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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O Globo x Freixo: como ocultar os fatos mostrando os fatos


Marcelo Freixo é um dos bons nomes políticos que surgiram recentemente. Talvez um dos principais adversários de Eduardo Paes na disputa pelo governo do Rio de Janeiro em 2018. Tem marca jovem, de mudanças, progressista, aparentemente íntegro. De repente, teve seu nome associado a um noticiário espinhoso, a morte do jornalista da Band, Santiago Andrade. A meu ver, uma associação injusta. Acredito que o PSOL (como praticamente todos os outros partidos) procure associar-se aos movimentos sociais, principalmente os de oposição (caso do PSOL) e com boa aceitação. Acredito que os partidos deem apoio logístico e financeiro a alguns desses grupos – e estão certos ao fazer isso, porque afinal um partido existe, como o nome diz, para representar as ideias e os interesses de uma parte da sociedade. E é por isso que não se pode atribuir culpa ao PSOL no caso da “cabeça de nego”. Apesar de se apresentar como à esquerda do PT no espectro político-partidário, não é uma associação extremista. Seu perfil eleitoral está bem mais associado à classe média tipo Zona Sul do Rio – exatamente aquele segmento que mais repele ações rotuladas de vândalas. Por que então seu nome foi associado ao artefato terrorista? Não me venha o Globo dizer que agiu com isenção jornalística. Isso nunca existiu e não seria agora que começaria. O Globo atirou a primeira pedra, sim. No seu editorial do dia 12, “Os inimigos da democracia”, escreveu que “o crime jogou luz sobre a inaceitável atuação do gabinete do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) em defesa de vândalos. Ele e partido precisam explicar a função dupla de Thiago de Souza Melo, assessor do deputado, pago, portanto, pelo contribuinte, e, ao mesmo tempo, advogado de black-bloc e similares”.  “Inaceitável atuação do gabinete do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) em defesa de vândalos”? Isso é ou não é uma acusação grave? Caetano Veloso soube protestar contra esse parcialismo do Globo, corajosamente, na sua coluna dominical no próprio jornal. Mas Marcelo Freixo errou no seu protesto. Resolveu fazer política barata ao tentar colocar o Globo como parceiro de Sérgio Cabral, dizendo (erroneamente) que o jornal não criticava o atual governador do Rio de Janeiro e lembrando que foi um dos veículos de comunicação que defenderam a ditadura de 64 ("A exaltação de um factoide"). O Globo respondeu bem ("O dever de um jornal — II"). E a questão não é essa. O Globo – como qualquer veículo de comunicação – pode ser parcial aparentando ser imparcial. É capaz, portanto, de ocultar ou alterar fatos simplesmente mostrando os fatos.
Ou mostrando fotos, como é o caso da foto ridicularizando José Dirceu no dia seguinte (3 de agosto de 2005) à Comissão de Ética que apresentou o seu confronto com Roberto Jefferson. Ou fazendo associações forçadas, como é o caso de apontar na direção de Freixo em um editorial intitulado “Os inimigos da democracia”. Freixo agiu defensivamente. O que ele tem que fazer é mostrar que  maior inimigo da democracia pode ser quem dribla os fatos. Ou as fotos.

Nota Para que fique bem claro: não sou filiado ao PSOL nem a qualquer partido político e condeno veementemente o vandalismo. E gosto de ler diariamente o Globo e vários outros jornais.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Debates 2010: laranjas engolem verdes


Tudo começou com o primeiro debate da Band. O psolista octagenário Plínio de Arruda Sampaio demonstrou firmeza nas ideias e juventude na disposição. E surpreendeu. Não por ter atacado Serra e Dilma, mas surpreendeu principalmente por seus ataques mortíferos à verde Marina. Tratá-la como ecocapitalista foi impressionante. Agradou em cheio a faixa jovem classe média.
No debate de ontem, novamente os verdes foram alvo fácil. O candidato psolista ao Governo do Rio, Jefferson Moura, foi impiedoso com todos os adversários, mas principalmente estraçalhou o superverde Gabeira. Marcou-o brilhantemente como “Ex-Gabeira” (aliás, funciona também como bela associação ao “Ex-Blog” de Cesar Maia), deixando-o mais nocauteado do que já estava.
Esses laranjas psolistas não são vermelhos. Mas com certeza são bem mais maduros do que os verdes.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Esqueci o PSOL

Depois que escrevi a postagem aí abaixo, lembrei: "Não coloquei o PSOL entre os possíveis aliados de Gabeira no segundo turno do Rio". Falha grave, porque dou valor a esse partido, mesmo quase sempre discordando. Logo depois encontrei alguém ligado ao PSOL que me falou algo sobre a decisão de apoiar Gabeira para combater o grupo que está no poder no Estado do Rio. É, pode ser. Mas acho que a questão é outra. A candidatura Gabeira roubou o eleitorado do PSOL no Rio, que se encontra basicamente entre os carioquistas, mas também é muito forte no lacerdismo. O PSOL não poderia deixar de apoiar Gabeira, sob o risco de simplesmente sumir do mapa. É melhor a união agora, para poder ganhar um pouco de oxigênio e tentar respirar melhor mais adiante com sua proposta própria.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

César Maia à margem dos erros?

No seu Ex-Blog de hoje, César Maia fez o que mais gosta: lançou informações confusas para gerar polêmica. O motivo dessa vez foi a decisão da TV Globo de cobrir, a partir de 4 de agosto, apenas os 4 candidatos melhor colocados nas pesquisas (a primeira referência será a pesquisa do Ibope do dia 26 de julho), sendo que - dia sim, dia não - o quinto colocado também teria cobertura. César Maia, preocupado principalmente com sua candidata no Rio, Solange Amaral, que pode não estar entre os quatro primeiros, apresentou as dificuldades do critério, com certa razão. Mas ele fez grande confusão com as margens de erro, ignorando a curva de Gauss e tratando as margens como se fossem uma só (é verdade que o Jornal Nacional também faz isso, mas uma margem de erro não justifica outra...). César Maia fica à margem de um problema maior: como criar algum espaço para os outros 6 candidatos (no caso de Rio e São Paulo)? A proposta do PSOL e do PT no Rio é a de criar outras faixas de canditatos com maior espaçamento. Por exemplo: os quatro primeiros, teriam cobertura diária; os quatro seguintes, poderiam ter dia sim, dia não; e os últimos, de dois em dois dias. É algo a pensar, sem embaralhar tudo. Veja o texto de César Maia:
MARGEM DE ERRO NAS PESQUISAS ELEITORAIS! OU DE CONFUSÃO?
1. A TV Globo vai escolher os candidatos a serem cobertos diariamente a partir de 1 de agosto e os que vão ao debate, em função de pesquisas de opinião onde serão usados os institutos Ibope e Data-Folha. Até aí tudo bem. 2. Mas se houver empate usarão outros critérios como a pesquisa espontânea, rejeição... O conceito adotado para o empate inclui a margem de erro. Esse é um problemão que a TV Globo está arranjando para ela. Afinal, a margem de erro, digamos, mais ou menos 3%, não se aplica de forma homogênea aos distintos patamares de intenção de voto, nem aos diversos cortes. 3. E mais: não se aplica ao mesmo tempo a todos. Isso seria uma confusão, pois haveria várias pesquisas numa só, tantos fossem os candidatos, multiplicados por 2 - para cima e para baixo. É claro que quanto maior a porcentagem de votos, mais efetiva é aplicação da margem de erro. Quando se aplica a margem de erro de 3% a um, não se pode aplicar a mais nenhum. 4. Um candidato com 30%, a margem de erro de 3% lhe daria um intervalo de 27% a 33%. É razoável. Mas um candidato com 6%, uma aplicação horizontal da margem de erro lhe daria de 3% a 9%, e o intervalo seria de 300%, o que é um absurdo. 5. E como fazer se 4 candidatos estiverem numa linha de 10%, 9%, 8% e 7%? Pelo critério adotado, todos teriam que ir para o segundo elemento: a intenção de voto espontânea. Mas essa aplicação horizontal coloca o primeiro em até 13% e o último até 4%, um enorme intervalo. E todos os quatro poderiam estar na frente ou atrás. 6. Mas será possível que a margem de erro afete igualmente todos os candidatos em todos os cortes, etário, de gênero, de renda, de instrução, de moradia? Impossível. 7. O melhor que faria a TV Globo é reunir os partidos e propor a adoção da intenção de voto que der na pesquisa, usando até o número depois da vírgula. E para reduzir as ansiedades bastaria ampliar a amostra para um mínimo de 1.200 eleitores e com isso minimizando a margem de erro e evitando se entrar numa confusão estatística da qual não se vai sair e se pode provar qualquer coisa entre aqueles que estão num patamar próximo e mais baixo.

sábado, 12 de abril de 2008

Pesquisa GERP para eleição do Rio: surpresa em todos os índices

Por princípio, confio em todos os institutos de pesquisas. Principalmente porque sei que pesquisa não tem erro. Mas quero confessar que alguns resultados me deixam atônito, tão surpreso como se estivesse vendo alma do outro mundo. Foi o que aconteceu quando vi o resultado dessa Pesquisa GERP que está sendo publicada no Informe do Dia (campo nos dias 10 e 11 de abril, 800 entrevistas, margem de erro provável de 3,46%). Em primeiro lugar, está o Senador Bispo Marcelo Crivella (PRB), com 30% - surpresa até entre os mais fiéis. Em segundo, o Deputado Federal Fernando Gabeira (PV-PSDB-PPS) - a surpresa é tamanha, que dizem que os tucanos querem lançá-lo em São Paulo. Em um segundo bloco, empatados tecnicamente, estão Jandira Feghalli (PCdoB) e o Deputado Estadual Alessandro Molon (PT-PMDB-PP-PSB). Ela está com 10% (surpresa geral, já que há 15 dias seu nome chegava aos 20%); ele está com 9% (surpresa até para mim, que estava apostando que ele pulasse de 1% para 5% ou 7%, graças ao "efeito Sérgio Cabral"). No terceiro bloco, também empatados tecnicamente, estão a Deputada Federal Solange Amaral (DEM, ex-PFL) e o Deputado Federal Chico Alencar (PSOL). Ela tem 4% (provavelmente surpreendida pelo mosquito da DEMgue, já que há 2 semanas caminhava com 2 dígitos); ele está com 3% - e o mais surpreendente aqui é que há séculos não acontece nada de novo com seu índice.