A ABSURDA DISCUSSÃO SOBRE OS EFEITOS POLÍTICOS DA DOENÇA DE LULA!
1. Os humanistas - que têm a pessoa humana como razão e centro dos objetivos políticos - devem se negar a participar de especulações sobre o futuro político em função da doença de Lula. O que cabe é a solidariedade pessoal, a energia de uns e a oração de outros, para que Lula se reestabeleça rápida e plenamente. E nada mais.
2. Até porque os efeitos sobre o imaginário popular - em curto e médio prazos - são imprevisíveis entre os latinos. Vide Argentina recentemente. Vide Brasil de Tancredo. Sendo assim, nem é cristã essa especulação, e ainda é inócua. As energias devem se voltar para a recuperação pronta de forma a que o debate político se dê em seu campo próprio com Lula na plenitude de suas forças. E aí sim as ideias devem ser confrontadas.
3. Mas a coincidência do mesmo mal em líderes em função de governo como Chávez, Lula, Lugo e Dilma, deveria levar a uma reflexão sobre a relação entre o estresse político e a alteração do equilíbrio celular. No caso de Kirchner isso ficou patente, embora não tenha falecido por ocorrência de tumor. Os líderes nos EUA e na Europa cuidam de suas jornadas de trabalho e dos períodos de férias e relaxamento. Aqui, os líderes se jactam por dar publicidade a serem workaholic - trabalhadores compulsivos.
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segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Cesar Maia e a doença de Lula
Cesar Maia fez o texto abaixo no seu Ex-Blog de hoje:
quinta-feira, 7 de abril de 2011
Uma imagem fala mais do que 3.321 palavras
Vamos ser francos – o discurso de Aécio foi muito chocho. E dificilmente poderia ser diferente, já que a oposição encontra-se desprovida de discurso. Não há um único de seus representantes capaz de falar qualquer coisa consistente. E o que é pior: graças ao excelente (e surpreendente) desempenho político de Dilma, a oposição já não conta com o apoio irrestrito da mídia e de amplos setores da classe média. É verdade que ele tentou uma jogada municipalista, defendendo a descentralização da arrecadação dos impostos, mas foi pouco. A postura de Aécio com seu discurso lembra antiga campanha publicitária da locadora Avis, nos Estados Unidos, que, diante da inquestionável liderança da concorrente Hertz, decidiu posicionar-se como “número 2”. Aécio por enquanto quer apenas isso – firmar-se o “principal número 2”. A palavra significativa que ele mais usou (no seu discurso de 3.321 palavras) foi “oposição” (11 vezes), seguida de “ética” (7 vezes) e “Minas/mineiro” (6 vezes). Serra mereceu duas citações, à frente de Alckmin, de Dornelles e até de Tancredo (uma vez cada). Zé Alencar, nada. Itamar, quatro. E Fernando Henrique, três. Lula teve duas. Dilma/presidente quatro. Aécio saiu na frente para ser o número 1 da oposição. E isso na atual conjuntura talvez queira dizer muito pouco. Como disse Lindberg, dirigindo-se a Aécio Neves: "Vossa Excelência é o futuro. Vai liderar esta oposição... Por muitos anos”. Ganhou o Troféu Ironia...
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sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Eleição 2010: o tucano Aécio bateu asas e voou
Segundo a reportagem da Carta Capital que saiu hoje, Aécio está se preparando para fazer o que este Blog vem anunciando há meses: largar de vez a plumagem tucana e pousar em uma oposição de novo tipo. Aécio, claro, já negou, em entrevista a Bob Fernandes, do Terra. Mas Maurício Dias, autor da reportagem, reafirma que ouviu do próprio Aécio, em jantar que teria ocorrido há 15 dias, com testemunhas: "eu vou sair do PSDB". Trecho da entrevista de Maurício Dias ao Terra:
Como disse o próprio Maurício, isso era previsível. Aécio faz tempo não cabe no atual formato tucano. Ele pretende liderar uma oposição de centro-direita ao Governo Dilma e está louco para se ver livre da tucanada paulista. Talvez ele nem precise sair do PDSB, porque o partido necessariamente deixará de ser o que é. As previsões mais recentes deste Blog ocorreram nos últimos 30 dias: Derrotar ou não derrotar Aécio – eis a questão e Está mais do que provado: Aécio apóia Dilma contra Serra.
Terra - Falei com Aécio há pouco, e ele desmente cabalmente.
Maurício Dias - Claro que a reação do Aécio teria que ser essa de ficar bravo, isso cria algum constrangimento para ele, imagino.
Terra - O que mais você conclui nessa sua matéria?
Maurício Dias - Se a gente fosse se mover pela lógica, não há nenhum a novidade em o Aécio sair do PSDB, e é um jeito parecido com o do avô dele, Tancredo, que um dia disse "o meu MDB não é o MDB de (Miguel) Arraes", e daí ele saiu para fundar o PP.
Em tempo, o jantar teria ocorrido na residência do empresário Alexandre Accioly.
Como disse o próprio Maurício, isso era previsível. Aécio faz tempo não cabe no atual formato tucano. Ele pretende liderar uma oposição de centro-direita ao Governo Dilma e está louco para se ver livre da tucanada paulista. Talvez ele nem precise sair do PDSB, porque o partido necessariamente deixará de ser o que é. As previsões mais recentes deste Blog ocorreram nos últimos 30 dias: Derrotar ou não derrotar Aécio – eis a questão e Está mais do que provado: Aécio apóia Dilma contra Serra.
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segunda-feira, 7 de junho de 2010
Túnel Rio-Niterói: deu no Globo... há 50 anos!
Reportagem do Globo de 7 de junho 1960:
O presidente do Comitê Pró-Construção do Túnel Rio-Niterói, Sr. Djalma Nunes, entregou ontem ao governador estudo sôbre a locação da bôca do túnel no Calabouço, do qual constam esquemas de um trevo submarino, o primeiro do mundo, que se destina a distribuir os veículos, procedentes de Niterói, para as zonas Sul e Norte do Rio. Os primeiros entrarão diretamente na Avenida Beira-Mar e nas pistas em construção no atêrro do Flamengo; os da Zona Norte ganharão a Avenida Perimetral.
Era outro mundo ... mas tudo igual. Na mesma edição podemos ver:
Apesar do desmentido do Sr. Abelardo Jurema, dizendo que jamais foi cogitada a anunciada “conferência de cúpula”, confirma-se agora que ela estava realmente sendo preparada. A citada conferência não foi realizada por ter o Sr. Jânio Quadros e recusado a participar da mesma. O sr. Silva Prado seguiu hoje para Brasília, a fim de expor ao ministro da Justiça as razões do Sr. Jânio Quadros, ficando desta forma superados os entendimentos em tôrno da escolha do candidato único. A renúncia de Lott e Ademar seria a nova fórmula com o lançamento de um terceiro candidato, o sr. Tancredo Neves, que teria o apoio do PSP, PTB, PSD, PR, PRP e PRB, além de considerável parcela da UDN.
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domingo, 13 de setembro de 2009
Cesar Maia e a questão regional na escolha do Vice
No seu artigo (“A escolha do vice”) desse sábado, na Folha, César Maia faz duas afirmações que podem ser bem discutíveis. Primeiro ele diz, dando como exemplos os períodos 1946-1960 e 1989-2006, que “a escolha do candidato a vice-presidente da República não tem tido relação com a questão regional”. Não tenho elementos para concordar ou discordar disso e é bem difícil resgatar tudo que foi determinante nas escolhas. É bem possível que ele esteja certo. Até os anos 50, por exemplo, a sofisticação eleitoral ainda não tinha chegado a níveis milimétricos, os meios de comunicação eram rudimentares, o país era outro, as regiões eram outras. Mas isso não quer obrigatoriamente dizer que uma composição entre duas regiões do país não produzisse um efeito agregador, como ele afirma. Temos que lembrar que até a eleição de Jânio as votações de presidentes e vice eram separadas – inclusive, Jango, o vice eleito, compunha chapa com Lott, não com Jânio. Temos que lembrar também que o mapa regional brasileiro era outro: Sergipe e Bahia (hoje no Nordeste) faziam parte da Região Leste e São Paulo (hoje no Sudeste) fazia parte da Região Sul. Pegando como exemplo a eleição de 1950, os votos válidos para Presidente ficaram divididos assim: Norte, 3,20%, Nordeste 21,14%, Leste 38,91%, Sul 33,92%, Centro-Oeste 2,83%. A soma de Leste e Sul era 72,83%, enquanto que a soma dos eleitorados das Regiões Sudeste e Sul, hoje, é 58,55%. A soma de Nordeste e Leste, na época, era 60,05%. A soma de Nordeste e Sudeste, hoje, é 70,60%. Assim, quando Cesar Maia diz que em 1950, apesar do Vice Café Filho ser deputado do Rio Grande do Norte, o foco não era o Nordeste, ele está absolutamente certo, não havia razão para ser como agora: Café Filho (que foi derrotado no Nordeste) fazia parte do acordo com Ademar de Barros, de São Paulo. Nas eleições seguintes (JK-JG e JQ-JG), as dobradinhas vitoriosas eram do eixo Leste-Sul. Depois da ditadura, tudo mudou, o mapa eleitoral é outro. Nas últimas seis eleições presidenciais (incluindo aí a indireta), as chapas vitoriosas foram sempre com a composição Sudeste-Nordeste: Tancredo-Sarney, Collor-Itamar, FHC-Maciel (duas vezes) e Lula-Alencar (duas vezes, e observa-se ainda que Lula, em si, é um traço de união entre Nordeste e Sudeste). As chapas majoritárias sempre formadas por representantes das duas principais regiões do país, eleitoralmente falando. Coincidência? É óbvio que a escolha do Vice não pode se resumir à questão regional. Existem outras questões – talvez até mais importantes – como as ideológicas, de arranjos partidários, de tempo no rádio e na TV, etc. Mas não dá para afirmar tão categoricamente que não existe efeito agregador nas composições regionais. Essas dobradinhas no mínimo servem para reduzir efeitos desagregadores.
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