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sábado, 11 de setembro de 2010

11 de setembro, um ano de "otimismo"


(clique no gráfico para ampliar)

Há exatamente um ano a mídia e a oposição em geral comemoravam ligeira queda de Dilma nas pesquisas eleitorais. Era a primeira (e última) vez que ela apresentava evolução algo negativa de seus índices. Merval Pereira, em sua coluna de 11 de setembro de 2009, no Globo, chegou a dizer que o PMDB se mostrava “sensível à tese de que deveria ter um candidato próprio no primeiro turno”, por causa da ”performance nada animadora de Dilma”.
Dois dias antes, contra tudo e contra todos, fiz aqui a postagem “CNT/SENSUS: Serra em queda, Dilma parada e eleição continua plebiscitária”. Peguei o histórico das intenções de voto nos dois principais candidatos e mostrei que, na verdade, Serra é que mantinha a tendência de queda, enquanto Dilma, apesar de ter caído um pouco, mantinha estável a sua tendência de alta. Graças a essa análise, Merval, na mesma coluna, considerou-me “otimista”: “Uma visão mais otimista com relação à candidatura da ministra Dilma Rousseff, como a do marqueteiro e publicitário Hayle Gadelha, vai buscar os números de março passado para mostrar que quem está em queda é o governador Serra, que naquela ocasião chegou a marcar 45,7%, enquanto Dilma tinha 16,3%”. Mais adiante, jogando pra escanteio minha análise, ele escreveu: “Como com as estatísticas pode-se fazer qualquer malabarismo, o melhor é se ater à tendência, que mostra uma sólida diferença a favor de Serra”.
Um ano depois, nesse 11 de setembro que tem se caracterizado por fatos marcantemente negativos (golpe no Chile e morte de Allende em 1973; ataque às torres gêmeas em 2001), fico feliz por meu “otimismo”. Mais feliz ainda por provar que não era eu quem fazia malabarismo com as estatísticas.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Pesquisa Sensus confirma crescimento de Dilma e declínio de Serra

A nova pesquisa CNT/Sensus, realizada com 2.000 entrevistas, margem máxima de erro de 2,2% e campo entre 10 e 14 de maio, confirma os dados da Vox, inclusive a vitória de Dilma no segundo turno. Há dois cenários pesquisados, um apenas com Dilma, Serra e Marina e outro com 11 candidatos. Veja a evolução desde novembro de 2009.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Quer comparar? Então toma!



Não adianta esse blablablá nas páginas dos jornais. A comparação que realmente interessa é a que está sendo feita por toda a população. Vamos comparar, por exemplo, os índices de aprovação e desaprovação de Lula e os de Fernando Henrique em períodos correspondentes dos mandatos. Notem que a desaprovação de Fernando Henrique chega a ser maior do que a aprovação. Para o bem dos tucanos, é melhor nem tentar comparar. As diferenças tendem a aumentar - adivinha a favor de quem?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Eleição 2010: eleição plebiscitária, Ciro e margem de erro


Eleição plebiscitária. A rigor, não existiria eleição plebiscitária com mais de um candidato. É uma eleição do sim/não. Como houve na questão das armas, quando se mobilizou a população para aprovar ou não a lei proibindo o comércio de armas e munição (aliás, nesse caso, é um plebiscito chamado de referendo). Em 2010, diz-se que a eleição é plebiscitária para mostrar que os eleitores, de fato, vão dar um sim ou um não ao Projeto Lula. Vão eleger um “Lula” ou um “anti-Lula”. Não importa (a não ser por motivos táticos) se existem dois, três ou mil candidatos. Com Ciro ou sem Ciro, a eleição será plebiscitária.
Ciro. Já escrevi aqui, citando a pesquisa Datafolha, que, no primeiro turno, Ciro tira mais votos de Serra do que de Dilma. E foi isso, alguns Ex-Blogs atrás, que fez o Cesar Maia declarar que a eleição plebiscitária favorece o Serra. Visto assim, ele teria razão. Acontece que o perfil Ciro ainda não está inteiramente definido. Digamos (apenas como exemplo) que alguém vota em Ciro porque veio do Nordeste para morar em São Paulo. Sem o Ciro, só conhece bem Lula e Serra. Lula não é candidato, logo escolhe Serra. À medida que os “ciristas” forem percebendo que Ciro – assim como Dilma – é “sim a Lula”, deixarão de ter Serra como alternativa. Tudo depende da comunicação articulada do Planalto com o PSB.
Margem de erro. Nunca vi errar tanto em pesquisa como acontece com a mídia no quesito “margem de erro”. Do Jornal Nacional ao tablóide distribuído na esquina, todos dizem barbaridades sobre as variações dos índices em função da margem de erro. Nessa pesquisa CNT/SENSUS, o próprio instituto deu uma informação estranha. Para uma pesquisa de 2.000 entrevistas, deu como margem de erro “+/- 3%”. Pelo que sei, essa seria a margem máxima para 1.070 entrevistas. Para 2.000 entrevistas, a variação máxima seria de +/- 2,2%. Na faixa dos índices de Dilma (27,8%) e Serra (33,2%), a margem é de +/- 2%. Não há empate técnico, já que a variação de Dilma fica entre 25,8% e 29,8%, enquanto a variação de Serra fica entre 31,1% e 35,3%. Mas acredito que isso é só uma questão de tempo... com ou sem Ciro.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Flagrante da Oposição lendo as novas pesquisas Vox e Sensus

A Oposição estava tentando desviar a atenção da pesquisa Vox-Band que mostrava Dilma chegando junto, quando saiu essa CNT-SENSUS mostrando Dilma apenas 5,4% pontos atrás de Serra (em novembro a diferença era de 10,1%...). Mais: na espontânea, Dilma agora só perde para Lula.

Soube de outras pesquisas em andamento com dados ainda mais fortes. O desespero vai aumentar. Quem será o o candidato da Oposição?

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Transferir ou não transferir os votos – eis a questão



A última pesquisa CNT-SENSUS, além dos índices de aprovação do Governo Lula e os diversos cenários de intenção de voto, traz comparações entre Lula e Fernando Henrique que são bem interessantes. No confronto direto, de quem foi melhor, é brincadeira: 76% para Lula, 10% para Fernando Henrique (com índices negativos assim, o melhor seria pegar a toga e voltar para Paris). Mas o índice mais complexo (e mais contundente) é o da transferência de votos. Ninguém gosta, a priori, de declarar que seu voto é influenciado por outros. Nos grupos de discussão (de pesquisas qualitativas), é comum ver as pessoas baterem no peito dizendo que ninguém ensina em quem votar, e, mais adiante, acabarem confessando que escolheram o candidato por indicação da mãe, da tia, da vizinha, do amigo, etc. Declarar, portanto, que votaria em um candidato apoiado por outra pessoa é difícil – o que torna ainda mais surpreendente o índice de transferência que Lula apresenta: 51,7%, soma de “Único que votaria” (20,1%) com “Poderia votar” (30,6%). Fernando Henrique só consegue 17,2% (3% + 14,2%). Pior: 49,3% não votariam em candidato apoiado por Fernando Henrique (contra apenas 16% de Lula). Na sua coluna de hoje (“Recados Eleitorais”), Merval Pereira passa por cima desses índices de transferência de votos e ainda faz de conta que o poder de transferência de Lula não passa de 20% (Dilma “atingiu o patamar de 20% que, não por coincidência, é o mesmo índice dos que dizem que votariam no candidato indicado por Lula”). Na verdade, esse é apenas o sonho de todo bom tucano...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Qual a novidade dessa pesquisa CNT-Sensus que acaba de sair?


Na minha opinião, nenhuma surpresa. A pesquisa demonstra o que esse Blog não cansa de repetir: a eleição é plebiscitária; Dilma só precisa ser reconhecida como candidata do Lula. O resto é consequência. Serra está em queda, Fernando Henrique é mau negócio. Aliás, no dia 9 de setembro, falando sobre a pesquisa que tinha sido recém divulgada, contra tudo e contra todos, fiz a postagem “CNT/SENSUS: Serra em queda, Dilma parada e eleição continua plebiscitária”. Dilma cuidou da saúde, andou pra lá e pra cá, e voltou a crescer como era esperado. Talvez o que tenha ficado mais claro dessa vez foi o efeito negativo de Fernando Henrique. Enquanto isso, a Oposição, como um Diógenes ao contrário, carrega na mão o seu apagão, em busca de um candidato...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

CNT/SENSUS: Serra em queda, Dilma parada e eleição continua plebiscitária

Claro que o principal resultado desta nova Pesquisa CNT/SENSUS é que Serra continua derrotando Dilma e Lula teve pequena queda de avaliação positiva. Mas por outro lado temos que saber filtrar os exageros da mídia. Algumas observações:
Se pegarmos o histórico dos últimos 3 meses (embora com cenários diferentes), notaremos que os fatos relevantes são que Serra está em queda (atenuada na última comparação) e Dilma estabilizou, com variação positiva em maio provavelmente devida a maior exposição e com variação negativa em setembro provavelmente devida a menor exposição e aos respingos de Sarney.
Se fizermos o mesmo com o desempenho de Lula, veremos também que ele parou o crescimento, provavelmente por causa de Sarney – coisa que já passou. Não custa nada lembrar que, nos períodos correspondentes, Fernando Henrique também teve uma queda seguida pequena recuperação. (Devemos comparar, mantendo as devidas proporções, afinal em setembro de 2001 Fernando Henrique tinha apenas 34,5 de aprovação e 58,9 de desaprovação...)
É possível constatar ainda que a eleição continua plebiscitária, a favor ou contra o (a) candidato (a) de Lula. Veja os índices de quem votaria em função do apoio (soma de “único que votaria” com “poderia votar”) ou não apoio (soma de “não votaria” com “só votarei conhecendo”) de Lula. Os índices, aliás, tiveram ligeira subida a favor de um candidato com apoio de Lula.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Eis o principal índice de desespero da Oposição

A Pesquisa CNT/SENSUS divulgada hoje, além de mostrar o alto índice de aprovação de Lula e a subida inexorável de Dilma nas intenções de voto, permite comparação interessante, certamente causadora de muito stress na Oposição. Trata-se da comparação das avaliações dos governos Lula e FHC no penúltimo ano de mandato.

terça-feira, 31 de março de 2009

CNT/Sensus: em 2010, é Lula outra vez...

É a pesquisa CNT/Sensus que diz: “50,1% votariam no candidato apoiado por Lula” (soma das respostas 'único em quem votaria' com 'poderia votar') . Em dezembro, eram 44,5%. Ou seja, o tempo passa, a crise voa, e a votança que é do Lula continua numa boa. Apesar da queda da popularidade em função da crise, revela a pesquisa que Lula manteve o seu poder de transferência de votos a Dilma Rousseff na corrida pela sucessão presidencial em 2010. "A população começa a tomar partido. Aumenta o poder de transferência física de Lula. A avaliação do presidente, apesar de ter sofrido queda, é muito forte", disse o diretor do instituto Sensus, Ricardo Guedes. Dilma ainda perde para Serra em simulação de segundo turno, mas já supera Aécio Neves. Não é à toa que os tucanos estão cada vez mais “suaves” com relação a Lula (Serra, principalmente), deixando o choque frontal por conta do DEM. Sabem que bater de frente com Lula não dá voto a ninguém. Preferem apostar na superação da crise e pegar carona no sucesso de Lula. Estratégia corretíssima. Ainda assim, continua muito difícil eleger um oponente de Lula. Leia também na Folha.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Pesquisa CNT/Sensus: se a crise continuar, Lula chega aos 100%...

Está todo mundo impressionado com os recordes de popularidade de Lula e de seu governo apesar da crise mundial. A oposição faz tudo para transformar Lula no culpado de tudo, sem êxito. Esssa primeira página do Globo de hoje é exemplo disso. A foto do evento em que Lula anuncia a construção de 500 mil casas populares serviu apenas para tentar associá-lo à queda na indústria. Mas não tem jeito, com crise ou sem crise Lula está em alta. Há dois meses atrás, na postagem César Maia demonstrou, ontem, porque Lula bateu recorde de aprovação no Datafolha de hoje, citei uma pesquisa do Instituto GPP no Rio onde foi feita a seguinte pergunta:
Com essa crise e perspectiva de aumento da inflação e desemprego, você acha melhor – votar num candidato do Governo Federal, votar num candidato da Oposição, ou não sabe o que dizer?
O resultado foi:
* Votar num candidato do Governo Federal – 40,5%
* Votar num candidato da Oposição – 32,3%
* Não sabe – 27,2%.
E continuei:
A conclusão é óbvia. Os governos anteriores ao de Lula estão todos associados a “oposição”. E todos estão associados também a péssimas administrações, desde Sarney até Fernando Henrique. Assim, diante da necessidade de se escolher um governo com capacidade de enfrentar os problemas gerados pela crise internacional, qual a opção lógica: governos associados ao fracasso ou um governo que está fazendo tudo certo até agora? (...) Lamento informar, mas o Governo Lula é a resposta natural. E nessa pesquisa do GPP a Oposição só teve índice tão alto porque o povo sabe que Lula não é candidato – mas já deixa claro que prefere um candidato indicado por ele.
Hoje, a situação continua igual (a diferença é que Dilma subiu e Serra caiu), e Ricardo Guedes, responsável pela nova pesquisa CNT/Sensus que dá 84% de aprovação a Lula, praticamente repete isso:
— O povo acredita em Lula e nas medidas do governo contra a crise. O cidadão percebe o desemprego, mas acredita que as medidas vão funcionar.
Está difícil, Oposição, cada vez mais difícil...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Acho que Lula usou o cartão corporativo para comprar a Oposição...

Não tem outra explicação: a Oposição está a serviço de Lula. Não vejo de outro modo e todos têm de concordar comigo. A Oposição bate, esperneia, usa a mídia, inventa, rebola... e o que acontece? A aprovação de Lula e seu governo cresce sem parar, bate recordes. Só não entendo é como o Ricardo Noblat tem a coragem de afirmar em sua coluna, hoje, que o PSDB é pule de dez para a sucessão de Lula, em 2010. Será que é trocadilho? Pule de 10 quer dizer 10%? Tudo bem que, lá nos Estados Unidos, o Dick Morris, ex-marqueteiro de Bill Clinton, chegou a afirmar com toda a convicção que Hillary Clinton seria a indicada do Partido Democrata. Mas isso foi em 2004 e ele agora pede desculpas pelo engano. Talvez seja o caso de nossa mídia e nossa Oposição também começarem a refletir sobre seus erros... ou reconhecerem que também foram compradas pelo Governo!

terça-feira, 26 de junho de 2007

O povo quer fidelidade

A Pesquisa CNT Sensus (18 a 22 de junho, 2000 entrevistas, margem de erro +/- 3%) divulgada nesta terça-feira, demonstra o óbvio: é fundamental o fortalecimento dos partidos com a "fidelidade partidária". A população não aprova "financiamento público de campanha" nem "alteração do sistema de votação". Mas isso, com certeza, é porque não está devidamente informada.

Lista fechada favorece PT, PMDB e PSDB

A Pesquisa CNT Sensus (18 a 22 de junho, 2000 entrevistas, margem de erro +/- 3%) divulgada nesta terça-feira, mostra que, no caso de adoção do "sistema de votação em Lista Fechada do Partido Político ao invés do Candidato", PT, PMDB e PSDB têm a preferência das pessoas. Dos que declararam o partido de sua preferência, eles têm, respectivamente, 37,54%, 17,54% e 13,5%.

Internet à frente de jornais e revistas

A Pesquisa CNT Sensus (18 a 22 de junho, 2000 entrevistas, margem de erro +/- 3%) divulgada nesta terça-feira, mostra que a internet avança na preferência do "meio de comunicação", já alcançando o 3º lugar (na frente de "jornal" e "revista", atrás de "TV" e "rádio").
NOTA. Em seu Ex-Blog de hoje, Cesar Maia escreve sobre esse tópico da pesquisa: "Cuidado com a pergunta errada. Dará resposta errada. Exemplo. Qual a sua mídia preferida? TV 69,3% / Radio 14% / Internet 9,4% / Jornal 5,4% / Revistas 0,9%. Como muitas pessoas usam mais de uma mídia a resposta nada significa. Se a pergunta fosse feita sobre leitura continuada de jornais daria 20% e não 5,4% como algum desatento pode imaginar. A própria audiência de TV é maior que essa. Etc..." Na verdade, ele é que deve ter cuidado. Pergunta sobre "preferência" tem que dar resposta sobre "preferência", não sobre "audiência" ou "leitura". O importante aqui é exatamente testar "preferência" - e a conclusão é que a internet avança muito.

Motivos para não ter orgulho do Brasil

A Pesquisa CNT Sensus (18 a 22 de junho, 2000 entrevistas, margem de erro +/- 3%) divulgada nesta terça-feira, além de mostrar avaliação muito positiva (64%) do desempenho de Lula, apresenta outros resultados interessantes, como os "motivos de não ter orgulho do Brasil". O principal motivo é a "corrupção" (que subiu, de maio de 2005 para cá), seguido da "violência" (que caiu...)

sexta-feira, 13 de abril de 2007

De olho nas pesquisas: Sensus, Ibope e Datafolha rigorosamente iguais

A mídia e a oposição estão querendo transformar a nova pesquisa CNI/Ibope em uma vitória do apagão aéreo e uma derrota do Governo Lula. E isso se baseia principalmente na comparação das pesquisas do Ibope de dezembro de 2006 e abril de 2007, quando a avaliação positiva do Governo caiu de 57% para 49%. Apesar de registrar que a série histórica da CNT/Sensus divulgada ontem não inclui dezembro de 2006, a mídia de certo modo desacredita essa pesquisa que mostraria crescimento da avaliação de agosto de 2006 para cá. Mas a verdade é que comparando os resultados Sensus, Ibope e Datafolha de agosto de 2006 com março/abril de 2007 eles são rigorosamente iguais: mostram o crescimento da aprovação do Governo. A questão toda está no mês de dezembro de 2006 que o Sensus não avaliou e que o Ibope coloca lá em cima (57%) e, comparando com a pesquisa de agora (49%), mostra queda na aprovação. Primeiro temos que considerar que o momento (novembro/dezembro de 2007) era muito especial, repercutindo a vitória estrondosa de Lula e a expectativa super positiva natural dessa época. Seria natural também a queda nos primeiros meses de governo ("expectativa" e "satisfação" costumam se desenvolver em ordem inversa). Segundo, se considerarmos os números do Datafolha em dezembro de 2006 (52%) e compararmos com seus números em março de 2007 (48%), concluiremos que a queda foi menor do que o esperável. Mídia e oposição buscam de qualquer maneira uma brecha na avaliação do Governo Lula. Vão ter que buscar muito mais...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

De olho na pesquisa

Essa nova Pesquisa Sensus não trouxe surpresas. A não ser, talvez, para quem não viu o país nos últimos meses, ou não quis ver. Lula teve uma reeleição com votação fabulosa. Conseguiu montar um segundo mandato com uma coalizão de ampla maioria no Congresso. Os números da economia são extremamente favoráveis, com controle da inflação, queda dos juros, crescimento do PIB, mais empregos, aumento do salário mínimo, etc. Há outros fatores favoráveis, como o cenário mundial, a visita de Bush, o biocombustível, o papel de liderança regional do país, a boa inserção de Lula nos meios políticos internacionais. Nem mesmo o fato de a aprovação do Governo ter atingido (49,5%) seu ponto mais alto desde agosto de 2003 pode ser considerado surpresa. Pode ser que haja espanto com uma aprovação tão alta, já que as pessoas, na maioria, nem ouviram falar (só 32,2% ouviram falar) do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, marca do segundo mandato. Vamos analisar em termos de percepção: assim como o Bolsa-Família está mais associado a "povão" e "Nordeste", o PAC está mais associado a "empresariado", "classe média", "Sul-Sudeste". É algo novo, ainda não claramente percebido e desnecessário para a maioria que está aprovando Lula. E o "apagão aéreo", será que não influenciou negativamente? Para desespero da oposição, não. Não dá para comparar (embora tenham tentado) com o "apagão real", na energia elétrica, de Fernando Henrique. A massa ouviu falar do problema aéreo (82%), mas não sentiu na pele, como aconteceu no Governo anterior. As dificuldades de transporte da maioria estão na terra, nas estradas, nas rodoviárias. Isso vem de longos anos e não entrou na pesquisa. Somente 25,8% culparam o Governo Lula pela crise aérea.O Deputado Rodrigo Maia (Dem, ex-PFL) bem que tenta juntar esses 25,8% com os 15,1% que culparam os controladores mais os 9,9% que culparam a Aeronáutica mais os 9,3% que culparam a Infraero (o que daria 60,1%...) e dizer que é uma coisa só. Mas se ele conversar com o pai - que sabe de verdade que as coisas não são bem assim -, vai descobrir que as percepções são diferentes, não dá para botar tudo no mesmo saco, a não ser para tentar fazer política com apoio da mídia. Aliás, o próprio Cesar Maia, em seu Ex-Blog de hoje, já reduz para 45% (colocando os "controladores" como uma percepção à parte de "governo Lula"). Claro que é papel da oposição tentar ver o lado pior do Governo para mostrar que pode fazer melhor. Mas a oposição vai ter que fazer muito melhor do que o que está fazendo. Talvez deva seguir o exemplo de Serra que está escondido, calado, procurando fazer com que tudo passe em brancas nuvens... Ler também a coluna de Tereza Cruvinel, hoje no Globo.