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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Tomada do Alemão: Fatos & Aversões


Fotos O Globo

7:29h – é fato que esse foi um momento histórico. Um momento que simboliza uma decisão difícil, de iniciar uma operação que sob muitos aspectos poderia indicar banho de sangue. Simboliza a possibilidade de vida bem melhor para quase 100 mil moradores do Complexo do Alemão, imersos em uma subvida de tensões, ameaças, agressões, subdesenvolvimento. Simboliza a possibilidade do Rio de Janeiro dar um salto na qualidade de vida de toda sua população. Simboliza mais um passo do Brasil rumo a uma posição de mais prestígio internacional.
Sérgio Cabral, Beltrame – o Governo do Rio de Janeiro criou um fato novo na política de segurança nacional, ao provar que é possível integrar políticas sociais com inteligência, rigor e eficácia policiais. E soube melhor do que ninguém integrar-se ao Governo Federal, dando mais musculatura às suas forças.
Rodrigo Pimentel – de fato, o autor e inspirador do “Capitão Nascimento” do Tropa de Elite é uma referência em questões de segurança pública. Mostrou uma análise diferenciada entre os comentaristas apresentados na mídia. Demonstrou conhecimento e, ao mesmo tempo, uma visão tranquila e bem humana. Nada de teorizações ou vociferações, tão comuns. Apoiou toda a ação, mas demonstrou preocupação (medo, mesmo) com a possibilidade de derramamento de sangue. Hoje, no Bom Dia Brasil, revelou sua dificuldade em dormir no sábado, pensando nos amigos – e até um irmão – que poderia perder, porque estavam na linha de frente da operação. Destaque também para a atuação do Júnior, do AfroReggae.
Comentaristas da bala – causou aversão assistir certas análises que apoiaram a ação do Governo aparentando ver nela a vitória de uma certa política do “bandido bom é bandido morto”. Um analista chegou a dizer que era o fim da política do “bandido cidadão” ou “bandido social”. Não é bem assim. O grande valor desse Governo na área de Segurança foi saber integrar políticas sociais, valorização da cidadania, com inteligência e eficácia policial. Não se pode confundir oportunismo populista ou banditismo eleitoral com política social séria. Os erros do passado não devem ser justificativa para apertar gatilho a torto e a direito.

Pezão e o PAC – o fato de o chefão do Alemão ter o mesmo apelido (Pezão) do Vice-Governador e coordenador do PAC no Rio de Janeiro foi muito curioso. Primeiro, porque gerou uma série de piadas com o Vice-Governador – a principal delas, como ele mesmo me contou, foi dizerem que “aquela mansão fantástica encontrada no alto do morro foi construída com o dinheiro do PAC”. Mas o fato mais importante foi o hasteamento das bandeiras da vitória (nacional e estadual) ter sido feito na estação do teleférico que está sendo construída com verba do PAC...
Mídia – a atuação impecável da mídia, dessa vez, foi fato gerador de otimismo no Rio e até no país. Globo e Record deram show. Na TV, na Rádio, na Imprensa, na Internet, os noticiários foram amplos, elucidativos e na maioria das vezes tranquilizadores. Destaque para os tuiteiros do Alemão, garotada de prontidão, atenta aos acontecimentos e antenada com as novas tecnologias.
População – um fato marcante foi a unanimidade: todos estavam favoráveis à ação, não queriam mais dar espaço à bandidagem com seus atos de terror e, acima de tudo, acreditaram na polícia.
Marketing e criatividade – os traficantes acharam que estavam sendo muito criativos com suas ações terroristas, mas conseguiram apenas causar aversão. Erraram violentamente no seu marketing. Desesperados pelas perdas de espaço e de faturamento causadas pelas UPPs, concluíram que espalhar o terror enfraqueceria as forças de segurança. Contaram com a revolta tanto da mídia quanto da população contra o Governo. Mas foi um grande equívoco. O terrorismo fez a população dar um basta! e ainda mobilizou a mídia a favor da polícia. Foi isso que estimulou o Governo Federal a aumentar sua participação e que permitiu o Governo do Estado a agir com firmeza e de forma definitiva. Os traficantes, sempre muito espertos, ignoraram uma lei básica: a comunicação pode ser criativa, mas tem que estar associada a um marketing que – por natureza – deve sempre ser óbvio. O fato é que o tiro saiu pela culatra

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Eleição no Rio: avaliação de César Maia é quase boa.

O Prefeito César Maia (DEM, ex-PFL) traz hoje no seu Ex-Blog uma avaliação do quadro eleitoral de 2008 na cidade do Rio de Janeiro que seria boa se ele conseguisse se conter na puxada de brasa pra sua sardinha. Vou comentar os seus comentários no trechos em vermelho:

ATUALIZAÇÃO DO QUADRO ELEITORAL NO RIO-CAPITAL!

1. Pesquisas -quantitativas e qualitativas- às quais este Ex-Blog teve acesso mostram alguns ajustes no quadro -pré-eleitoral- para Prefeito do Rio.

2. Um fato a destacar é que a tendência do senador Crivella ver seu patamar de apoio, reduzido, continua. Esta curva descendente tem seu ápice na eleição de Senador, cai um pouco na de Prefeito - mais ainda fica nos 20% -, cai na de Governador para uns 14%. E essa tendência tende a se confirmar. O Voto aberto em Renan Calheiros não vai ajudar o Senador.
(É verdade que o Senador Crivella está carente de apoio de peso e de tempo na TV. Precisa disso e de um bom trabalho para neutralizar a rejeição na Classe Média.)
3. O PDT sabe que a puxada do Deputado Wagner Montes ajudará a eleger uma bancada de pelo menos 5 vereadores e que com um candidato para marcar posição se elegem apenas os dois mais fortes. Os candidatos a vereador querem o Deputado Wagner Montes, que continua liderando todas as pesquisas na faixa dos 20% e superior e sendo o que gera mais memória nas qualitativas. Nestas, ele é inclusive citado e saudado como o Capitão Nascimento de Tropa de Elite.
(A avaliação está bem feita, mas faltou falar do risco do PDT transformar-se definitivamente em um clone do PTB – não aquele que sonhou...)
4. Os testes quali-quantis com a Deputada Solange Amaral - candidata do PMDB-DEM - mostram que quando o eleitor está informado plenamente da origem - e apoio - de e à sua candidatura, esta vai para um patamar de 20%, bem acima do pouco menos de 10% que tem nas quantitativas de intenção de voto.
(Aqui César Maia forçou muito a barra. Primeiro porque a sua candidata está longe de crescer tanto assim. Mesmo quando “o eleitor está informado plenamente da origem – e apoio – de e à sua candidatura". Ou talvez por isso. Além disso, a aliança PMDB-DEM ainda é um sonho, talvez bem distante.)
5. A candidatura de Denise Frossard continua sendo uma incógnita. Bem nas pesquisas com cerca de 20%, ela sabe que precisa de tempo de TV e apoio capilar de candidatos a vereador. Segundo se informa, ela aguarda estas confirmações para decidir.
(Perfeito. Talvez ela aguarde exatamente o fim do “sonho” PMDB-DEM...)
6. O convite ao economista Carlos Lessa e sua decisão de se candidatar, implode ainda mais a vontade de coligar o PSB, o PDT e o PCdoB. E, com ela, o tempo de TV, tão requerido por Jandira Feghali. Esta se mantém na faixa superior aos 10%, mas a experiência de 2004 mostra suas dificuldades de caminhar sem tempo de TV. Nas qualitativas seus problemas com a Igreja e com o aborto, continuam presentes.
(A análise está correta, mas a luta pela aliança é forte.)
7. O Deputado Chico Alencar continua liderando o bloco Left-Classe Média. Especialmente em quali-quantis quando sua trajetória é relembrada. Seus problemas estarão no tempo de TV e na dispersão do mesmo voto com os candidatos do PSB, PCdoB, PT e PV. Terá que antecipar o voto útil desde já. Ou conseguir desistências a seu favor.
(A candidatura de Chico Alencar é uma necessidade para o PSOL eleger vereadores.)
8. Finalmente as candidaturas do PT – Deputado Edson Santos – e do PV, Alfredo Sirkis, continuam patinando entre 1% e 2%. Curiosamente nas quali-quantis não há memória de seus currículos, temas e feitos. O Deputado Edson Santos com o segundo maior tempo de TV terá chance de fazer memória. Ambos ficam tamponados por Feghali e o Deputado Chico Alencar.
(Atenção. As outras pré-candidaturas do PT – Benedita, Minc, Molon e Vladimir – não estão inteiramente descartadas.)
9. Finalmente no PSDB as informações internas dizem que na Convenção as chances do Deputado Luiz Paulo são maiores que as do Deputado Otavio Leite. Em função desta disputa interna, eles não tem tido tempo de iniciar a pré-campanha nas ditas bases sociais e com isso permanecem na faixa um pouco inferior aos 5%. Nas qualitativas ainda a memória de ambos é muito fraca. Com tempo de TV – e a candidatura definida – o vencedor poderá ter muito mais visibilidade e sensibilizar as pesquisas, coisa que ainda não ocorreu.