sábado, 30 de agosto de 2008
Eleição SP: Marta não sabe com quem vai disputar o segundo turno - se é que vai haver segundo turno...
Apesar de ter oscilado dois pontos para baixo tanto na pesquisa Ibope quanto na pesquisa Datafolha, a tendência de Marta (PT) deve ser de ampliar a liderança. Alckmin (PSDB) parece completamente perdido e Kassab (DEM, ex-PFL) começa a mostrar que tem fôlego. Não descarto a possibilidade de um segundo turno entre Marta e Kassab. Mas não descarto completamente a possibilidade de não haver segundo turno. Seja como for, parece difícil tirar a vitória de Marta.
Eleição no Rio: cadê a esquerda?
A nova pesquisa Ibope para intenção de voto para Prefeito do Rio (entre 26 e 28 de agosto, 1.001 entrevistas, margem de erro com variação máxima de 3,1 pontos) confirma em primeiro lugar a subida vertiginosa do candidato do PMDB, Eduardo Paes, e a resistência de Crivella (PRB) na liderança. Mostra também que o apelo de voto útil da esquerda feito por Jandira (PCdoB) não tem muito valor, considerando-se o desempenho dos outros candidatos de esquerda (os que mais se destacam são Chico Alencar, do PSOL, e Alessandro Molon, do PT, com 2% cada um). O que temos de fato é uma candidatura com forte perfil popular (Crivella) contra outra (Eduardo Paes) que, através da máquina peemedebista, soube combinar voto popular com voto da classe média conservadora. Isso significa ainda que, na hipótese de um segundo turno entre esses dois candidatos e com a provável neutralidade de Lula, Eduardo Paes deve ganhar fácil. Para duplo desespero de César Maia, que teria seu grande desafeto como sucessor e ainda ficaria mais distante da conquista do Senado em 2010.
Marcadores:
César Maia,
Chico Alencar,
Crivella,
Eduardo Paes,
eleição 2008,
eleição para Prefeito do Rio,
Gabeira,
Ibope,
Jandira,
Molon
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
ALERTA INTERNACIONAL: MORALES TENTA ESCAPAR DE CERCO NA SELVA!
Oposição boliviana cerca Morales e imobiliza seu avião. Morales foge pela selva e aguarda ajuda brasileira para evitar o golpe.
sábado, 16 de agosto de 2008
Eleição Rio: Crivella se consolida, Eduardo e Jandira disputam a outra vaga
Quando todo mundo imaginava que Crivella (PRB) não teria mais força e entraria em queda sem fim, a nova pesquisa Ibope mostra que ele voltou a crescer e ficou bem perto de garantir a passagem para o segundo turno. O segundo lugar está sendo disputado sangrentamente entre Eduardo Paes (PMDB) e Jandira Feghali (PCdoB). De certa forma, esses índices refletem o grau de visibilidade das candidaturas. A candidatura de Crivella é a que está com exposição mais longa e também bastante intensa. A de Eduardo Paes só começou a ter visibilidade de 6 de julho para cá - mas foi de forma muito intensa, demonstrando altíssimo investimento. A de Jandira fica no meio caminho entre as outras duas, nem tão longa quanto a de Crivella, nem tão intensa quanto a de Eduardo Paes, mas bem acima das outras que estão abaixo. Há o caso Solange Amaral (Dem) que conta com a máquina municipal, mas carrega também a rejeição ao Prefeito César Maia. A sua exposição razoável não tem rendido intenções de voto. Nas candidaturas mais abaixo, percebemos que a de Gabeira (PV/PSDB/PPS) era mesmo fogo de palha. A de Chico Alencar (PSOL) só serve para manter a legenda e garantir os seus votos de Deputado Federal para 2010. A de Molon (PT) mantém uma perplexidade coletiva. E as outras não surpreendem com seus números ínfimos. Vamos aguardar as mudanças que o Horário Eleitoral Gratuito vai trazer. Não acredito que sejam muitas, mas tudo pode acontecer. Os profissionais das 4 campanhas que lideram são bem experientes e não se deixarão surpreender facilmente. A de Gabeira é difícil de imaginar o que pode ser. E as outras terão dificuldade em operar milagres.
Marcadores:
Chico Alencar,
Crivella,
Eduardo Paes,
eleição 2008,
eleição para Prefeito do Rio,
Gabeira,
Jandira,
Molon,
Solange Amaral
Eleição SP: Marta a 2,5 pontos de vencer no priemiro turno
A nova pesquisa Ibope mostra um cenário muito novo para as eleições municipais de São Paulo. Não se trata apenas do avanço de Marta ou da queda de Alckmin. A novidade é que Marta está perto de vencer ainda no primeiro turno. De acordo com a pesquisa, existem 87% de votos válidos e Marta tem 41%. Para vencer no primeiro turno, ela precisará ter 43,5% mais um voto. Falta muito pouco e o Horário Eleitoral Gratuito ainda nem começou.
Marcadores:
Alckmin,
eleição 2008,
eleição para Prefeito de São Paulo,
Ibope,
Kassab,
Marta Suplicy
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Eleição americana: quer ser o primeiro a saber quem vai ser o Vice de Obama? Pague um mínimo de 25 dólares....
A campanha de Barack Obama está inovando em tudo. Dessa vez, resolveu captar recursos até mesmo em função da divulgação de quem será Vice na chapa Democrata. "Be the first to know", é o título do e-mail. E continua: "HAYLE -- People keep asking me if we're really going to announce Barack's VP directly to our supporters. The answer is yes. Let me be very clear. You are the ones who built this campaign, and Barack wants you to be the first to know who will join him in leading our movement for change. So, if you haven't signed up to receive an email or a text message, sign up now. Or you can text VP to 62262 from your mobile phone. Make sure to forward this message to your friends and let them know about this special opportunity. Thanks, David Plouffe" Para garantir o privilégio de estar na lista dos primeiros a saber (via e-mail ou celular) você só precisa contribuir com um mínimo de 25 dólares para a campanha. Um idéia brilhante, que eu apóio - mas não serei um dos primeiros a saber...
Marcadores:
Barack Obama,
campanhas eleitorais,
David Plouffe,
eleição 2008,
eleição americana
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Grupo Globo sempre do contra
Essa manchete do G1, utilizando poucas palavras, conseguiu fazer um verdadeiro samba do crioulo doido. A dificuldade em falar bem do Governo Lula é tão grande que os redatores misturam as palavras até elas significarem exatamente o contrário. Nessa notícia, a informação concreta é de que existem menos "pobres" no Brasil, graças ao fato de a renda ter aumentado e boa parte ter subido na classificação para "classe média", o que fez o percentual de classe média ter ficado maior. Como justificar, então, a frase "Classe média passa a baixa"? O significado parece ser "Classe média transformou-se em classe baixa..." Por que não dizer "Classe média ultrapassa a baixa..."? Ou, melhor ainda, bastaria dizer "Classe média é maioria no país, diz FGV".
domingo, 3 de agosto de 2008
A "Coisa" de Elio Gaspari
Reproduzo esse texto de Elio Gaspari, publicado hoje, com um sobrevôo bem interessante sobre a economia mundial das últimas décadas.
A ‘Coisa’ está aí, para comer quem não a vê
Ruiu a negociação para um ordenamento do comércio mundial. O petróleo está a 140 dólares o barril, e o tanque de um SUV bebe mais de cem dólares numa bomba de gasolina dos Estados Unidos.
Isso no andar de cima. No de baixo, o barro necessário para fazer cem biscoitos de terra com óleo de soja e sal na favela de Fort Dimanche, em Port au Prince, subiu 40% em um ano. Como diria Bob Dylan, “alguma coisa está acontecendo por aí, Mr. Jones, e você não sabe o que é.” Ninguém sabe, mas o melhor que se tem a fazer é reconhecer que a “Coisa” está acontecendo. Em 1973, quando o preço do barril de petróleo pulou de 2,90 dólares para 11,65, poucas pessoas perceberam que se acabara uma Idade de Ouro iniciada em 1949. Henry Kissinger, um dos donos do mundo à época, escreveria mais tarde: “A revolução do petróleo (…) era inevitável, mas sua inevitabilidade só foi vista depois.” Nessas horas, pequenos grupos de pessoas tomam decisões que mudam a história de um país. No Brasil de 1974, governando numa economia dependente de petróleo, o presidente Ernesto Geisel resolveu pisar no acelerador.
Aproveitou o dinheiro fácil do mercado mundial e foi buscar a manutenção de altas taxas de crescimento. Investiu na pesquisa e exploração do petróleo descoberto em 1974 na Bacia de Campos, lançou um programa de estímulo ao plantio de soja no cerrado e criou o Próaacute;lcool, destinado a substituir parte do consumo de gasolina. O etanol, o petróleo da plataforma continental e os grãos do cerrado tornaram-se alavancas do progresso nacional.Esse é o lado bom da história. No lado ruim, criou-se a lenda da “ilha de tranqüilidade” e tomou-se gosto pelo endividamento externo a juros camaradas. Ele passou de 12,5 bilhões de dólares no início de 1974 para 50 bilhões em 1979.
Nessa hora veio uma nova “Coisa”. Com a inflação americana a 13%, o presidente do Fed, Paul Volcker, jogou a taxa de juros para cima, levando-a a 21,5% no final de 1980. Resultado: dois anos depois o Brasil quebrou, entrando numa crise que mutilou os sonhos de uma geração Em 1993 um curioso encontrou com Volcker e comentou: “Lendo o seu livro de memórias, fica a impressão de que o senhor quebrou o Terceiro Mundo para salvar a banca americana (que emprestara dinheiro aos emergentes da época)”. Ele respondeu: “Esse era o meu serviço”.
A “Coisa” voltou a rondar a economia mundial, e Volcker, aos 80 anos, é um dos notáveis colaboradores de Barack Obama em sua campanha para presidente dos Estados Unidos. Ele não tem medo de cara feia. Na hipótese de um surto protecionista americano, o Brasil só tem a temer impulsos mágicos como os da Argentina dos Kirchner ou a tese da “ilha de tranqüilidade” da ekipekonômica dos anos 70. Um piripaco no mercado externo pode descarrilhar a economia de Pindorama, que exporta minério e importa trilhos com o dólar na casa dos R$ 1,50. O câmbio como política de controle da inflação quebrou o país em 1999, com uma cotação semelhante à de hoje. Pode-se não saber como será a “Coisa”, mas certamente ela não beneficia países que decidem se desindustrializar. À espera da “Coisa”, a China lançou um programa de construção de 200 cidades de três milhões de habitantes em dez anos. Ou seja, dez Campinas por ano. Isso significa, entre outras coisas, fé no mercado interno. A China não é boba e protegeu sua lavoura contribuindo para melar uma negociação na qual o Brasil concordara em abrir seu mercado industrial em troca de concessões futuras na área agrícola.
Hoje, os livros-texto de História contam com naturalidade que a crise dos anos 70 era inevitável e que uma alta dos juros americanos em 1980 era tão certa quanto o nascer do sol. Quem disser que sabe como será a primeira “Coisa” do século XXI estará num exercício de presunção ou desperdiçará uma oportunidade de ficar rico investindo nas suas expectativas. Uma coisa é certa: em qualquer crise e qualquer tempo, quem contrapôs a teoria da “ilha de tranqüilidade” às ameaças da “Coisa” comprou um lindo mico, como o que subiu no ombro de George Bush.
De olho
O chanceler Celso Amorim desmente os murmúrios de que almeja o lugar de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio. O mandato do francês Pascal Lamy termina no segundo semestre de 2009. A ver.
Mágica
Num lance de prestidigitação, Susan Schwab, a chefe da delegação americana em Genebra, fez desaparecer a bandeira dos Estados Unidos durante o funeral da Rodada de Doha. A responsabilidade pelo desastre caiu no colo da Índia e da China, enquanto os EUA ficaram apenas como coadjuvante. Na realidade, quem embarcou para Genebra levando um muro na bagagem foi a delegação americana.
A senhora Schwab foi casada com um mágico profissional.
Marcadores:
Barack Obama,
Bob Dylan,
Bush,
Celso Amorim,
Elio Gaspari,
Ernesto Geisel,
Kirchner,
Paul Volcker,
Rodada de Doha,
Susan Schwab
Assinar:
Postagens (Atom)