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sábado, 16 de outubro de 2010

Ôô, o candidato voltô, ôô


Quero colocar o seguinte: considero Dilma, longe, a melhor preparada para a Presidência, capaz de fazer um governo infinitamente superior ao de qualquer tucano. Também não podemos compará-la com os postes Fleury, Pitta ou Conde. Mas ninguém pode negar que eleitoralmente sua experiência era um zero à esquerda. E em eleição o que vale é a percepção. Então, pergunto, por que lançá-la no meio dos lobos, sem pai nem mãe? Por que tirar Lula de cena na hora decisiva? Dilma poderá ser igual ou melhor do que Lula nos próximos 8 anos – mas antes tem que vencer. Sempre falei aqui que o candidato desta eleição seria o Lula. Por mim bastava dizer “Para Presidente, Lula é 13”, e pronto. Em janeiro, quando a “Concertación” foi derrotada no Chile, apesar da gigantesca aprovação do governo de sua líder, também falei aqui (“Comparar a eleição chilena com a brasileira é comparar não sei o que com sei lá o quê”): “Bachelet, nessa eleição, praticamente não foi candidata, no sentido de se empenhar de corpo e alma pela eleição de Frei (ela própria preferia preservar sua imagem...), enquanto Lula é praticamente o candidato a um terceiro mandato, empenhando-se de corpo, alma, Bolsa Família, PAC, 2016, tapinhas nas costas e isopor na cabeça na vitória de Dilma. (...) Bachelet não puxou para ela essa responsabilidade. Mas Lula já sabe há tempos que tudo depende dele”. Repito: por que tiraram Lula de cena? Talvez por excesso de confiança. Talvez por uma espécie de bom-mocismo, que fez toda a campanha petista cair no conto do vigário tucano. “A oposição disse que Dilma é marionete de Lula? Então vamos provar que ela não é: tira o Lula da campanha”, deve ter raciocinado alguma cabeça brilhante. Caíram no jogo da oposição, não pensaram no eleitor, que sempre quis “Lula de novo, com a força do povo”. Quando acusariam Lula de ser a favor do aborto? Ou que é a favor do casamento homossexual? Nunca. Ou melhor, poderiam acusar à vontade, que não teria a menor importância, o obscurantismo jamais teria solo fértil para voltar a crescer, como aconteceu agora, sem Lula presente. Felizmente, o segundo turno e o argumento das pesquisas fizeram as cabeças brilhantes voltarem atrás. Lula está de volta. Vamos pro ataque.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Chile X Brasil, novos argumentos contra as semelhanças nas eleições


Ontem mostrei aqui no Blog que não havia motivo para a Oposição comemorar a derrota do canditato da Concertación de Bachelet. As eleições chilena e brasileira não têm semelhanças que permitam concluir que a candidata de Lula será igualmente derrotada em outubro. Hoje, a Folha publica três novos artigos que também descartam as semelhanças. No artigo “Piñera lá, Serra aqui”, Fernando de Barros e Silva atribui a vitória do direitista Piñera “à conquista de uma classe média recém-estabelecida, seduzida na campanha por um discurso que pregou a 'mudança' muito mais como sinônimo de 'novas oportunidades' e 'alternância de poder' do que de ruptura em relação à gestão Bachelet”.
Já Fernando Rodrigues, em “Nuances entre Chile e Brasil”, observa que “o aspecto mais relevante a ser considerado talvez seja outro: o estado da economia. (...) Sob Bachelet, o ritmo recuou a 2,7%. No ano passado, deve ter ocorrido queda de 1,6%. O desemprego em 2008 era de 7%. Agora está em 9%”.
E Janio de Freitas, em “Lá para cá diferenças há”, mais próximo do que postei, escreve que a primeira das diferenças, “é a atitude mantida por Michelle Bachelet, que cumpriu sem desvio algum o preceito de que aos presidentes cabe presidir as eleições. Permitiu-se no máximo, já no segundo turno, uma palavra de eleitora favorável a Eduardo Frei, de cuja escolha como candidato Bachelet nem participou. Em resumo, a máquina e o peso do governo não foram fatores eleitorais no Chile. No Brasil de Lula, são o principal fator”.
Trazer inspirações eleitorais do Chile para o Brasil é apenas mais um delírio dessa Oposição perdida no tempo e no espaço.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Comparar a eleição chilena com a brasileira é comparar não sei o que com sei lá o quê



Em dezembro deixei claro aqui neste Blog (Chile: posição neutra de Marco Enríquez-Ominami pode complicar vitória de Frei no segundo turno) que não seria fácil Eduardo Frei vencer por causa da posição “independente” do candidato Ominami (MEO), que teve mais de 20% dos votos no primeiro turno. Esse, sim, seria um apoio decisivo, porque, saindo da esquerda, era o único com capacidade de atrair votos que seriam do direitista Piñera. Ominami acabou “apoiando não apoiando”, com discurso às vésperas do segundo turno, sem nem citar o nome de Frei: "Declaro formalmente minha decisão de apoiar ao candidato deste povo, o de 29% de chilenos que votaram em 13 de dezembro". Ominami preferiu pensar em seu futuro político. A própria Bachelet só entrou em campanha pra valer a favor do candidato da Concertación nos últimos dias, quando pôde demonstrar a força dos seus 80% de popularidade na Presidência: Frei saiu de uma derrota massacrante para uma surpreendente derrota no photochart. Tirando o fato de Bachelet, assim como Lula, ter 80% de apoio no governo, não há semelhanças significativas entre a eleição chilena e a próxima eleição presidencial brasileira. Frei já foi Presidente do Chile, enquanto Dilma nunca se candidatou. Bachelet, nessa eleição, praticamente não foi candidata, no sentido de se empenhar de corpo e alma pela eleição de Frei (ela própria preferia preservar sua imagem...), enquanto Lula é praticamente o candidato a um terceiro mandato, empenhando-se de corpo, alma, Bolsa Família, PAC, 2016, tapinhas nas costas e isopor na cabeça na vitória de Dilma. Na década de 70, um jingle do vitorioso Allende dizia: “De ti depende // de ti depende // de ti depende // que sea // Allende”. Bachelet não puxou para ela essa responsabilidade. Mas Lula já sabe há tempos que tudo depende dele.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Chile: posição neutra de Marco Enríquez-Ominami pode complicar vitória de Frei no segundo turno


Com 98,32% dos votos do primeiro turno chileno já definidos, o candidato da direita, Sebastian Piñera, teve 44,03%, o candidato da Concertacion (centro-esquerda, que está no poder), Eduardo Frei, teve 29,62%, o candidato "independente" (saiu do Partido Socialista para tornar-se candidato), Marco Enríquez-Ominami (MEO), teve 20,12% e o candidato comunista, Jorge Arrate, teve 6,21%. Para o segundo turno, entre Piñera e Frei, os votos de MEO tornaram-se decisivos, mas ele não pareceu muito disposto a fazer acordos de apoio. Logo após conhecer os resultados eleitorais, MEO liberou seus eleitores: “cada uno de ustedes, como hombres y mujeres soberanos, mayores de edad, responsables, sabrá muy bien qué hacer en esta segunda vuelta que enfrenta a dos líderes del pasado”. Apesar de sua trajetória na esquerda, com seus 20% de votos, MEO parece mais interessado em consolidar sua nova força política.

terça-feira, 13 de março de 2007

O noticiário da reforma mostra que a imprensa está mais perdida do que "bala perdida"

Uma coisa é certa: Lula driblou a imprensa na questão da reforma ministerial. Faz meses que a mídia dá grande destaque a tudo que se refere ao tema, sempre com informações desencontradas. Vejamos alguns jornais de hoje. A Folha diz que Lula disse ao PT que "não tem pressa". O Globo, ao contrário, diz que Lula deu "ultimato ao PT". O Estadão diz que "Lula começa reformas, mas esbarra no PT". Ao contrário, Zero Hora diz "Lula convence PT a ceder mais espaço no governo". Todo estão com algumas informações certas, mas estão equivocados na visão geral. Discutem se Lula é contra ou a favor do PT, se cedeu ou não cedeu ao Campo Majoritário, se traiu ou não traiu Jobim e esquecem o principal: a reforma ministerial já foi feita. Ela mostra a cara de um governo de centro-esquerda, com uma grande coalizão que tem no PT e no PMDB seus principais partidos e que conta com ampla maioria no Congresso. Foi realizado o que foi anunciado desde as eleições, a tão falada "concertación", a que este Blog se referiu inúmeras vezes. Há detalhes que envolvem 2010 (Marta, por exemplo), mas que já estão em fase de superação. Já está na hora de parar com esse tiroteio de notícias alucinadas.