Li na Folha de hoje que Duda Mendonça e Antonio Lavareda são
contra os blocos de meia hora do Horário Eleitoral Gratuito, dizem que “encarecem
a campanha e não são persuasivos”. Acho
que piraram de vez. Não é verdade que os blocos encarecem a campanha. Muito
mais caro seria o formato de inserções pagas como se faz nos Estados Unidos,
onde, como já citei aqui, nomes importantes de Consultoria Política defendem a
propaganda não paga.
O Horário Eleitoral Gratuito é uma excelente forma de
financiamento público de campanha (financiamento que deveria ser ampliado e diversificado). A Folha informa ainda que,
este ano, o H.E.G. custará cerca de 850 milhões de reais aos cofres públicos (isenções
fiscais) e que desde 2002 o valor total chega a 3,6 bilhões de reais – uma ninharia
diante do que se gasta nos Estados Unidos.
Duda e Lavareda defendem a manutenção apenas do formato de
inserções curtas (de 30”, geralmente), e a extinção do formato de blocos. Não percebem
que isso inviabilizaria a grande maioria das campanhas proporcionais e
praticamente tiraria do ar os partidos menores. Ou seja, acabaria
inviabilizando todo o Horário Eleitoral Gratuito e seria um atraso completo.
Lavareda chega a declarar: "Programa
eleitoral em bloco (...) não tem papel de persuasão. Eleitor não presta atenção
e, quando presta, é pouco afetado. Para ser persuadido, o eleitor não deve
estar ciente de que está sob tentativa de convencimento". Como pôde dizer
isso? Primeiro, os blocos informam e têm papel de persuasão, sim. Segundo, a
audiência é alta e o eleitor presta atenção. Terceiro, o eleitor pode ser
motivado, mesmo sem “prestar atenção”. Quarto, para ser convencido, o eleitor
precisa acima de tudo querer ser
convencido. Quinto, mais importante do que causar impacto, é a capacidade da
campanha de motivar o público certo (ver minha postagem abaixo).
Não entendo a posição tomada por esses dois importantes profissionais de marketing político. Parecem que estão desatentos. Ou não estão convencidos do que fazem.
Não entendo a posição tomada por esses dois importantes profissionais de marketing político. Parecem que estão desatentos. Ou não estão convencidos do que fazem.