sexta-feira, 14 de maio de 2010

Financial Times: Brasil desafia política externa americana (uau!)


Bom esse artigo do Financial Times de hoje. Deixa bem claro que o Brasil, ao tentar mediar um diálogo com o Irã, está procurando ocupar o espaço que lhe é devido no cenário mundial – mesmo que isso contrarie os interesses dos Estados Unidos.
O jornal britânico cita autoridades americanas reconhecendo que “a tentativa brasileira de seguir um caminho diplomático próprio – assim como esforços parecidos de outras 'potências emergentes', como a Turquia – são um novo desafio para a política externa americana". O FT traz também declaração do embaixador americano no Brasil, Thomas Shannon: "à medida que o Brasil se torna mais afirmativo globalmente e começa a afirmar sua influência, vai bater de frente conosco em novas questões, em novos lugares – como o Irã, o Oriente Médio, o Haiti". Nada mais natural. Afinal, como lembra Samuel Pinheiro Guimarães, nas listas de países com as 10 maiores economias do mundo, as 10 maiores extensões geográficas e as 10 maiores populações, somente Estados Unidos, China e Brasil fazem parte das três.
O Brasil de Lula soube conquistar lugar de destaque, sem arrogância e sem ingenuidade. Hoje mesmo no El País, o presidente mexicano, Felipe Calderón, declara que não se sente nada incomodado em reconhecer a liderança do Brasil e de Lula. E amanhã, o simples fato de Lula estar se reunindo com Ahmadinejad em condições de contribuir concretamente para resolver o imbróglio nuclear tem grande significado para o mundo inteiro.
Por outro lado, criticar a nova política externa brasileira também pode ser natural – natural de quem se sente prejudicado ou de uma oposição rancorosa, agarrada como carrapato a um passado medíocre.
(leia também no site da BBC)