quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Eleições 2010 no Rio: César Maia faz a análise dos seus sonhos

No seu Ex-Blog de hoje, César Maia faz uma análise do “Quadro Eleitoral no Estado Rio” e, como sempre, dá um tom aparentemente científico, mas que deixa muito a desejar – exatamente porque trata-se apenas de objeto do seu desejo. Ele tenta provar que haverá segundo turno na eleição para Governador do Rio – o que pode até acontecer, mas não pelos motivos que ele alega. Começa dizendo que “nenhum candidato alcançará os 30%”, o que contradiz algumas pesquisas que apontam Sérgio Cabral, dependendo do cenário, até mesmo com mais de 40%. O Instituto Mapear, conforme já publiquei aqui, coloca Cabral com 36% (em cenário com Gabeira 13%, Garotinho 16% e Wagner Montes 19%) e 47% (em cenário com César Maia 5% e Garotinho 19%). César Maia compara a situação de 2010 com o resultado do primeiro turno de 2006, quando “Cabral teve 37% dos votos e Denise Frossard 22%”, e ele mesmo reconhece que naquela eleição “o quadro era mais forte e diversificado que o atual, com Crivella, Eduardo Paes, Wladimir Palmeira, Lupi, além de Cabral e Frossard” (dá pra entender a contradição?). Adiante ele afirma que “30% de Cabral devem ser seu teto em campanha”, baseado em que a candidatura de Gabeira (que não deverá ser candidato...) será mais poderosa do que o “quadro mais forte” de 2006. Ele volta a falar na candidatura de Lindberg (que está fora de questão) como mais um complicador na vida de Sérgio Cabral e inventa mil e uma situações que lhe agradam. Não lhe passa pela cabeça, por exemplo, que Denise Frossard pode até mesmo apoiar a re-eleição de Cabral e que Garotinho pode desistir da candidatura, quando perceber que pode ser que não haja segundo turno. César Maia deve lembrar muito bem do velho slogan de Gabeira (É só querer) e sabe que isso não dá certo. Veja seu texto completo:
QUADRO ELEITORAL NO ESTADO DO RIO!
1. A cada dia fica mais claro que a eleição para governador do Estado do Rio terá um garantido segundo turno, e que nenhum candidato alcançará os 30%. Use-se como referência a eleição para governador de 2006. No primeiro turno, Cabral teve 37% dos votos e Denise Frossard 22%. O quadro era mais forte e diversificado que o atual, com Crivella, Eduardo Paes, Wladimir Palmeira, Lupi, além de Cabral e Frossard.
2. Frossard venceu Cabral na Capital e em Niterói, com quase 30%, Cabral ficou próximo. É evidente que uma candidatura a governador como a de Gabeira, alcançará resultado ainda mais expressivo na Capital e em Niterói. Hoje, nenhuma pesquisa lhe dá menos que 35% nessas duas cidades, que representam mais de 45% do eleitorado.
3. Cabral vem se equilibrando com um pouco menos de 30% nas pesquisas informadas. Isso, com uma imprensa -digamos- extremamente paciente e com todo o palanque de Lula que se arma no ERJ a cada 15 dias. Com a campanha em ação, os espaços de seus adversários serão muito maiores para a crítica, seja pela própria cobertura da imprensa (mesmo que com candidato preferencial), seja pelo acesso a TV e Rádio, publicidade gráfica e em carros de som, além da mobilidade pessoal aberta. Sendo assim, esses quase 30% de Cabral devem ser seu teto em campanha.
4. Garotinho, chamado pela esfera federal para ser outro palanque para Dilma, já ultrapassa os 15% e vence Cabral nos segmentos de menor renda e nível de instrução. Lindbergh, na medida em que comprove que sua candidatura agrega a Dilma (independente de quem perca), espalhará ainda mais o voto, com as intenções de voto já registradas na Baixada. 5. Com isso, teríamos um quadro de 4 candidatos, onde as possibilidades do segundo turno serão uma análise combinatória de quatro, dois a dois. Com esse quadro, quem alcançar 25% estará certamente no segundo turno.