domingo, 12 de agosto de 2007
Gabriel Tarde a serviço de Lula
Gabriel Tarde é o nome preferido de César Maia para tecer suas tramas políticas. É a partir do pensador francês que ele fala dos "fluxos de opinamentos" ou da teoria da "pedra no lago" anti-Lula. César Maia chega a parecer obsessivo nessa questão. De fato, ele procura municiar a mídia oposicionista com uma teoria bem montada. É a partir dessa mídia despreparada teoricamente - mas ávida de sangue - que César Maia vê a chance de contaminar o eleitorado brasileiro com um pensamento antilulista. Escreve ele: "Um fato forte funciona no Brasil como uma pedra que se joga na água de um lago onde os círculos concêntricos vão se abrindo, vão chegando às margens, ou seja, aos segmentos com menos informação. Nesta conjuntura - o efeito - o Rei Está Nu - foi precipitado pelas vaias do Maracanã no dia 13 de julho. Estas funcionaram como uma pedra jogada na água, no meio de um lago. O tamanho da pedra aumenta o diâmetro que se atinge. Mas sempre que se lançam outras pedras na direção das margens - nos 4 pontos cardeais que envolvem a canoa de onde foi lançada a primeira pedra - os círculos concêntricos são sustentáveis, recobram intensidade e garantidamente chegam às margens, ou seja, aos que têm menos informação. Esse processo no Brasil leva uns 90 dias. Mas se novas pedras não forem jogadas no lago os círculos vão se tornando mais tênues, com menor poder de contaminação da opinião pública de menor renda e menor escolaridade, que é exatamente o público alvo do governo". Foi a fórmula que ele encontrou para transpor o fato de que a base da sociedade não está iniciando um processo de contaminação anti-Lula. Escreve César: "Este Ex-Blog já comentou algumas vezes que a opinião pública se forma por contaminação e na base da sociedade. Esse processo é mais rápido quando toda a sociedade tem acesso a uma mesma informação publicada pela imprensa. No Brasil, em função dos níveis de renda e escolaridade o processo é mais lento". O problema é que as pedras da grande mídia não estão sendo fortes suficientes para contaminar a base negativamente. Há uma pedra mais forte lançada pela comunicação (com trocadilho) boca a boca. O Bolsa Família é mais forte do que a vaia ou do que a forçação da crise aérea. Junto com o Bolsa Família vem a redução da pobreza. Vem a educação. Vem a saúde. Vem a redução do desemprego. Vem a Carteira assinada. Vem o crédito. Aí, sim, podemos dizer, com toda propriedade, que "a opinião pública se forma por contaminação e na base da sociedade". São pedras mais fortes, mais variadas e melhor localizadas no "lago que formará a opinião pública". Além disso, a mídia que deveria ser fonte única de "pedras anti-Lula" é obrigada, mesmo a contragosto, a divulgar: previsão de crescimento do país acima de 5%; crescimento de 7% (sobre 2006) nas vendas do Dia do Pais (superior até ao último Dia das Mães); sucesso de Lula, do etanol e do bio-combustível no mundo inteiro; solidez da economia mesmo diante da revoada financeira mundial. É esse fluxo de opinamento que garante os altos índices de apoio a Lula, apesar das crises (algumas naturais, mas a maiotria fabricada), apesar do desespero da grande mídia e da Oposição. Eles têm dificuldade em aprender que os fluxos de opinamento não têm direção única. Que pode haver outros fluxos em direção oposta e com muito mais vigor. Mas nunca é Tarde para aprender...
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