Lula: “Brasil, um país de todos”. Dilma: “Brasil, país rico é país sem pobreza”. Fundamentalmente, querem dizer a mesma coisa, que a luta principal é combater a desigualdade, que a justiça social vem em primeiro lugar. O slogan de Dilma vai direto ao assunto, enquanto o de Lula é mais genérico – e não poderia ser de outra forma. Se Lula fosse explícito assim, a mídia ia cair de pau, a classe média conservadora ia entrar em polvorosa, a Bolsa ia cair, o dólar ia explodir, o risco-Brasil chegaria ao ponto de “não arrisco um centavo”. Lula precisava acalmar os ânimos, passar a mão na cabeça e deixar claro que tirar o povo da miséria não significava ser contra a classe média (muito ao contrário) ou extinguir o mercado financeiro. Deu certo. Por mais que a mídia tenha tentado o contrário, Lula demonstrou que não era o bicho-papão que estavam apregoando.
Dilma, apesar das escaramuças da campanha eleitoral, pôde assumir sem medo de ser feliz. É de classe média, demonstrou que sabe administrar e Lula não é mais bicho-papão. O seu slogan, que deve ser a síntese do seu governo, pode deixar bem claro a que veio: lutar contra a erradicação da miséria, representar justiça social. Graças ao desempenho de Lula, isso já pode ser dito com todas as letras, sem assustar ninguém. Infelizmente, sua logomarca não tem o mesmo colorido da logomarca de Lula, ficou mais pobre. Mas a bandeira nacional no centro do “A” da palavra “Brasil” é a marca da continuidade.