serra do que de Dilma. E foi isso, alguns Ex-Blogs atrás, que fez o Cesar Maia declarar que a eleição plebiscitária favorece o Serra. Visto assim, ele teria razão. Acontece que o perfil Ciro ainda não está inteiramente definido. Digamos (apenas como exemplo) que alguém vota em Ciro porque veio do Nordeste para morar em São Paulo. Sem o Ciro, só conhece bem Lula e Serra. Lula não é candidato, logo escolhe Serra. À medida que os “ciristas” forem percebendo que Ciro – assim como Dilma – é “sim a Lula”, deixarão de ter Serra como alternativa. Tudo depende da comunicação articulada do Planalto com o PSB.
Margem de erro. Nunca vi errar tanto em pesquisa como acontece com a mídia no quesito “margem de erro”. Do Jornal Nacional ao tablóide distribuído na esquina, todos dizem barbaridades sobre as variações dos índices em função da margem de erro. Nessa pesquisa CNT/SENSUS, o próprio instituto deu uma informação estranha. Para uma pesquisa de 2.000 entrevistas, deu como margem de erro “+/- 3%”. Pelo que sei, essa seria a margem máxima para 1.070 entrevistas. Para 2.000 entrevistas, a variação máxima seria de +/- 2,2%. Na faixa dos índices de Dilma (27,8%) e Serra (33,2%), a margem é de +/- 2%. Não há empate técnico, já que a variação de Dilma fica entre 25,8% e 29,8%, enquanto a variação de Serra fica entre 31,1% e 35,3%. Mas acredito que isso é só uma questão de tempo... com ou sem Ciro.