Cesar Maia defende hoje no seu Ex-Blog a tese de que é natural que os candidatos ao governo do estado que estão ocupando o cargo e os que já ocuparam tenham maiores índices de intenção de voto nas pesquisas feitas agora, porque seus nomes estão mais fortes na memória dos eleitores. Mais importantes, portanto, seriam os índices dos outros candidatos, que mostrariam as intenções de não votar nos velhos nomes. Faz sentido. Mas ele faz mágica na hora de exemplificar o Rio de Janeiro. Primeiro, citando o Datafolha, coloca um cenário onde a soma de Sérgio Cabral e Garotinho seria 58% - quando, na verdade, o Datafolha apresenta 4 cenários com as somas dos dois em 59%, 61%, 62% e, no cenário mais provável, 63%. Subtrai o índice (58%) de 85% (mais ou menos o índice correspondente ao número de votantes nas últimas eleições) e conclui que 27% dos eleitores irão procurar alternativas, ou seja, outros nomes para votar (será o dele?). Não considerou que, nas últimas eleições, entre 6% e 9% dos eleitores votaram Nulo ou Em Branco (aqueles que não querem alternativa alguma). Considerando a média de 7,5% de votantes que não querem nenhum candidato, teremos apenas 19,5% (mantendo o cenário de Cesar Maia) de eleitores em busca de “alternativas”. Se consideramos o cenário mais provável (Sérgio 39%, Garotinho 24%), esse índice cai para 14,5% – pouco mais da metade do que apresentou Cesar Maia. Aliás, nesse cenário, Cesar Maia era o terceiro nome e teve apenas 13% das intenções de voto. Sem mágica.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
A mágica de Cesar Maia
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