Mostrando postagens com marcador julgamento do mensalão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador julgamento do mensalão. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Entrevista Uol-Folha com Zé Dirceu: imperdível




Não importa que você goste ou não goste do José Dirceu. Não importa que você já esteja com a opinião formada sobre o "mensalão" em função de tudo que leu, viu e conversou sobre o assunto. São 74 minutos. Talvez pareça longa, mas não é. Excelente entrevista. Parabéns para a Mônica Bergamo e o Fernando Rodrigues. E principalmente parabéns ao José Dirceu.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Pobres Poderes


Faz meses que assistimos incrédulos às sessões do STF. Dividido em duas grandes torcidas, o país passou a dar importância nunca antes vista àqueles senhores togados. Não vou entrar no mérito da disputa, embora tenha posição definida e conhecida. Mas como brasileiro quero dizer que fiquei bem decepcionado com o desempenho desses senhores. Eles se apequenaram, tornaram-se mínimos. Sua vaidade extremada, seu lero-lero, sua empáfia, suas pinimbas, suas caras e bocas, seu aparente despreparo para julgar, tudo isso me chocou e me desanimou. Ainda outro dia conversava com alguns advogados (não eram petistas, até apoiavam alguns resultados do julgamento) e um deles resumiu o que eu, leigo, percebia: “Falta grande jurista nesse Supremo”. É isso mesmo, é um Supremo sem nomes que não dependam do marketing de ocasião para ganharem respeito. Pobre poder, tristemente pobre.
Na mesma esplanada, outro poder já bastante conhecido do grande público, o Legislativo. Tem o mérito de ser inteiramente escolhido pelo povo brasileiro. E já deu na sua história grande demonstração de coragem em defesa do interesse público e da democracia. Embora às vezes cometa deslizes capazes de emporcalhar sua imagem junto ao povo que o elegeu, ainda conta com figuras ilustres, políticos respeitáveis, batalhadores de causas nobres. Mas me digam agora o que é isso que estamos presenciando? Que palhaçada foi essa? Como podem envergonhar a Nação com tanta facilidade? Como podem num piscar de olhos revelar que, ao longo de 12 anos, deixaram acumular a análise de 3.060 vetos presidenciais simplesmente porque estavam sem disposição pra isso? Como podem dar razão a seus críticos com tanta facilidade? É também pobre poder, tristemente pobre..
Ao povo brasileiro só resta lastimar: que podreres são esses?

Em tempo: do Procurador Geral da República já se esperava esse marketing estilo pitbull que adotou. O que não se esperava era esse papel bobo (mas perigoso) de brincar com o destino das pessoas, buscando o artifício do recesso do STF para ameaçar réus do chamado mensalão com prisão imediata. Meu Deus, parece até aqueles tempos em que De Gaulle teria dito: "Le Brésil n’est pas un pays serieux".

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Grave denúncia do Ministro do Supremo: a mídia determinou o julgamento

Imagem do Google, adaptada Está lá na manchete da Folha de hoje: "Supremo votou com a faca no pescoço". E quem afirma isso é ninguém menos do que um ministro do Supremo, Ricardo Lewandowski. Essa é uma das maiores provas de que a grande imprensa está funcionando como um poder paralelo, chegando a forçar decisões até mesmo do Supremo. Não está apenas fazendo o trabalho pretensamente objetivo de informar. Atua claramente como um partido político de oposição. OK. Seria o caso da grande imprensa informar agora quais os interesses que estão por trás de sua ação tão bem planejada. Leia a reportagem completa da Folha:
"Tendência era amaciar para Dirceu", diz ministro do STF
Lewandowski afirma que "imprensa acuou o Supremo" no julgamento do mensalão
"Todo mundo votou com a faca no pescoço", declara o autor do único voto contra a imputação do crime de quadrilha ao petista
VERA MAGALHÃES,DO PAINEL, EM BRASÍLIA
Em conversa telefônica na noite de anteontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados de envolvimento no mensalão. "A imprensa acuou o Supremo", avaliou Lewandowski para um interlocutor de nome "Marcelo". "Todo mundo votou com a faca no pescoço." Ainda segundo ele, "a tendência era amaciar para o Dirceu". Lewandowski foi o único a divergir do relator, Joaquim Barbosa, quanto à imputação do crime de formação de quadrilha para o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu, descrito na denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, como o "chefe da organização criminosa" de 40 pessoas envolvidas de alguma forma no escândalo. O telefonema de cerca de dez minutos, inteiramente testemunhado pela Folha, ocorreu por volta das 21h35. Lewandowski jantava, acompanhado, no recém-inaugurado Expand Wine Store by Piantella, na Asa Sul, em Brasília. Apesar de ocupar uma mesa na parte interna do restaurante, o ministro preferiu falar ao celular caminhando pelo jardim externo, que fica na parte de trás do estabelecimento, onde existem algumas mesas -entre elas a ocupada pela repórter da Folha, a menos de cinco metros de Lewandowski. A menção à imprensa se deve à divulgação na semana passada, pelo jornal "O Globo", do conteúdo de trocas de mensagens instantâneas pelo computador entre ministros do STF, sobretudo de uma conversa entre o próprio Lewandowski e a colega Cármen Lúcia. Nos diálogos, os dois partilhavam dúvidas e opiniões a respeito do julgamento, especulavam sobre o voto de colegas e aludiam a um suposto acordo envolvendo a aposentadoria do ex-ministro Sepúlveda Pertence e a nomeação -que veio a se confirmar- de Carlos Alberto Direito para seu lugar. Lewandowski chegou a relacionar o suposto acordo ao resultado do julgamento. Ontem, na conversa de cerca de dez minutos com Marcelo, opinou que a decisão da Corte poderia ter sido diferente, não fosse a exposição dos diálogos. "Você não tenha dúvida", repetiu em seguidas ocasiões ao longo da conversa.O fato de os 40 denunciados pelo procurador-geral terem virado réus da ação penal e o dilatado placar a favor do recebimento da denúncia em casos como o de Dirceu e de integrantes da cúpula do PT surpreenderam advogados de defesa e o governo. Na véspera do início dos trabalhos, os ministros tinham feito uma reunião para "trocar impressões" sobre o julgamento, inédito pelo número de denunciados e pela importância política do caso. Em seu voto divergente no caso de Dirceu, Lewandowski disse que "não ficou suficientemente comprovada" a formação de quadrilha no que diz respeito ao ex-ministro. "Está se potencializando o cargo ocupado [por Dirceu] exatamente para se imputar a ele a formação de quadrilha", afirmou. Enrique Ricardo Lewandowski, 58, foi o quinto ministro do STF nomeado por Lula, em fevereiro do ano passado, para o lugar de Carlos Velloso. Antes, era desembargador do Tribunal de Justiça de SP. No geral, o ministro foi o que mais divergiu do voto de Barbosa: 12 ocasiões. Além de não acolher a denúncia contra Dirceu por formação de quadrilha, também se opôs ao enquadramento do deputado José Genoino nesse crime, no que foi acompanhado por Eros Grau. No telefonema com Marcelo, ele deu a entender que poderia ter contrariado o relator em mais questões, não fosse a suposta pressão da mídia. Ao analisar o efeito da divulgação das conversas sobre o tribunal, disse que, para ele, não haveria maiores conseqüências: "Para mim não ficou tão mal, todo mundo sabe que eu sou independente". Ainda assim, logo em seguida deu a entender que, não fosse a divulgação dos diálogos, poderia ter divergido do relator em outros pontos: "Não tenha dúvida. Eu estava tinindo nos cascos". Lewandowski fez ainda referência à nomeação de Carlos Alberto Direito, oficializada naquela manhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Negou ao interlocutor que fizesse parte de um grupo do STF contrário à escolha do ministro do Superior Tribunal de Justiça para a vaga de Pertence, como se depreende da conversa eletrônica entre ele e Cármen Lúcia. "Sou amigo do Direito. Todo mundo sabia que ele era o próximo. Tinha uma campanha aberta para ele." Ainda em tom queixoso, gesticulando muito e passando várias vezes a mão livre pela vasta cabeleira branca enquanto falava ao celular, Lewandowski disse que a prática de trocar mensagens pelos computadores é corriqueira entre os ministros durante as sessões. "Todo mundo faz isso. Todo mundo brinca." Já prestes a encerrar a conversa, o ministro, que ainda trajava o terno azul acinzentado e a gravata amarela usados horas antes, no último dia de sessão do mensalão, procurou resignar-se com a exposição inesperada e com o resultado do julgamento. "Paciência", disse, várias vezes. E ainda filosofou: "Acidentes acontecem. Eu poderia estar naquele avião da TAM". Além dos trechos claramente identificados pela reportagem, a conversa teve outras considerações sobre o julgamento, cuja íntegra não pôde ser depreendida, uma vez que Lewandowski caminhou para um lado e para outro durante o telefonema. Logo após desligar, ao voltar para o salão principal do restaurante, Lewandowski se deteve para cumprimentar um dos proprietários, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, figura muito conhecida em Brasília e amigo de vários advogados e políticos -entre eles o próprio Dirceu, citado na conversa. Lewandowski ficou pouco mais de uma hora no restaurante. A Expand Wine Store by Piantella é um misto de loja de vinhos, restaurante e bar localizada na quadra 403 Sul, no Plano Piloto. Pertence ao mesmo grupo de proprietários do Piantella, o mais tradicional restaurante da capital federal, ponto de encontro de políticos. Só depois da conversa com Marcelo é que Lewandowski sentou-se e fez os pedidos: uma garrafa de vinho argentino Santa Júlia, R$ 49 segundo o cardápio, uma porção mista de queijos e outra de presunto, cada uma ao preço de R$ 35. No telão localizado às costas do ministro, eram exibidos DVDs musicais -um show do grupo Simply Red e uma apresentação da cantora Ana Carolina.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Mensalão já é passadão

Ok, mídia. Já acabou essa fase do mensalão. O que tinha de importante como notícia já foi, e agora só resta política. Sei que a grande imprensa adora fazer política anti-Lula, mas tem coisa mais importante para fazer. Vamos combinar: daqui a três anos, quando começarem a sair as sentenças de verdade, a gente voltar a tocar no assunto.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Mensalão: o Supremo vai julgar fatos ou versões?

O Supremo pode ficar alheio à opinião pública? Não, claro que não. O Supremo não pode ser uma entidade à parte, como se não pertencesse à sociedade que o criou. Por outro lado, não pode ser seu refém. Não pode ficar im-pressionado. Muito menos quando se percebe que há muitos interesses conflitantes tentando influenciar na decisão. A grande imprensa, por exemplo, pressiona incansavelmente, a pretexto, talvez, de representar a opinião pública - o que está longe de ser verdade, embora muitas vezes consiga formar a opinião pública. Mas o fato é que nem sempre o fato corresponde à versão. Às vezes até pode corresponder, mas é difícil ou impossível comprovar. Vejamos o exemplo dessa história (que virou manchete do fim de semana) que fala do dinheiro do Ministério do Esportes que teria ido parar nas mãos de uma assessora de um deputado (não lembro qual) do PT. Pelo que foi divulgado como material da acusação pode até ser verdade. Mas pode até não ser. A rigor, nada comprova o elo. Trata-se acima de tudo de uma percepção nesse sentido. Os juízes devem considerar esse tipo de percepção? Claro que sim. Mas devem também considerar os seus riscos. Alguém pode argumentar que o julgamento do mensalão ainda não é definitivo. O Supremo está está apenas julgando se deve haver julgamento ou não - portanto, seria aconselhável aceitar essas percepções de acusação para que haja um julgamento completo e, assim, ter todos os elementos para a verdade final. Mas isso é meia verdade. O Supremo já está fazendo um julgamento, sim. O mundo das percepções vai se alimentar das decisões de agora. Quem for conduzido para julgamento já estará condenado politicamente. Por exemplo, se José Dirceu for conduzido para julgamento hoje, amanhã ele já estará ardendo na fogueira das primeiras páginas. A decisão não é simples, mas deve ter parâmetros indiscutíveis. Não podemos sobreviver às custas de pressões e percepções discutíveis. Mais importante seria julgar essas democracias "representativas" que de fato só servem para representar os interesses de poucos. Que democracia é essa que faz com que os executivos negociem com os parlamentares benefícios em dinheiro para garantir governabilidade? E qual o papel dos juízes nessas "democracias"? Infelizmente, ainda teremos muitas versões em julgamento, antes de termos democracia representativa de fato.

sábado, 25 de agosto de 2007

A capa do O Globo de hoje é um primor de campanha anti-Lula

É preciso tirar o chapéu para o pessoal do jornal O Globo, porque eles são muito competentes na sua campanha anti-Lula. São trabalhos muitas vezes silenciosos, apesar de gritantes. Essa primeira página de hoje é um exemplo. A manchete fala dos réus do mensalão, em função do julgamento no STF. Mas a foto que ilustra a reportagem é uma foto de Lula cabisbaixo - que na verdade faz parte de outro assunto. A busca da vinculação de Lula com o mensalão é sutil e ao mesmo tempo escandalosa. Tanto pode significar que Lula é um dos reús como pode significar que Lula chorou (a legenda da foto fala em "Ataques, elogios e choro") por causa de seus amigos. Na verdade, o choro real de Lula refere-se a outro assunto. Ele chorou "ao contar histórias de sua juventude pobre na periferia paulista: em cerimônia de lançamento do PAC no Paraná, criticou a imprensa, a elite e o ex-presidente FH, fez elogios a Geisel e Getúlio, e evitou o tema do mensalão", como "confessa" o jornal, sem muito destaque. É uma peça de propaganda política no melhor estilo Goebbels.
Sem ligação com Goebbels, lembro do caso do jornalista de um estado nordestino que ficou chateado por ter saído da equipe de Veja. Ele também era editor de um pequeno jornal e, uma semana depois da demissão, noticiou a visita de Vitor Civita, o dono da Editora Abril, à sua cidade com uma foto imensa de primeira página. Graças à diagramação (como essa do Globo) parecia que a foto de Vitor Civita era ilustração da manchete principal: "Preso o chefe dos contrabandistas"...

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Os Ministros do Supremo foram flagrados como crianças fazendo travessuras

Nada contra as trocas de confidências entre os ministros do Supremo. Afinal, são pessoas, de carne e osso, que também fazem suas estripulias. O momento é que era extremamente impróprio. Primeiro, que não é para fazer estripulias na hora de julgar que eles são pagos. Segundo, que trata-se de um julgamento muitíssimo delicado, que mobiliza autoridades, políticos, mídia e opinião pública e exige muito respeito e seriedade, ou seja, não pode dar margem a dúvidas jurídicas. Terceiro, que já é hora de ficar esperto contra as "espertezas" da mídia, da Globo em particular. Quarto, que em nenhum momento ninguém tem o direito de prejudicar a imagem do Supremo Tribunal Federal, guardião da Constituição. Isso é imperdoável. É muito pior do que flagrar os filhos lendo revistinha de quadrinhos na hora do dever de casa. Merecem castigo...