Sinto que há certa confusão a respeito do significado exato de eleição plebiscitária, o que tem gerado grandes dúvidas sobre a entrada de Ciro Gomes no páreo, se isso significa ou não o fim da proposta plebiscitária de Lula. Eleição plebiscitária é uma eleição binária, tipo 1-0. Não se coloca em disputa uma ou outra proposta, um ou outro candidato. O que se faz é dizer “sim” ou “não” a determinada proposta. E o que se está encaminhando em 2010 é exatamente isso, dizer “sim” ou “não” ao Governo Lula. Desse modo, não importa ter um, dois ou mais candidatos, desde que eles representem “sim” ou “não”. Dentro do principal cenário que se apresenta no momento, Dilma e Ciro representam “sim”, Serra representa “não” e Marina representa “nulo” ou “branco” – com ligeira vantagem para o “não” no primeiro turno e ligeira vantagem para o “sim” em hipotético segundo turno. Aliás, é exatamente no hipotético segundo turno que reside o enigma Ciro.
Como vota o “nordeste paulista” no segundo turno? Com base na última pesquisa Datafolha (clique na imagem para ampliar), a participação de Ciro traz claramente a transferência de votos do “não” para o “sim” no primeiro turno. Mas isso pode significar direção naturalmente inversa no segundo turno, principalmente em estados-chave, como São Paulo. Pode ser que o eleitor nordestino – que mora em São Paulo e vota “sim” por causa da “conterraneidade” de Ciro – prefira votar “não” no segundo turno por causa, digamos, da "proximidade" de Serra. Assim, na hipótese de, no primeiro turno, Dilma ficar em primeiro lugar com pequena vantagem sobre o segundo (Serra), os votos do terceiro colocado (Ciro), no segundo turno, serão cruciais. Há claramente uma espécie de voto “nordestino paulista” que passa ao largo do voto de “sim” ou “não” ao Governo Lula. A prova disso vê-se em um cenário onde Ciro disputa com Aécio o segundo turno: o tucano Serra transfere mais votos para Ciro do que para o tucano Aécio. Pode ser, por outro lado, que a votação de Ciro seja decisiva para que o “sim” vença sem precisar de segundo turno. É claro que os índices das pesquisas ainda terão grande variação nos primeiros meses de 2010. Mas, pelo sim, pelo não, é importante estudar com muito carinho o vaivém do Voto Ciro.
Como vota o “nordeste paulista” no segundo turno? Com base na última pesquisa Datafolha (clique na imagem para ampliar), a participação de Ciro traz claramente a transferência de votos do “não” para o “sim” no primeiro turno. Mas isso pode significar direção naturalmente inversa no segundo turno, principalmente em estados-chave, como São Paulo. Pode ser que o eleitor nordestino – que mora em São Paulo e vota “sim” por causa da “conterraneidade” de Ciro – prefira votar “não” no segundo turno por causa, digamos, da "proximidade" de Serra. Assim, na hipótese de, no primeiro turno, Dilma ficar em primeiro lugar com pequena vantagem sobre o segundo (Serra), os votos do terceiro colocado (Ciro), no segundo turno, serão cruciais. Há claramente uma espécie de voto “nordestino paulista” que passa ao largo do voto de “sim” ou “não” ao Governo Lula. A prova disso vê-se em um cenário onde Ciro disputa com Aécio o segundo turno: o tucano Serra transfere mais votos para Ciro do que para o tucano Aécio. Pode ser, por outro lado, que a votação de Ciro seja decisiva para que o “sim” vença sem precisar de segundo turno. É claro que os índices das pesquisas ainda terão grande variação nos primeiros meses de 2010. Mas, pelo sim, pelo não, é importante estudar com muito carinho o vaivém do Voto Ciro.