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sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Serra cristalizou
O debate de ontem foi um retrato falado das pesquisas. Tivemos um tucano cristalizado na sua perplexidade. Sem fala, sem argumento, sem capacidade de reação. Marina congelou na sua própria marola verde, não conseguiu ganhar altura. Poderia dizer que Plínio parou no tempo, mas não seria justo com uma pessoa com todo aquele vigor, apesar dos oitenta anos. Dilma também ficou imóvel, mas foi estratégico. Fazer marola só serviria aos adversários. Apesar da paralisia geral do debate, quem mais perdeu foi Serra, derrotado por antecipação, sem direito a segundo turno. Um tucano sem condições de voar.
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Horário Eleitoral: fixação de marcas
Com o Horário Eleitoral Gratuito, as marcas de cada candidatura têm que mostrar a que vieram. Às vezes, elas são lançadas pra valer apenas no Horário Eleitoral. Outras vezes, é nesse momento que elas são divulgadas mais amplamente. Outras vezes ainda, é só aqui que elas são testadas para, no caso de desaprovação, serem trocadas.
A marca da campanha de Dilma já estava definida há muito tempo: é LULA. O que faltava era levá-la a um público maior, principalmente do segmento popular, menos alcançável pela mídia tradicional. A campanha espera que o conhecimento e a fixação dessa marca contribuam para a vitória definitiva de Dilma já no primeiro turno. É isso que o programa petista procura fazer repetidamente.
Serra, coitado, andava completamente perdido, sem saber o que fazer para enfrentar razoavelmente a marca LULA. Todos sabíamos que ele evitaria bater em Lula, mas não sabíamos como ele se apresentaria. Com o Horário Eleitoral, ficou definido: Serra é o candidato da SAÚDE. Alguns dizem que, com isso, parece que ele está se candidatando a Ministro da Saúde, mas é bobagem. É uma boa marca, agrada a um eleitorado importante que poderia mais facilmente assumir a candidatura Dilma.
Marina era outra marca óbvia, VERDE. Mas esperava-se que ela ganhasse mais cor. Puro daltonismo – ela ganhou um tom ainda mais esverdeado.
Plínio ninguém sabia que marca teria. Só se sabia que não seria aquela xaropada da Heloísa Helena. Com o Debate da Band, surgiu com força a indignação esquerdista com foco na REFORMA AGRÁRIA. Mas é bom ressaltar que sua mensagem ganhou a roupagem de um octogenário sem papas na língua, mas surpreendentemente bem humorado.
As marcas estão lançadas. O eleitor vai eleger a sua preferida.
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Programa Eleitoral
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
O que a Oposição deve fazer com o Horário Eleitoral Gratuito
Não é fácil chegar ao Horário Eleitoral amargando 16 pontos atrás da líder (Vox Populi). Pior: sabendo que Dilma tem mais de 54% dos votos válidos, enquanto a soma de todos os outros, consequentemente, não chega a 46%.
O programa de Serra foi muito bom. Contato direto com o povo, falando direto pra câmera razoavelmente bem, batendo com insistência na sua principal tecla, a da saúde, jingle bom, bem criativo na utilização do nome de Lula. Melhor à noite do que de dia.
O programa de Dilma foi melhor, claro. Passou muito bem o sentimento de Brasil, passou grandiosidade, um país melhor de se viver, a continuidade de Lula. Apresentou Dilma não apenas herdeira de Lula, mas como sua principal parceira na condução do governo. Emocionou, mostrou números, mas cometeu um pecado: excesso de efeitos visuais. É bom mostrar um Brasil grandioso, mas é bom também botar o pé no chão. O pobre, como diz Joãozinho Trinta, gosta de luxo. Mas não gosta de firulas. Preferi o programa diurno.
O programa de Marina, é preciso que se diga Uma Verdade Inconveniente, estava horroroso. Nem Al Gore faria pior.
Para a Oposição, de um modo geral, só existe um jeito de ter sucesso no Horário Eleitoral: tirar Lula da História.
Os outros
É muito emocionante ver o Plínio de Arruda Sampaio, 80 anos, firme na luta.
Também sempre me emociono ouvindo a Internacional. Lembro daquele Congresso da CUT em São Bernardo, acho que no estúdio da Vera Cruz, 5 mil trabalhadores, num frio danado, alguns de sandália havaiana, enrolados em cobertores, cantando em alto e bom som.
Já o Ei, ei, mael, esse é o Enéas dos novos tempos.
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sexta-feira, 13 de agosto de 2010
Debates 2010: laranjas engolem verdes
Tudo começou com o primeiro debate da Band. O psolista octagenário Plínio de Arruda Sampaio demonstrou firmeza nas ideias e juventude na disposição. E surpreendeu. Não por ter atacado Serra e Dilma, mas surpreendeu principalmente por seus ataques mortíferos à verde Marina. Tratá-la como ecocapitalista foi impressionante. Agradou em cheio a faixa jovem classe média.
No debate de ontem, novamente os verdes foram alvo fácil. O candidato psolista ao Governo do Rio, Jefferson Moura, foi impiedoso com todos os adversários, mas principalmente estraçalhou o superverde Gabeira. Marcou-o brilhantemente como “Ex-Gabeira” (aliás, funciona também como bela associação ao “Ex-Blog” de Cesar Maia), deixando-o mais nocauteado do que já estava.
Esses laranjas psolistas não são vermelhos. Mas com certeza são bem mais maduros do que os verdes.
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Primeiro turno: como Dilma ganhará com a eleição plebiscitária
Ainda nem começou o Horário Eleitoral Gratuito e a grande massa eleitoral já começa a perceber os “sins” e os “nãos” da eleição presidencial 2010. Dilma é “sim a Lula”. Serra, Marina, Plínio e outros são “não a Lula”. Uma eleição plebiscitária que, no momento, deve ter cerca de 75%-80% de votos válidos definidos. Esse índice pode chegar a 90% (sobre os votantes). A vitória de Dilma já no primeiro turno virá fundamentalmente dos votos que ainda não estão definidos. Acrescentando-se ainda a conquista de votos que por enquanto permanecem nas “intenções” de Serra.
A suposta estratégia tucana de tirar votos de Marina para evitar vitória de Dilma não é para ser levada a sério. Tucanos, verdes, psolistas e outros trocam votos entre si sem afetar os votos de Dilma. Pode ser que Marina saia perdendo com a súbita franqueza de Plínio, mas nada que afete o resultado final. Serra, sim, deverá ter sua votação afetada negativamente, principalmente depois do início do Horário Eleitoral Gratuito. Talvez isso já tenha ocorrido graças às entrevistas catastróficas do Jornal Nacional.
A suposta estratégia tucana de tirar votos de Marina para evitar vitória de Dilma não é para ser levada a sério. Tucanos, verdes, psolistas e outros trocam votos entre si sem afetar os votos de Dilma. Pode ser que Marina saia perdendo com a súbita franqueza de Plínio, mas nada que afete o resultado final. Serra, sim, deverá ter sua votação afetada negativamente, principalmente depois do início do Horário Eleitoral Gratuito. Talvez isso já tenha ocorrido graças às entrevistas catastróficas do Jornal Nacional.
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segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Eleições 2010: Cesar Maia entrega os pontos
O Ex-Blog de hoje, escrito por Cesar Maia (DEM), poderia se chamar "Desisto". Com o pretexto de criticar a letargia das campanhas presidenciais em geral, ele demonstra o desespero que tomou conta da Oposição por sua total incapacidade de oferecer ao povo brasileiro um futuro melhor do que o presente lulista. Ao contrário, a Oposição só tem a oferecer a imagem de FHC no retrovisor. O único entusiasmo de Cesar Maia é com sua própria candidatura ao Senado pelo Rio de Janeiro, que tem grandes chances de vitória - embora comece a ser ameaçada por Lindberg (PT). Leia o Ex-Blog:
A CAMPANHA MAIS FRIA DA HISTÓRIA!
1. Por onde se circula - capitais, municípios metropolitanos e interiores- não se consegue ver nenhuma iniciativa das campanhas presidenciais. A exceção se dá quando um candidato se apresenta -fisicamente- num local. E apenas por aquelas duas horas. E é essa a avaliação por todo o país. E que não se culpe a imprensa, pois essa tem feito força para animar a campanha, excedendo-se na divulgação de propostas e de conflitos.
2. Falta experiência eleitoral à candidata do governo, é verdade. Mas sobra no da oposição. E quando se pensava que a alternativa ambiental viria com alguma "verdade inconveniente", o que se vê é um bom comportamento que beira a uma espécie de 'saudades do governo'. O debate da Band foi apenas a apoteose da falta de brilho e de consistência.
3. As candidaturas favoritas fazem suas campanhas como se a instância presidencial estivesse completamente separada da política regional. Nem informação - reclamam as "bases" de ambos os lados- se tem. Isso, num país continental, em que por mais que os candidatos andem, não chegarão - diretamente - a 0,5% dos eleitores. E, por isso mesmo, precisam mobilizar suas "bases" para que estas deem capilaridade à campanha. A animação que se tentou com as Farc sequer passou pelo crivo de uma pesquisa que diria que as Farc não existem no imaginário do eleitor médio. Quem existe é Chávez.
4. Essa letargia pode até interessar a candidatura do governo, mas a sensação que se tem é que ocorre menos por estratégia que por falta de talento. E a oposição vive enjaulada numa tentativa de explicar ações do atual governo pelas ações do governo anterior. Só que, as ações do governo anterior - quando percebidas positivamente - se referem a 12 anos atrás. Ou seja, quem tem hoje 25 anos, tinha na época 13 anos, e quem tinha 70 anos, tem hoje 82. O que passa é que vai tudo bem e, se vai bem, para que mudar, comentava uma dona de casa num município do interior do Estado do Rio, semana passada.
5. O debate na Band foi a expressão desse quadro. Se os atores tivessem recebido um script para representar uma campanha insípida e inodora, não poderiam ter se saído melhor. O destaque foi nostálgico: como eram animados os anos 50, poderia se dizer do candidato da poli-oposição, que ainda ironizou os demais, batizando-os, num 'revival' de Brizola. E 'coerentemente' se debateu o tema saúde em torno dos mutirões de cirurgia -ou seja- daquilo que não foi feito pela rede e se tenta corrigir depois.
6. Lembre-se que, faltando 50 dias para as eleições, o eleitor já começa a transformar sua intenção inicial de voto em decisão final. Quem usa a audiência do debate como justificativa para torná-lo inócuo, se esquece da cobertura da imprensa, que por três dias abriu todos os espaços -escritos, ouvidos e vistos- para tratar do tema. A audiência pós-debate foi, assim, muito grande. E já veio com as conclusões: foi um não debate.
7. Agora, todos se concentram nos programas e comerciais na TV como se a criatividade dos publicitários pudesse transformar a realidade e produzir o milagre de mudar os produtos pela substituição da embalagem. A pré-campanha, como dizia Paul Lazarsfeld nos anos 40, é o momento da fotografia (de seu tempo), impregnando a imagem no celulóide. E a campanha é a revelação dessa imagem impregnada. Se não há pré-campanha, dizia ele, não há campanha.
8. Se os presidenciáveis pensam que a campanha é na TV, como não houve pré-campanha, a atenção estará voltada para as pesquisas, com cada um torcendo por elas, como se pudessem ser o retrato do que não fizeram. E se popularidade do presidente fosse a pedra de toque, o presidente do Chile hoje não seria Piñera e Churchill não teria perdido a eleição 3 meses depois de terminada a segunda guerra.
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Novas pesquisas vêm aí – e daí?
(clique no gráfico para ampliar)
Essa semana teremos novas pesquisas Datafolha e Vox Populi. Mas poucas novidades deverão surgir, além de uma ou outra variação dentro da margem de erro. Deverão ser consolidadas as tendências de alta de Dilma, de queda de Serra e de estagnação de Dilma. Plínio? É, pode ser. Menos pelo debate em si, mais pela presença na mídia. Pode ser que tire votos de Marina, mas nada que possa impedir a vitória de Dilma ainda no primeiro turno. Aliás, é bom que se esclareça que a provável vitória definitiva de Dilma no primeiro turno não ocorrerá por conta de conquista de votos de Marina e nanicos. Deverá vir basicamente dos que, hoje, são 19% de não-votos (brancos, nulos, indecisos) e dos eleitores de perfil popular que ainda estão com Serra. Hoje Dilma tem algo em torno de 48,15% dos votos válidos (segundo a última pesquisa Ibope). Bastaria que ela conquistasse mais 4 pontos e os outros permanecessem como estão (o que não é difícil, talvez até caiam) para que ela liquidasse a fatura em 3 de outubro. Com o Horário Eleitoral Gratuito os novos índices devem surgir com força. E a partir daí não vencer no primeiro turno me parece o cenário mais improvável.
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sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Por que Dilma venceu o debate.
Primeiro é bom esclarecer que em um debate àquela hora, com 3% de audiência, é difícil alguém perder. Esses debates servem mais como aquecimento de campanha, material para jornais do dia seguinte e material para ser usado (quando permitido) no Horário Eleitoral – esse, sim, um debate de grande audiência.
Ontem, quem mais perdeu, se é possível dizer assim, foi Marina, com eleitorado que dorme mais tarde e que tinha enorme expectativa em relação a seu desempenho. O que se viu foi uma candidata literalmente verde, que (estranhamente) não parava de saltitar, de rosto caído (os óculos jogavam os olhos ainda mais pra baixo), fraca no que disse a maior parte do tempo.
O candidato psolista Plínio não tinha nada a perder – nem a ganhar.
Serra, que teve desempenho dentro do esperado por sua experiência, perdeu. Perdeu porque não conseguiu derrotar Dilma (que está 10 pontos à sua frente!) e ainda usou uma tática que deu realce à candidata petista. Preocupado em não se opor a Lula (com seus 80% de aprovação) Serra, sempre que atacou o atual governo, fez questão de dizer que esse era o governo de Dilma. Errou. Primeiro porque trata-se de um governo bem avaliado (mesmo entre os que estavam acordados assistindo o debate) e isso acabou servindo como um qualificador de Dilma. Segundo porque, com suas perguntas e ataques, deu oportunidade para Dilma demonstrar que tem capacidade administrativa e que dispõe de todas as informações sobre a “máquina Brasil”. Serra só ganhou entre quem já era eleitor dele.
Dilma teve início titubeante – como era esperado. Mas rapidinho deu a volta por cima, porque todos falavam de temas que ela dominava. Tomou pé da situação e logo começou a falar tranquilamente sobre tudo e sobre todos. Seu ponto alto foi não ter se pendurado em Lula. Ao contrário do que todos imaginavam, deixou para citá-lo mais para o final. Favorecida pelo erro de Serra em referir-se ao governo como sendo dela, passou a imagem de que também está no comando. Teve a tranquilidade de quem lidera as pesquisas. Teve maior exposição durante o debate e sua grande virtude foi ter neutralizado as manchetes dos jornais de hoje.
A maior confirmação da vitória de Dilma foi Cesar Maia tuitando hoje: “Eta debatezinho de nada. Nem forma nem conteúdo. Sobrou pouco”. O pânico da Oposição deve aumentar.
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