sábado, 29 de agosto de 2009

PV, um PMDB nanico?

É muito comum ouvirmos que o PMDB é um partido oportunista, mais interessado em tirar casquinha do poder a qualquer custo do que arriscar a ter uma proposta própria. Há quem diga, por essa sua atuação no Congresso, que é o partido que de fato detém o poder no Brasil. No pólo oposto das percepções partidárias estariam partidos como o PV, uma espécie de queridinho da mídia e das classes médias dos grandes centros urbanos. Seria o partido das grandes propostas ecológicas, com repercussão internacional, o partido de quem pensa em um futuro melhor para toda a humanidade. Mas será isso mesmo? No Uol Notícias-Política de hoje, sábado, Maurício Savarese escreve uma reportagem, “Raro na oposição, PV se alia até a ‘motosserra de ouro’ para governar”, que deixa dúvidas, ou melhor, deixa certezas de que as coisas não são bem assim. Pelo menos aqui no Brasil. De acordo com um levantamento do UOL Notícias o PV “faz parte da base governista na ampla maioria dos Estados brasileiros. A legenda esteve ao lado até do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), premiado pela ONG ambientalista Greenpeace com o ‘Motosserra de Ouro’ há quatro anos”. O partido não elegeu nenhum governador em 2006. Mas nos últimos anos “só não auxiliou as coalizões governistas de Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Amazonas, Tocantins, Pernambuco e Sergipe”. Apoia Lula e Serra. Apoia o governo petista do Acre e o governo democratas do Distrito Federal. O PV declara, como um de seus “Princípios”, que “não se aprisiona na estreita polarização esquerda versus direita. Situa-se à frente”. Talvez as palavras do seu Presidente Nacional, o vereador por São Paulo José Luiz Penna, esclareçam melhor: "Não somos muito oposição nem muito governo em lugar nenhum. Somos um partido aberto a quem quiser construir um programa novo. É como dizíamos: não estamos à esquerda nem à direita. Estamos à frente". Mas o cientista político David Fleischer, professor da Universidade de Brasília (UnB), é mais explícito: "O PV é um partido fisiológico, tem muito pouco a ver com o PV alemão ou o PV francês, que são mais coesos. Esses optam por ficar fora do poder se for necessário e são mais próximos da esquerda desencantada com as experiências de comunismo na Europa e na China. Não sei se a entrada da Marina Silva vai ajudar a refundar o partido de verdade, mas é fato que há muito a ser mudado se quiserem fazer um partido sério. Hoje é um partido de pequenos líderes regionais com um poder bastante limitado", afirmou. É neste partido que a Senadora Marina Silva, ex-petista que é tida como ambientalista radical, está se filiando neste domingo. Mas como ser radical no Partido do Vaivém?