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Há exatamente um ano a mídia e a oposição em geral comemoravam ligeira queda de Dilma nas pesquisas eleitorais. Era a primeira (e última) vez que ela apresentava evolução algo negativa de seus índices. Merval Pereira, em sua coluna de 11 de setembro de 2009, no Globo, chegou a dizer que o PMDB se mostrava “sensível à tese de que deveria ter um candidato próprio no primeiro turno”, por causa da ”performance nada animadora de Dilma”.
Dois dias antes, contra tudo e contra todos, fiz aqui a postagem “CNT/SENSUS: Serra em queda, Dilma parada e eleição continua plebiscitária”. Peguei o histórico das intenções de voto nos dois principais candidatos e mostrei que, na verdade, Serra é que mantinha a tendência de queda, enquanto Dilma, apesar de ter caído um pouco, mantinha estável a sua tendência de alta. Graças a essa análise, Merval, na mesma coluna, considerou-me “otimista”: “Uma visão mais otimista com relação à candidatura da ministra Dilma Rousseff, como a do marqueteiro e publicitário Hayle Gadelha, vai buscar os números de março passado para mostrar que quem está em queda é o governador Serra, que naquela ocasião chegou a marcar 45,7%, enquanto Dilma tinha 16,3%”. Mais adiante, jogando pra escanteio minha análise, ele escreveu: “Como com as estatísticas pode-se fazer qualquer malabarismo, o melhor é se ater à tendência, que mostra uma sólida diferença a favor de Serra”.
Um ano depois, nesse 11 de setembro que tem se caracterizado por fatos marcantemente negativos (golpe no Chile e morte de Allende em 1973; ataque às torres gêmeas em 2001), fico feliz por meu “otimismo”. Mais feliz ainda por provar que não era eu quem fazia malabarismo com as estatísticas.