quarta-feira, 29 de agosto de 2007
O barraco de César e Syrkis na Favela da Rocinha
O Prefeito do Rio, César Maia (DEM, ex-PFL), e o seu ex-Secretário de Urbanismo, Alfredo Syrkis (presidente do PV no Estado do rio de Janeiro), resolveram armar o maior barraco adivinha onde - na maior das favelas, a Rocinha. Barraco com direito a primeira página do Globo, reprodução de e-mails trocados, publicação de trecho de livro (do Syrkis) a ser lançado, entrevistas nos principais veículos. Os alicerces do barraco estariam no desentendimento entre os dois sobre o que fazer com as construções irregulares da Rocinha, isso em 2005. Syrkis conta que tentou acabar com as irregularidades, mas César Maia teria impedido, movido por motivos políticos. Segundo ele, César estaria deixando de ser administrador para ser apenas político (algo assim). César responde na mesma moeda, dizendo que tudo não passa de encenação de Syrkis, que estaria buscando projetar-se por causa de sua candidatura a Prefeito do Rio em 2008 (algo assim). Os dois certamente têm razão. São muito próximos desde os tempos do PDT de Brizola e vinham há anos fazendo uma perceria muito bem afinada na política local. O PV servia a César para aliviar um pouco as tintas carregadas de seu conservadorismo. E César era a máquina que garantia um pouco de oxigênio ao debilitado PV. As estruturas dessa relação tiveram um abalo forte em 2006. Syrkis candidatou-se a senador pensando em conquistar uma votação expressiva e, com isso, cacifar-se para a candidatura de prefeito em 2008. Chegou até a mudar o visual para isso. E obviamente contava com o aval de César que talvez tenha sido o mentor do plano. Mas a disputa ficou muito polarizada entre Dornelles (PP) e Jandira (PCdoB), com todas as projeções apontando para a vitória da "comunista do b". César percebeu que ela é que ganharia força monumental para a disputa de 2008, e isso ele não poderia admitir. Retirou todo o apoio a Syrkis e colocou em Dornelles (que não tem a pretensão de ser prefeito), garantindo a sua vitória. O resultado é que a vida em palco iluminado que os dois tinham agora não conta mais com as roupas comuns dependuradas...
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