Militei uns tempos na política do Rio de Janeiro e em 88 fazia parte de um grupo que se aproximou do PT. Havia eleições e Jorge Bittar era o candidato petista para Prefeito do Rio. Como publicitário, propus para a campanha majoritária o tema "Tá na hora de Bittar", que o candidato aceitou imediatamente - mas alguns setores da direção partidária foram contra porque "não falava de socialismo". Depois apresentei um jingle (que fiz em parceria com Fernando Mendes). O produtor Liminha quando ouviu o "monstro" pela primeira vez declarou: "Hayle, isso é tão bom que produzo de graça". E fez isso mesmo, produziu no seu estúdio, "Nas Nuvens". Antes de virar sucesso de campanha, o jingle teve que concorrer com 10 sambas - e o nosso jingle era o único rap... Eram tempos primitivos, comparados com os de hoje. Recursos zero. Todo mundo trabalhando praticamente de graça. Não fiquei o tempo todo na campanha, ainda participei do primeiro dia da gravação do Horário Eleitoral. Recuperei o clip (esqueci o nome da produtora - CVT?), com o jingle censurado em um trecho que falava do "Centrão" dos tempos de Sarney. Recordar é re(vi)ver. Vejam o clip, com apresentação de Paulo Béti.
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sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Bittar 88: recordar é viver
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terça-feira, 4 de agosto de 2009
Horror X Terror: Oposição recebeu o recado de que não sairá dessa como santa
As cenas explícitas de atentado ao pudor que assistimos ontem no Senado foram um divisor de águas. A entrada em cena de Renan e Collor serviu para mostrar que daqui pra frente ninguém mais posará de bom moço impunemente. Ninguém mais poderá faturar eleitoralmente com a estratégia de que o inferno são os outros. Arthur Virgílio e Heráclito Fortes recolheram sua artilharia para ver o que fazer daqui pra frente. Sarney mostrou que tem força. Ao ver a sua “democracia representativa” explicitamente nivelada por baixo, o povo certamente vai sofrer – mas não viverá tão iludido acreditando em histórias da Carochinha, contadas, na verdade, por lobos em pele de cordeiro. A Grande Mídia, claro, tentará provar que não tem nada a ver com tudo isso. Esperamos sair dessa para um Brasil melhor representado no Congresso.
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domingo, 2 de agosto de 2009
A Oposição é a maior interessada na permanência de Sarney
Vamos falar claro: a Oposição estava sem discurso e a "crise Sarney" foi um prato cheio. Se acabasse a crise, de que sobreviveria a Oposição? Ela precisa, portanto, bater insistentemente, dia após dia, sempre lançando novo "escândalo" na praça. Qual o limite para isso? Não haveria limite, se não fossem os prórios escândalos da Oposição. Não valerá a pena continuar empurrando Sarney ladeira abaixo se isso significar levar a Oposição junto. O objetivo é intensificar o máximo esse foco de desgaste e depois saltar fora, em busca de outro. Podem ter certeza, se Sarney conseguir manter-se na Presidência do Senado, a Oposição terá sua culpa nisso.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
A Oposição perdeu – outra vez
Não existiria vitória maior para a Oposição do que a saída de Sarney. Isso deixaria o Planalto extremamente enfraquecido. Junto à opinião pública. No Senado. E entre seus aliados. A eleição de Dilma poderia de fato ficar comprometida. Mas para que o afastamento de Sarney fosse um sucesso oposicionista, faltava um pequeno detalhe: que a Oposição escapasse incólume do mar de escândalos. Mas ela percebeu que os escândalos no Congresso dificilmente limitam-se a um ou outro parlamentar. A situação é tão grave que não dá mais para varrer o lixo para debaixo do tapete – simplesmente porque não se percebe mais nenhum tapete debaixo de tanto lixo. A próxima derrota da Oposição deverá ser na CPI da Petrobras.
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sexta-feira, 3 de julho de 2009
Arthur Virgílio garante a paz no Senado
O “empréstimo” que Arthur Virgílio teria recebido de Agaciel e o cineasta com bolsa na Europa que seria financiada com verba de seu gabinete foram a garantia de paz no Senado, com certeza. Os tucanos entenderam o recado quando Lula falou da “disputa no tapetão” e encolheram o bico. A saída de Sarney significaria uma desgraceira geral para o Senado, com prejuízo em todos os partidos. A Oposição, aliás, poderia ser a maior prejudicada, porque poderia sofrer fortes abalos em sua bandeira “ética”. A 1ª Secretaria “demo” possivelmente também teria muito o que explicar e teria que assumir responsabilidades diante da opinião pública. Nessa história toda, o PT acabou sendo esperto (por incrível que pareça) ao não começar a discussão com um apoio incondicional a Sarney. Deixou a porta aberta para um retorno, em nome da governabilidade, e com isso passou a imagem de não ter “rabo preso”, e de só apoiar Sarney em nome de uma proposta maior para o Brasil. Sarney agora pode retomar a sua história em paz...
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terça-feira, 23 de junho de 2009
Lula e "Os Indefensáveis"
Vamos deixar claro uma coisa: não é Sarney que é "indefensável", é todo o Congresso. Vou mais longe, e diria que é todo o legislativo nacional. Não adianta argumentar que o Senador Fulano é ético ou que o Deputado Sicrano é combativo. Hoje, a percepção geral sobre qualquer parlamentar é negativa. E esse enfraquecimento do legislativo é negativo para a democracia. Lula sabe disso, e sabe também que, na tentativa de se defender, o legislativo vai se agarrar ao executivo, vai querer levar junto pro fundo do poço, principalmente se não houver sinalização de ajuda. Ahmadinejad é outro "indefensável" (como aliás é indefensável qualquer governo teocrático). O nível de repressão está ultrapassando todos os limites da "defensabilidade". Mas Lula, Presidente do Brasil, não pode sair por aí condenando o Irã. Além de negócios, ele tem responsabilidades, tem a política de não-interferência, tem o papel do país no cenário internacional. Nem Obama, presidente do país mais poderoso do mundo, está interferindo. Para usar a linguagem luliana, é como a sugestão de convocar Ronaldo (Ex-Fenômeno) para a Seleção. Isso também é "indefensável". Mas Lula, gente, acima de tudo é curintcha... por paixão e por voto.
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segunda-feira, 20 de abril de 2009
Edson Vidigal e " A Reciclagem dos Coronéis"
Edson Vidigal, acho que já falei aqui, foi meu contemporâneo de Veja, em São Paulo. Depois ele voltou para o Maranhão. Mas não foi com isso que ele ganhou projeção nacional. Vidigal tornou-se Presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e depois, na última eleição, foi candidato - derrotado - a Governador do Maranhão. No segundo turno apoiou Jackson Lago e, evidentemente, está revoltado com a decisão do TSE que tirou Jackson e colocou Roseana Sarney no seu lugar. Vidigal (que no passado também foi Assessor de Comunicação do então Governador José Sarney) enviou o seguinte texto:
A Reciclagem dos Coronéis
A índole democrática da Constituição da República será sempre uma mera percepção acadêmica para fins diversos, inclusive propagandísticos, se o Judiciário pelo equívoco de alguns Juízes recusa vigência a princípios fundamentais como, por exemplo, o de que todo poder emana do Povo que o exerce por meios de representantes eleitos. No caso de cargos providos mediante eleição, como o de Governadores e Vices, cuja legitimidade só pode ser aceita mediante o voto da maioria absoluta dos eleitores, e para isso há que haver tantos turnos de votação quantos forem necessários, vem a Justiça Eleitoral, mais precisamente o Tribunal Superior Eleitoral, em caso de cassação de eleitos, entregando cargos de Governadores e Vices a pessoas que não foram eleitas.
O Estado de Direito Democrático reconquistado no Brasil após décadas de lutas contra o regime militar, que parecia infinito, talvez eterno em sua arrogância, está sendo minado em suas bases pela soberba intelectual de alguns Juízes que parecem não estar entendendo o verdadeiro sentido de cláusulas fundamentais da Constituição da República. O Presidente do TSE, Ministro Carlos Britto, ele próprio um intelectual da academia jurídica sergipana, de onde ascendeu vitorioso e respeitado a uma poltrona no Supremo Tribunal Federal, perora com a segurança de um trilho sobre dormentes de ferrovia, garantindo que o princípio constitucional da legitimidade se resgata com a entrega do diploma de eleito ao segundo colocado, ou seja ao perdedor. A Justiça Eleitoral está reciclando a política dos coronéis. Mais que uma constatação é uma denúncia grave, esta que você lerá, a seguir, no artigo de Fernando Barros e Silva, na Folha de São Paulo, de hoje, sob o título Indústria do Golpismo:
"Ninguém pode, de boa-fé, ser contrário à punição daqueles governantes que corrompem o processo eleitoral. Compra de votos, uso indevido da máquina pública, abuso do poder econômico - são todos comportamentos passíveis de sanções, até mesmo da cassação do mandato, medida que se banalizou, mas de trivial não tem nada. Este é o primeiro ponto.
Segundo: ninguém compromissado com a democracia pode aceitar que a cassação de alguém tenha como consequência a sua substituição por quem foi vencido nas urnas. O segundo colocado não é o próximo da fila, mas o que foi rejeitado pelo voto popular. Não é o reserva do time, é o adversário derrotado. É preciso desvincular o castigo ao corrupto do prêmio ao perdedor.
Não tem sido essa, porém, a interpretação da justiça eleitoral. Suas decisões recentes parecem dar curso a uma nova indústria do golpismo no país, agora com amparo legal. Ainda mal começamos a perceber as consequências políticas desse protagonismo. Há dois meses, José Maranhão (PMDB), derrotado em 2006 por Cássio Cunha Lima (PSDB), assumiu o governo da Paraíba. Agora, Roseana Sarney (PMDB) vem ocupar o cargo de Jackson Lago (PDT) no Maranhão. Falta a esses dois governantes o oxigênio da democracia: legitimidade popular.
Há outros seis governadores na mira do TSE. Se a moda pega, corremos o risco de regredir para um quadro realmente sinistro: quase um terço das unidades da Federação nas mãos de quem foi derrotado nas urnas em 2006. Não por acaso os governantes sub judice vêm de Estados periféricos, onde a disputa pelo poder se trava muitas vezes entre famílias rivais e o aparelho burocrático vive refém do arbítrio, sujeitado ao pessoalismo mais bruta. O caso do Maranhão, a capitania hereditária dos Sarney e seus agregados, é exemplar e joga luz sobre um problema que o ultrapassa. A justiça eleitoral está patrocinando a reciclagem da política dos coronéis."
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