quarta-feira, 13 de outubro de 2010
É na abstenção involuntária que mora o perigo
Quando um instituto faz uma pesquisa de opinião eleitoral ele mede o voto nominal, o voto em branco, o voto nulo, o voto em nenhum candidato e o voto indefinido. Embora não faça parte do questionário, a maior parte da abstenção voluntária encontra-se embutida nessa classificação, representada principalmente pelo voto nulo e o voto em branco. Ou seja, muitos eleitores dizem que vão anular, ou votar em branco ou votar em ninguém e já estão decididos a não comparecer no dia da eleição. O que os institutos não conseguem captar é a abstenção involuntária – aquele eleitor que pretendia votar e não conseguiu por falta de documentos, por falta de transporte, por causa do mau tempo, etc.
De um modo geral, podemos dizer que os votos nominais (mais os votos na legenda) compõem o voto válido, enquanto que os outros (mais as abstenções) compõem o não-voto.
Nesse primeiro turno, acredito que a abstenção involuntária tenha crescido muito por causa da exigência de documento com fotografia. Tem lugar que, garanto, muita gente nem sabe o que é isso (exatamente nas áreas mais carentes). E isso causou uma diferença muito grande entre o não-voto das pesquisas e o não-voto da eleição. Reduzir essa abstenção involuntária tem que ser uma das principais preocupações da Campanha Dilma. Com relação ao voto fundamentalista que foi para Marina, deve-se conquistar o máximo possível e torcer para que o resto seja nulo. Conquista de apoios importantes e um bom Programa Eleitoral (que melhorou muito ontem) completam a receita da vitória.
Veja a comparação entre o não-voto do primeiro turno e o não-voto da pesquisa Datafolha do último fim de semana. Clique nos gráficos para ampliar.
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