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terça-feira, 3 de abril de 2007

Cesar Maia defende nossa Previdência

Claro que não há a menor chance de Cesar Maia, um dos caciques do partido conservador Democratas (ex-PFL, ex-ARENA), apoiar uma política mais voltada para o bem-estar social. Mas no seu Ex-Blog de hoje ele usa argumentos contra que poderiam ser usados a favor. Ele tirou trechos do artigo "Comparativo Internacional para Previdência Social", escritos pelos técnicos do IPEA Marcelo Ab-Ramia e Rogério Boueri no Boletim de Desenvolvimento Fiscal -IPEA- de dezembro de 2006 e comentou esses trechos. Vejamos esse ítem: "Razão de Dependência Demográfica é a relação entre a população com mais de 65 anos e aquela com menos de 65 anos. O Brasil aparece com 9% entre os países mais jovens. No outro extremo está o Japão com 29%". Cesar Maia conclui que "uma relação baixa como a do Brasil não justificaria altos gastos previdenciários como no item 1" (ver abaixo). Pensemos o contrário: um país com uma força de trabalho mais jovem tem mais condições de garantir situação melhor para nossos aposentados. Outro trecho: "O terceiro quadro é a aposentadoria como porcentagem da renda per cápita. O Brasil está entre os mais altos com 59,4%. A Suécia tem 70% e no outro extremo Georgia (ex-URSS) com 11%, Cazaquistão com 22% e Japão com 35%". Ele não comenta, mas eu diria que ter a Suécia como referência mais próxima seria motivo de alegria, mesmo considerando que os suecos têm um índice de contribuição total bem menor que a brasileira (ver ítem 5, abaixo). No item 4, Cesar Maia destaca um alerta importante: "Contribuintes da Previdência como percentual da Força de Trabalho. No Brasil são 56%. No extremo oposto Noruega, Holanda e Irlanda com quase 100%, o que mostra uma base baixa de contribuição no Brasil pela economia informal, taxa de exclusão..." Exatamente por isso o Governo Federal tem procurado estimular o emprego com carteira assinada - política que o oposicionista Cesar Maia deve estar aprovando... Leia abaixo o texto completo do Ex-Blog e não deixe de ler também o Blog do Mello sobre o tema.
PREVIDÊNCIA SOCIAL! Os técnicos do IPEA -Marcelo Ab-Ramia e Rogério Boueri escreveram no Boletim de Desenvolvimento Fiscal -IPEA- de dezembro de 2006 o artigo Comparativo Internacional para Previdência Social. Este Ex-Blog selecionou alguns números comparados apresentados que ajudam muito a entender os problemas e contradições da previdência social brasileira. A leitura destes números é suficiente para se entender a cama de gato da situação brasileira. 01. Gastos com previdência como percentual do PIB. A Itália se destaca com pouco menos que 18% do PIB. O Brasil vem neste bloco com quase 12% do PIB. Reino Unido tem menos que 10%, Dinamarca pouco mais que 8% e Estados Unidos menos que 8%. 02. Razão de Dependência Demográfica é a relação entre a população com mais de 65 anos e aquela com menos de 65 anos. O Brasil aparece com 9% entre os países mais jovens. No outro extremo está o Japão com 29%. Uma relação baixa como a do Brasil não justificaria altos gastos previdenciários como no item 1. 03. O terceiro quadro é a aposentadoria como porcentagem da renda per cápita. O Brasil está entre os mais altos com 59,4%. A Suécia tem 70% e no outro extremo Georgia (ex-URSS) com 11%, Cazaquistão com 22% e Japão com 35%. 04. Contribuintes da Previdência como percentual da Força de Trabalho. No Brasil são 56%. No extremo oposto Noruega, Holanda e Irlanda com quase 100%, o que mostra uma base baixa de contribuição no Brasil pela economia informal, taxa de exclusão... 05. Alíquota da contribuição total, empregado e empregador. O Brasil está entre os mais altos com 31%, no bloco da Georgia e Ucrânia com 35%. Do outro lado, Irlanda tem 12% e Suécia quase 20%.

Cesar Maia bate em Serra: qual o motivo?

No seu Ex-Blog de hoje Cesar Maia (Dem) escreve: "SERRA: CAIXA ECONÔMICA DE SP PAGOU 2 BILHÕES PELA FOLHA DE PAGAMENTOS! Sem licitação e por arbitramento. Sangrou o setor publico, descapitalizando a Caixa Econômica-SP. Por que não abriu a licitação para que o setor privado usasse seus recursos?" Como em política nada é de graça, por que será que Cesar Maia resolveu dar essa pancada em seu "amigo" e aliado em São Paulo? Até o momento, sabemos que Serra (PSDB) é quem mais apóia a candidatura de Kassab (Dem) para a Prefeitura de São Paulo em 2008. Dois motivos surgem, talvez três (ou mais...). 1) Cesar Maia percebeu que dificilmente Serra conseguirá evitar o lançamento de uma candidatura tucana (possivelmente Alckmin) em 2008 e, por isso, já começou a marcar diferenças batendo na administração tucana; 2) Cesar Maia não está tão preocupado com a candidatura Kassab (o que é difícil, mas não impossível) e só pensa em 2010; 3) Independente de qualquer eleição, Cesar Maia está interessado em marcar um lugar específico para seu Democratas no espectro político - já está claro que faz oposição ao Governo Lula, mas precisa definir as diferenças entre os partidos de oposição, principalmente o PSDB. Os próximos movimentos responderão melhor.

quarta-feira, 28 de março de 2007

Quem diria, a Arena quer virar Democratas

Charge de Chico Caruso / O Globo Era uma vez um partido chamado Arena (Aliança Renovadora Nacional), criado em 1966 (4 de abril, quase dia 1º...) para servir de braço político da ditadura militar que estava instalada no Brasil desde 1º de abril de 1964. Na época eram só dois partidos, a Arena da ditadura e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro) da oposição. Em 1980, voltou o pluripartidarismo que tinha sido extinto em 1965. Aí a Arena foi rebatizada de Partido Democrático Social, PDS (que depois virou Partido Progressista Renovador - PPR -, depois Partido Progressista Brasileiro - PPB, depois Partido Progressista – PP). Em 1985, um pedaço da Arena (que já tinha virado PDS) resolveu apoiar a candidatura oposicionista de Tancredo Neves para Presidente do Brasil e, por isso, criou o PFL - Partido da Frente Liberal. O PFL separou-se da antiga Arena, mas não de seus antigos ideais (menos ainda dos ideais da origem mais remota, a velha UDN - União Democrática Nacional). É sem dúvida o grande partido da direita política brasileira, apesar de pretender, recentemente, tenta se vender como sendo de centro. Na verdade, o partido tem procurado se afastar da direita por questão de sobrevivência. Enquanto pôde se aninhar nas estruturas do Governo Federal e representar as oligarquias nordestinas, não se mexeu. Com a subida de Lula ao poder, o PFL viu minguarem suas forças (em 1998 elegeu 105 deputados, hoje só tem 58) e agora joga tudo em uma renovação que parece muito mais jogada de marketing (por mais que Cesar Maia apresente a justificativa da busca do centro como alternativa moderna à polarização esquerda-direita). Ao mudar o nome para Democratas e eleger Rodrigo Maia seu presidente, a velha Arena quer enganar quem, cara-pálida?