Diante dessa realidade infernal, à igreja Católica – agora sob nova direção –, interessa muito mais aliar-se aos governos populares do que forçá-los a uma aproximação do universo evangélico. Se o Papa Francisco nos tempos das ditaduras foi conivente ou omisso, é uma questão que vai se tornar um “não foi nada disso”. E em vez de oferecer riquezas imateriais, a igreja Católica passará a acenar com riquezas mais palpáveis, capazes de abafar o canto da sereia evangélico. Para isso, terá que apoiar as políticas sociais e fugir como o diabo foge da cruz da política de terra arrasada dos neoliberais. "Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus”, como diz Lucas 6.20? Nem pensar. O mote é outro, surge a possibilidade de uma nova aliança popular. E quem saltou na frente estendendo a mão para esse novo acordo político-religioso foi o presidente Maduro, da Venezuela, que atribuiu aos conselhos do “apóstolo” Chávez a escolha do novo Papa. Apesar de esse Papa estar sendo visto (com razão) com certa desconfiança por parte da esquerda, pode estar sendo lançada a Nova Igreja Católica Popular da América Latina.
(“Mas ai de vós, ricos! porque já tendes a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque vos lamentareis e chorareis.” Lucas 6.24 e 25)