sábado, 31 de maio de 2008
Eleição americana: mais dois pontos a favor de Barack Obama neste sábado
Ponto nº 1. A Direção do Partido Democrata pôs um basta nas pretensões de Hillary Clinton de ganhar no tapetão. Os votos irregulares da Flórida e de Michigan não puderam ser inteiramente convertidos para Hillary. Foi contabilizada apenas a metade, isso porque o Partido buscou evitar um racha total com os seguidores dos Clinton. Seja como for, Hillary - que seria derrotada de qualquer maneira - ficou mais distante, praticamente com chance zero de ultrapassar Obama. Ponto nº 2. Barack Obama abandonou a sua igreja, a Trinity United Church of Christ, de Chicago, que foi muito importante para a sua formação e projeção política, mas que agora, durante a campanha, estava mais atrapalhando do que ajudando. No vídeo abaixo podemos ter uma noção de como a igreja era realmente "cheia de fervor". Trata-se de um trecho do sermão de um amigo de Obama, um católico (!), o Reverendo Michael Pfleger, no momento em que ele ridiculariza Hillary Clinton, dizendo que ela estava indignada porque, ela, uma branca, estava tendo o seu show roubado por esse negro, Barack Obama (algo assim). Claro que gerou constrangimento para Obama e ele, acertadamente, resolveu sair da igreja para poder se dedicar apenas a combater o Republicano John McCain. Vejam o vídeo:
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sexta-feira, 30 de maio de 2008
Aldeia global
É perturbador ver na internet as fotos desses índios da fronteira do Acre com o Peru, um dos diversos grupos indígenas isolados, sem contato algum com a civilização. Lembro do McLuhan da década de 60 profetizando a "aldeia global" da internet. Ao mesmo tempo leio o sensato coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental da Funai, José Carlos dos Reis Meirelles Júnior, declarar que é necessário manter o grupo isolado em sua aldeia nada global para que ele sobreviva. Mundo, mundo, vasto mundo...
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quinta-feira, 29 de maio de 2008
Garotinho e a segurança
Em primeiro lugar, quero dizer que não consigo ver o Garotinho como "chefe da quadrilha", como estampam os jornais. Em 94, quando fui dar um apoio na redação dos seus programas de TV no segundo turno da campanha para Governador do Rio de Janeiro, ele me falava entusiasmado de suas leituras e pesquisas sobre o tema segurança. E já alertava com algo assim:"É impossível resolver os problemas de segurança enquanto não forem presos os grandes figurões - inclusive das Forças Armadas - que estão por trás desses bandidos que aparecem na mídia". Em 98, quando fui chamado para coordenar o marketing de sua nova campanha a Governador, ele já estava ligado a Luiz Eduardo Soares (antes sondado por César Maia, parece) que deu a base (ou teria feito tudo...) do famoso livro de Garotinho sobre segurança. Fiquei impressionado como ele dominava o tema. Discorria com tranqüilidade, sem trocadilho, com toda segurança. Durante a campanha, ele deu um show sobre César Maia, até então (e ainda hoje) um Papa no assunto. Cerca de 10 meses depois de sua posse, ele me chamou e disse: "Gadelha, cola no Luiz Eduardo e pensa no marketing da segurança". Ele não queria com isso fazer apenas "marketing" (no sentido pejorativo"), mas demonstrar que estava inteiramente preocupado com a questão que ocupava cada vez espaço no noticiário. Ele se entusiasmou com tudo que fiz ao lado do Luiz Eduardo. Acompanhou com interesse todas as pesquisas e aprovou imediatamente a criação da "Nova Polícia". Lembro de suas palavras no Seminário Internacional sobre Segurança que realizamos: "Temos que dar melhores salários aos nossos policiais. Mas isso só não basta, porque a bandidagem sempre vai ter mais dinheiro para corromper. O que temos que fazer é mudar a mentalidade dos policiais para transformá-los em verdadeiros defensores da sociedade". Essa era uma preocupação permanente que tinha. Ficava revoltado com o alto grau de corrupção no meio policial. Por isso tudo, não posso acreditar nas notícias que o associam a "formação de quadrilha armada". Prefiro acreditar que sua ambição política, trilhada com muitos erros políticos, fez com que ele perdesse eficiência em sua cruzada pela segurança pública. Garotinho nunca foi um garotinho. Mas daí a achar que ele é um chefe de quadrilha é um pirulito grande demais.
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Bush e Uribe, presidentes enganadores
Bush, dos Estados Unidos, e Uribe, da Colômbia, poderão entrar para a história como dois dos presidentes mais enganadores do mundo. As enganações de Bush, amplamente conhecidas, estão sendo detalhadas no livro "What Happened: Inside the Bush White House and Washington's Culture of Deception" ("O Que Aconteceu: Dentro da Casa Branca de Bush e a Cultura de Desilusão de Washington"), escrito por seu ex-porta-voz, Scott McClellan, com quem trabalhava desde os tempos do governo texano. Diz McClellan que quando aproximava-se a guerra do Iraque a Casa Branca decidiu deixar de lado a franqueza e a honestidade e que numa época de permanente campanha eleitoral passou a "manipular as fontes de opinião pública em benefício do presidente". O aliado de Bush e Presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, não fica atrás. O Congresso colombiano vive grave crise política, com escândalo que mantém na prisão pelo menos 32 congressistas e com investigação de outros 30 por suas ligações com os esquadrões de paramilitares da direita - aliados de Uribe. Como se isso não bastasse, a ex-deputada Yidis Martínez, que está presa, confessou que recebeu suborno para apoiar a reeleição de Uribe. Graças a isso, ela "mudou de opinião", na última hora e deu um voto decisivo para alterar a Constituição a favor da reeleição. Não entendo como presidentes desse nível se acham com moral para criticar Chávez, Fidel, ou qualquer outro líder de prestígio. O que esperamos agora é que eles saiam para sempre de nossa história, levando junto o seu estilo enganador de ser. Leia mais em El País.
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segunda-feira, 26 de maio de 2008
Pezão e Shrek
Hoje, às sete e meia da manhã, o Vice-Governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, ainda não tinha lido a nota da coluna "Gente Boa", de Joaquim Ferreira dos Santos, no Globo, onde foi carinhosamente comparado pelo Governador Sérgio Cabral ao personagem Shrek. Diz a nota: Do governador Sérgio Cabral, em Paris, tentando explicar aos franceses como era seu querido vice, Luiz Fernando Pezão: “Ele é alto, gigante. A princípio, pode até assustar. Mas tem um coração enorme e uma competência ímpar. É igual ao Shrek". Quando leu, Pezão riu muito e só fez comentar: "É um gozador, esse Sérgio".
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sexta-feira, 23 de maio de 2008
Panorama Político mistura eleições
O Panorama Político de hoje, no jornal O Globo, dá uma nota ("Trajetória") sobre os resultados eleitorais do Senador Bispo Marcello Crivella nas últimas três eleições no município do Rio de Janeiro bastante equivocada. Diz a nota: "Os resultados eleitorais no município do Rio não têm sido favoráveis ao líder nas pesquisas para a prefeitura, o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). Sua votação tem caído a cada eleição: 1,1 milhão em 2002, 753 mil em 2004 e 549 mil em 2006". Provavelmente foi motivada por algum assessor de candidato adversário de Crivella e, apesar de estar correta nos números que apresenta, na verdade engana o leitor comum. Estou longe de querer aqui defender Crivella, mas o fato é que os dados misturam três tipos de eleição: para Senador, em 2002, com duas vagas em disputa, quando Crivella (eleito) teve no município 1.106.161 dos 3.243.289 votos que o elegeram; para Prefeito, em 2004, quando o Senador-Bispo perdeu para o então todo-poderoso César Maia que estava em reeleição e teve 743.189 votos; e para Governador em 2006, quando ficou em terceiro e teve no município 549.890 dos 1.531.431 votos. Quem lê sem pensar acredita que Crivella só fez cair. Mas as eleições são absolutamente diferentes e devem ser antes de tudo comparadas pelos percentuais. Em 2002, para Senador, Crivella teve 17,432% dos votos; em 2004, para Prefeito, subiu para 21,830% dos votos; e em 2006, para Governador, praticamente voltou ao patamar de 2002 com 16,263% dos votos. O importante, portanto, é observar que em 2004, para Prefeito, Crivella teve 21,83% dos votos e que agora está perto dos 30% nas intenções de votos. Os marqueteiros têm que fazer muito mais do que soltar informações enganosas. Se continuarem assim, ele acaba vencendo por W.O. Não é tão difícil derrotar Crivella com a alta rejeição que tem no Rio. Mas os adversários precisam saber sair da inércia.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Eleição no Rio: Crivella em Jerusalém
Às vezes tenho a sensação que o Senador Bispo Crivella (PRB) vai se eleger Prefeito do Rio por W.O. Todas as pesquisas mostram que ele está liderando com folga, mas não é apenas essa a questão. Acontece que ele parece ser o único que está se mexendo, criando fatos, ocupando espaço na mídia. Já inventou o tal do Cimento Social para o Morro da Providência, aparece em tudo que é foto ao lado do Lula e agora inventou essa história de Supermaquete de Jerusalém. O Globo noticiou que ele inaugurou ontem "a maior maquete do mundo da cidade de Jerusalém, na Catedral Mundial da Fé, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Com 736 metros quadrados, o projeto levou oito anos para ser concluído". Graças a essas e outras cositas, ele está ocupando mais espaço que os palestinos, enquanto as outras campanhas parecem navegar em mar morto. Vai acabar se elegendo Prefeito... nem que seja de Jerusalém.
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Eleição americana: Obama já fez a maioria
Com os votos obtidos ontem na derrota em Kentucky e a vitória em Oregon, Barack Obama já tem 50% mais 23 dos delegados eleitos. Isso significa que agora tudo depende dos superdelegados (delegados escolhidos pela máquina partidária) para que ele seja formalmente escolhido o candidato Democrata à Presidência. Obama já tem o apoio declarado de mais superdelegados do que Hillary Clinton, mas precisa de mais 92 ou 93 para ter maioria absoluta. Tudo é uma questão de teimosia dos Clinton. Ou de estratégia visando 2012.
segunda-feira, 19 de maio de 2008
E agora, cara-pálida? Vai ter pele (quase) vermelha na Presidência...
Barack Obama fez o que nenhum outro candidato à Presidência dos Estados Unidos fez (porque eram todos pale-face): visitou uma aldeia indígena, dos Crow (Corvos). Mais ainda: tornou-se membro da tribo e foi adotado pelo casal Hartford e Mary Black Eagle. O porta-voz da tribo, Old Horn, afirmou que vários membros da tribo se identificam com as origens de Obama. "Sua herança de ser pobre, ser marginalizado, são duas coisas em comum com a gente. Sempre fomos tratados como marginalizados no que diz respeito às políticas públicas. Além disso, todos somos pobres." Leia mais na Reuters.
domingo, 18 de maio de 2008
Datafolha em São Paulo: Marta e Kassab crescem, Alckmin estaciona
Os dados mais importantes que o Datafolha divulga hoje sobre a pesquisa de intenção de votos para Prefeito de São Paulo estão na categoria "Resposta Espontânea". Segundo o Instituto, Marta (PT) evoluiu de 7% em novembro para 10% em fevereiro, 15% em março e 18% agora em maio. Kassab (DEM, ex-PFL) evoluiu de 10% em novembro para 11% em fevereiro, 11% em março e 13% agora em maio. Alckmin (PSDB) evoluiu de 4% em novembro para 6% em fevereiro, 8% em março e praticamente estacionou, com 9% agora em maio. Pesquisa realizada no dia 15 de maio, com 1.087 eleitores, margem de erro máxima de 3%.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Assessoria de Comunicação e Relações de Poder
Neste fim de semana, estarei em Rio da Ostras (RJ) participando de um Encontro promovido pelo Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro e pela FENAJ - Federação Nacional dos Jornalistas com debates sobre Comunicação. O tema geral do Encontro é "Assessoria de Comunicação e Relações de Poder", que também contará com a presença de outros profissionais conhecidos: Cláudio Gama (Instituto Mapear), Jan Theophilo (O Dia), Evandro Ouriques (Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Comunicação e Consciência ECO/UFRJ), Cristina Vaz de Carvalho (Criscom / portal Jornalistas&Cia), Marcelo Tavela (portal Comunique-se), Thaís Naldoni (Editora-executiva do Portal Imprensa e apresentadora do programa Imprensa na TV, exibido pela ALLTV), Bette Romero (Background Comunicação). Mais informações aqui.
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quarta-feira, 14 de maio de 2008
Feijoada no Maracanãzinho
O imenso galpão do Centro Cultural Ação da Cidadania, no Rio de Janeiro, pareceu pequeno diante do sucesso de público da Feijoada da Benedita, que ela promove todo dia 13 de maio. Presente todos os pré-candidatos petistas a Prefeito no Estado do Rio de Janeiro. O sucesso foi tão grande que o marido de Benedita, ator Antônio Pitanga, já está pensando, no próximo ano, utilizar o Maracanãzinho!
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sábado, 10 de maio de 2008
"O país do futuro finalmente aconteceu", declara The Guardian sobre o Brasil
Caso a Oposição não tenha tido chance de ler, reproduzo aqui na íntegra a reportagem deste sábado no jornal ingês The Guardian:
The country of the future finally arrives
With an export boom and oil finds, Brazil, the sleeping giant of South America is awakening * Tom Phillips
Sitting in his air-conditioned office in Guarantã do Norte, a remote agricultural town on the edge of the Amazon rainforest, local mayor José Humberto Macêdo looked a contented man. Thanks largely to the global boom in commodities, this soya-growing region has been transformed into the vanguard of Brazil's march on to the world stage. "This is going to be the new Brazil," Macêdo beamed, explaining how ballooning commodity prices had made his region, Mato Grosso state, into a powerhouse of the Brazilian economy. Across the country, similar optimism can now be heard among businessmen and politicians, all convinced that South America's sleeping giant is finally waking up. Brazil has long been known as the país do futuro (country of the future). But a series of economic and political crises and 21 years of military rule somehow meant the future never quite arrived. Now things seem to be changing. Brazil's currency recently hit a nine-year-high against the dollar, inflation is under control and millions of Brazilians are being propelled towards a new middle class. Last week, meanwhile, Brazil was awarded "investment grade" status by the financial rating agency Standard & Poor's, sending the country's stocks soaring to an all-time high. Following the announcement, Brazil's president, Luiz Inácio Lula da Silva, said: "If we translate this into a language that the Brazilian people understand, it means that Brazil was declared a serious country, that has serious policies, that takes care of its finances with seriousness and because of this we deserve international confidence." From oranges and iron ore to biofuels, Brazilian exports are booming, creating a new generation of tycoons. Brazil's millionaire club grew from 130,000 in 2006 to 190,000 last year - one of the fastest rates in the world, according to a study by the Boston Consulting Group. "We are the biggest exporters of meat, coffee, sugar, fruit juices and the second biggest of grains," Brazil's agriculture minister, Reinhold Stephanes, boasted at a conference in Brasília last month. Meanwhile, Brazil's stockmarket, known as the Bovespa, was one of the best performing in the world last year. Despite the world economic crisis, the Brazilian government recently raised the projected growth rate this year to 5% - lower than the other so-called BRIC nations of Russia, India and China but impressive for a developing country. "The future has already arrived," said David Fleischer, a political scientist at the University of Brasília. "Foreign investments coming into Brazil are very strong; inflation is more or less under control; Brazil now has more international reserves than foreign debt, and the commodities are booming." Not to mention the oil. A series of huge offshore discoveries by the state-owned energy company Petrobras has led many to dub the president "Sheikh Lula" and claim that Brazil may soon become a major oil producer. In April, when Haroldo Lima, head of Brazil's national petroleum agency, made headlines after claiming that another huge oilfield had been found off Rio's coast, the news appeared to confirm what many Brazilians have long claimed: God is Brazilian. Lia Valls, an economist at Rio's Getulio Vargas Foundation, said: "We are now living a singular economic situation we have never experienced before. The international situation is very favourable to Brazil." In February, when the government announced that it had paid off its foreign debt, Lula boasted that Brazil had "taken an extremely important step towards transforming itself into a country taken seriously in the financial world". "We will transform this country, definitively, into a great economy and a great nation," the president added. Keen to transform itself from developing nation to world power, Brazil is also presiding over a 1,200-strong UN stabilisation force in conflict-ridden Haiti. Paulo Cordeiro, the country's former ambassador in Port-au-Prince, said the presence of Brazilian troops was a "demonstration of Brazil ... wanting more responsibility. "I think Brazil has already reached a certain level of development in which the international community starts calling on it to act more," he said. "Brazil's international leadership has grown a great deal over the last six or seven years," said the University of Brasília's Fleischer, citing Brazil's involvement in the UN mission and its leadership of the emerging nations in the Doha talks. "The tendency is for this influence to keep growing." For analysts, much of the euphoria sweeping Brazil is down to the ability to control the inflation that plagued the country in the late 1980s and early 1990s. In 1993 inflation reached 2,490%. Today the figure stands at about 4.7%. "I think now it is difficult to imagine a return to this," said Valls. Analysts are less certain, however, about the effects that a drop in commodity prices might have. Many believe this could bring a dramatic end to Brazil's boom. Others question whether the infrastructure and education systems are strong enough to maintain the economic momentum. Valls warned: "All this does not mean you are guaranteed economic growth. Brazil still has serious structural problems; there needs to be lots of investment in infrastructure. There are some serious pitfalls that compromise this growth: education, having a qualified workforce, health."
Eleição no Rio: César Maia no papel de César Maia
O Prefeito do Rio, César Maia (DEM, ex-PFL), lançou a candidatura de sua pupila (Deputada Solange Amaral) à sua sucessão fazendo o que ele mais gosta de fazer (e faz bem): marcando diferenças. Bateu firme no Bispo Senador Marcello Crivella (PRB), que lidera as pesquisas e que certamente terá seu apoio no segundo turno. Bateu nele para que ninguém pense que já assumiu o fracasso de Solange Amaral. Bateu no candidato Alessandro Molon (PT-PMDB) não por ser seu "antagônico petista", mas porque ele tira votos de seu eleitorado classe média conservador. Tem batido em Jandira Feghali (PCdoB) e Gabeira (Tucano Verde) pelo mesmo motivo. Ao apontar esses nomes como os principais adversários, César Maia tenta também aumentar o cacife de Solange Amaral, o nome mais fraco, apesar da máquina municipal que que está se movimentando por sua candidatura. Como diz o próprio César Maia, isso parece confuso, mas tem muita lógica.
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Artur da Távola
Tive três contatos com Paulo Alberto, Artur da Távola. O primeiro, ainda era adolescente e foi bem marcante. Ele era amigo de parentes meus e fomos passar um sábado em uma casa na Serra (Corrêas, Petrópolis, RJ, creio). Na varanda vi o sogro dele na época, o educador Anísio Teixeira, ouvindo música clássica em uma vitrola com discos de 78 rpm. Olhos fechados, ele parecia não se preocupar com a pausa e o ruído da troca automática dos discos, já que a música, obviamente, era longa e exigia várias daquelas antigas "bolachas". Outro contato, foi quando entrei em uma agência de publicidade que tinha a conta de uma empresa dele. E o terceiro foi quando ele passou um fim de semana em minha casa na praia. Caminhamos até a casa de Celso Japiassu, que ele me apresentou. A imagem que tive sempre foi de uma pessoa doce, simpática. Depois desses contatos, ele voltou a se candidatar a cargo político - e eu geralmente estava fazendo campanha para seus adversários.
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Paulo Alberto Moretzsohn Monteiro de Barros
Eleição americana: na contagem do New York Times, Obama já supera Hillary Clinton até em "superdelegados"
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Dossiê do Cartão: a questão é saber se Fernando Henrique também ajudou a vazar
A Globo conseguiu brilhantemente tirar do ar o sucesso do depoimento de Dilma Roussef. No lugar entrou o assessor que teria repassado os dados sobre os gastos do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso para o Senador Álvaro Dias (PSDB). Daí, essas informações - que eram tidas como sigilosas - teriam voado até a Folha, que tratou de publicá-las. OK, vamos dizer que tenha sido exatamente assim. A questão principal agora é saber por que Álvaro Dias decidiu pelo vazamento, já que ele é (ou supomos que seja) aliado de Fernando Henrique. O objetivo (considerando-se o resultado) parece ter sido o de comprometer o Governo Lula, dando a impressão de que ele chantageava a Oposição. Ao mesmo tempo, o vazamento daria a desculpa necessária para a divulgação completa dos dados sigilosos. No final, o tiro saiu pela culatra. Mas resta uma grande dúvida: Álvaro Dias teria feito tudo isso sem consultar Fernando Henrique? Se foi assim, será que ele teria algum interesse em prejudicar o seu líder maior? Se, ao contrário, ele agiu em sintonia com Fernando Henrique, o que podemos concluir - que o ex-Presidente é apenas mais um politicozinho que transita com naturalidade nesse mundinho sórdido? Tomara que não, em nome de alguma dignidade no meio político brasileiro.
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Eleição americana: Hillary prefere McCain
Está na cara que a pré-candidata Democrata Hillary Clinton já traçou sua estratégia: fazer tudo para que o candidato Republicano John McCain derrote Barack Obama nas próximas eleições para que ela possa voltar nos braços do povo em 2012. Tinha pensado nisso semanas atrás, e ontem li a mesma tese no e-mailing ("It's All Over, Sen Clinton") de Dick Morris e Eilleen McGann, consultores políticos: "O melhor (ou pior) que ela pode fazer é passar o resto do tempo sangrando Barack Obama até fazê-lo perder em novembro, permitindo que ela volte em 2012" (The best (or worst) she can hope to do the rest of the way is bloody Barack Obama enough to make him lose in the fall, allowing her to come back in 2012). Nem McCain poderia sonhar com um apoio desse porte.
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Oposição, atônita, lança Dilma Rousseff candidata à Presidência da República
Finalmente a Oposição conseguiu o que queria: perder-se completamente. E não adianta dizer que isso foi obra exclusiva do Senador Agripino Maia. Na verdade, a Oposição tem trabalhado uníssona em caminhar para o abismo. A CPI dos Cartões, por exemplo, é toda ela um tiro no pé, que serviu, desde os primeiros passos, para projetar o nome de Dilma. Nem mesmo Fernando Henrique Cardoso está mais interessado no assunto (que pena, logo agora que sabemos que dados sobre ex-presidente não são sigilosos). A Oposição, que estava se escondendo, dando graças a Deus a distração da mídia que corria célere atrás do caso Isabela, dos travecos do Ronaldinho e dos campeonatos de futebol, agora vai ter encontrar um caminho até as próximas eleições municipais. As eleições presidenciais eles já entregaram a Dilma.
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quarta-feira, 7 de maio de 2008
Eleição americana: Hillary pretendia ser "Hillary, a Lutadora", mas virou "Hillary, a E. Teimosa"
As prévias de ontem derrubaram "Hillary, a Lutadora", como ela se definia, inspirada no personagem hollywoodiano de Sylvester Stallone. Ficou de pé apenas "Hillary, a E.Teimosa", que pretende com sua teimosia derrubar o Partido Democrata. Ela foi massacrada na Carolina do Norte (56,2% a 41,5%) e venceu por pouco mais de 1 ponto (50,9% a 49,1%) em Indiana, onde se esperava que ela nocauteasse Barack Obama. Nem mesmo em Indianápolis, capital da Fórmula Indy, onde se encontrou com sua eleitora vitoriosa na categoria, Sarah Fischer, conseguiu sucesso: foi facilmente ultrapassada por Obama, que venceu de 67% a 33%. Este mês ainda haverá 3 prévias (West Virginia, Kentucky e Oregon), com chance zero de alteração do quadro atual. Espera-se que a Lutadora Hillary assuma logo um W.O.
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terça-feira, 6 de maio de 2008
Eleição americana: apesar do pastor, Obama continua em bom astral
O famoso campeonato americano "Quem morre mais?" continua hoje, na Carolina do Norte e em Indiana. Barack Obama já leva vantagem e deve ampliá-la ainda mais, segundo as pesquisas mais recentes. O placar geral está assim: voto popular, Obama 1.493, Hillary 1336; voto de superdelegados, Obama 252, Hillary 266; voto total, Obama 1.745, Hillary 1.602. As chances de Hillary Clinton continuam remotas. E, graças à sua insistência, as chances do Partido Democrata começam a ficar remotas também - apesar do Republicano John McCain estar atrás nas pesquisas.
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A feijoada do ano
Chegou o convite para a Feijoada da Benedita, evento político-cultural que ela promove no Rio de Janeiro, todo ano, no dia 13 de maio. A própria Benedita bota a mão na massa e praticamente não sai da cozinha preparando a iguaria. Neste ano vai ser no Centro Cultural Ação da Cidadania, Avenida Barão de Tefé, 75, Bairro da Saúde, ao lado do Hospital dos Servidores. Garanto que é muito gostosa - apesar de nunca ter tido coragem de enfrentar a fila até o final...
Obina Vice
A euforia flamenguista pela conquista do campeonato carioca continua a todo vapor. Ontem, em reunião do PT de Niterói-RJ (com a presença do Presidente Nacional, Ricardo Berzoini), quando se discutia o lançamento da pré- candidatura do Deputado Rodrigo Neves a Prefeito, boa parte da platéia começou a gritar o nome do (craque? sortudo? trapalhão?) jogador responsável por dois gols na vitória do Flamengo domingo para ser o Vice da chapa...
domingo, 4 de maio de 2008
Flagrantes da vida irreal
Nossa câmera conseguiu captar o momento exato em que nossa grande Benedita da Silva resolveu ir direto ao assunto na pergunta à Senadora Hillary Clinton. Por essa, Hillary não esperava...
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Eleições britânicas e o problema dos "sucessores"
Todo político, quando se afasta do poder, quer fazer o seu sucessor. Mas de preferência que seja um sucessor sem condições de obter sucesso independente do "padrinho". Mesmo porque, muitas vezes, esse "padrinho" tem planos de voltar ao poder e não pode ser atrapalhado pelo sucesso do "apadrinhado". Quando o "apadrinhado" tenta ganhar vôo próprio, ofuscando o seu "padrinho", costumamos testemunhar batalhas políticas sanguinárias. O sucessor bom é o sucessor sem brilho, raciocinam os grande líderes políticos. O Brasil está cheio de exemplos desse tipo, mas isso acontece no mundo inteiro. Esse premier britânico, Gordon Brown, o "escolhido" de Tony Blair, é um grande exemplo. Sem carisma algum, Brown teve que suceder o "padrinho" super carismático levando a tiracolo a herança maldita da Guerra do Iraque e da crise econômica (diga-se de passagem que ele era o responsável pela política econômica britânica desde o Governo Blair). O resultado disso foi traduzido pelas eleições municipais desta quinta-feira. O seu Partido Trabalhista está tendo os piores resultados dos últimos 40 anos, com risco humilhante de ficar atrás até dos Liberais-Democratas. Com mais de dois terços das urnas apuradas, os Trabalhistas já tinham perdido 184 cadeiras (enquanto os Conservadores ganhavam 166 e os os Liberais-democratas ganhavam 17). Esse presente britânico que Tony Blair deixou deve ser primo próximo do presente de grego...
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