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domingo, 6 de janeiro de 2013
Quem acha que Fernando Henrique deixou saudades?
No seu artigo de hoje, um pequeno balanço de Ano Novo, Fernando Henrique procura sintetizar o que aconteceu na economia e na política mundiais em 2012. Fez uma boa síntese. Criticou, como Dilma, a enxurrada de dólares americana. Criticou os neoliberais europeus (quem diria!), que “pilotam a economia com rédea de ferro, ortodoxos como ninguém conseguira antes”, sem esquecer de alfinetar a Alemanha, que parece triunfante, mas, na verdade, ficou “capenga pela falta de quem compre as mercadorias que sua produtividade torna baratas em comparação com as produzidas além fronteiras”. Na política internacional, critica a “desastrada intervenção europeia na Líbia”, a revolta fomentada na Síria, a precariedade na questão palestina, a interrogação que paira sobre o Egito e, pasmem, acompanhando o discurso dos governos Lula e Dilma, alerta contra o perigo de uma “solução” nuclear para o Oriente Médio, “pretextando a nuclearização do Irã”.
Fernando Henrique fala do Brasil no bloco final de 129 palavras (13% do total...). Refere-se ao “desapontador ‘pibinho’, que parece desenhar outro apenas melhorzinho para o ano em curso” (16 palavras) e elogia o julgamento do “mensalão” (82 palavras), sem usar esse termo. Nesse final está a essência da estratégia tucana para 2014. Aposta, precipitadamente, no fracasso da política econômica do Governo Dilma e em acusações de corrupção ao PT e Lula. É a estratégia do desespero. Os cardeais da economia tucana escalados para assessorar as propostas político-econômicas de 2014 não têm muito a falar. Dos 8 anos de Governo FHC, dois anos foram de “pibinho” abaixo de 1%: 98, crescimento de 0,04%, e 99, crescimento de 0,25%. No penúltimo ano, 2001, 1,3%, e em 2002, 2,66%. Com relação à inflação, por mais que puxem para si os louros do Plano Real durante o Governo Itamar, os tucanos tiveram muitos problemas durante o Governo FHC É verdade que no último ano do primeiro governo, o IPCA, por exemplo, ficou em 1,6%. Mas nos 4 anos seguintes amargou 8,9%, 6,0%, 7,7% e 12,5%. O saldo da balança comercial, então, nem se fala – foi negativo de 95 a 2000! Só nos dois últimos anos é que teve saldo positivo, 2,6 milhões de dólares em 2001 e 13 milhões em 2002 – ainda bem abaixo do pior ano dos governos do PT, que teve um saldo positivo de 19,4 milhões de dólares. Com relação às acusações de corrupção, se a balança da justiça for minimamente equilibrada (coisa que não acredito), poderá ficar tudo zero a zero com o “mensalão tucano”. Claro que a oposição tucana ainda conta com o apoio da grande mídia e da classe média conservadora. Mas isso já se mostrou insuficiente nas últimas eleições municipais. Com relação aos tucanos, o eleitor brasileiro mais uma vez vai votar com o sentimento que Fernando Henrique escolheu para título do seu artigo: “Sem saudades”.
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quinta-feira, 7 de abril de 2011
Uma imagem fala mais do que 3.321 palavras
Vamos ser francos – o discurso de Aécio foi muito chocho. E dificilmente poderia ser diferente, já que a oposição encontra-se desprovida de discurso. Não há um único de seus representantes capaz de falar qualquer coisa consistente. E o que é pior: graças ao excelente (e surpreendente) desempenho político de Dilma, a oposição já não conta com o apoio irrestrito da mídia e de amplos setores da classe média. É verdade que ele tentou uma jogada municipalista, defendendo a descentralização da arrecadação dos impostos, mas foi pouco. A postura de Aécio com seu discurso lembra antiga campanha publicitária da locadora Avis, nos Estados Unidos, que, diante da inquestionável liderança da concorrente Hertz, decidiu posicionar-se como “número 2”. Aécio por enquanto quer apenas isso – firmar-se o “principal número 2”. A palavra significativa que ele mais usou (no seu discurso de 3.321 palavras) foi “oposição” (11 vezes), seguida de “ética” (7 vezes) e “Minas/mineiro” (6 vezes). Serra mereceu duas citações, à frente de Alckmin, de Dornelles e até de Tancredo (uma vez cada). Zé Alencar, nada. Itamar, quatro. E Fernando Henrique, três. Lula teve duas. Dilma/presidente quatro. Aécio saiu na frente para ser o número 1 da oposição. E isso na atual conjuntura talvez queira dizer muito pouco. Como disse Lindberg, dirigindo-se a Aécio Neves: "Vossa Excelência é o futuro. Vai liderar esta oposição... Por muitos anos”. Ganhou o Troféu Ironia...
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terça-feira, 29 de março de 2011
Pesquisa Mitofsky: Dilma está melhor do que Obama
(clique nas imagens para ampliar)
Dilma realmente tem surpreendido. Soube ser “a candidata de Lula” e agora está sabendo ser “perfeita complementar de Lula”, conquistando as parcelas da classe média e da mídia que sempre foram hostis a Lula (que continua garantindo para seu governo apoio das faixas mais populares). Ninguém em sã consciência poderia esperar que Dilma obtivesse os mesmo índices do final do governo passado. A não ser, talvez, Cesar Maia, que na semana passada tentou provar que seria negativo o seu índice de 47% de “ótimo/bom” na avaliação de 3 meses do Datafolha. Ele chegou a afirmar que “em geral, a avaliação de um governo é maior que a intenção de voto em campanha, pois nessa intervém a ação de seus concorrentes”. Nas eleições pós-ditadura isso só ocorreu (ver quadro abaixo) no caso de Collor (26% de intenção de voto no primeiro turno), em uma eleição atípica, com 21 candidatos. Collor teve 36% de “ótimo/bom” na avaliação Datafolha de início de Governo. Depois disso, todos os eleitos tiveram avaliação de início de governo inferior à intenção de voto – sendo que todos eles (incluindo Collor e Itamar) apresentaram índices de avaliação abaixo de Dilma. Não podemos esquecer ainda que as piores avaliações foram de Fernando Henrique. Contra tudo e contra todos, Dilma está com avaliação excelente. Ela bem que poderia ter contado o segredo para Obama...
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segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Fernando Henrique tá doidão
Depois de passar 2.922 dias sendo derrotado diariamente e impiedosamente por Lula, Fernando Henrique resolveu botar os caninos de fora. Aparece em tudo que é lugar para falar de qualquer coisa. De certa forma, ele está certo, já que o partido que inventou está em processo de extinção e ele se agarra com unhas e dentes na tentativa de salvá-lo. O seu alvo principal, claro, é Lula (que no momento tira merecidas férias, longe do fel efehenriqueano), chegando a (re)afirmar, em entrevista que saiu hoje no Globo, que o que houve de errado no final do seu governo foi fruto do pânico que o mercado tinha com a chegada de Lula. Se seu governo era tão bom assim, por que não conseguiu eleger seu sucessor? E por que será que era tão mal avaliado, bem antes de Lula transformar-se em ameaça? Mas FHC também procura dar pitaco no novo Governo Dilma. Tenta desacreditar exatamente aquilo que serviu de lição para ele, a economia estabelecida por Lula. Tenta criticar Mantega e fala obviedades sobre a equação commodities/manufaturados. Em política externa, o defensor dos pés descalços e cabeça baixa diante dos Estados Unidos é um fiasco completo nas opiniões, apesar (ou será por isso mesmo?) de ter sido Ministro das Relações Exteriores de Itamar. Mostra-se amuado com a postura cabeça erguida que o Brasil tomou nos últimos anos e repete a ladainha americana de que o Brasil não deveria ter buscado (brilhantemente, diga-se de passagem) um acordo entre Irã e Ocidente. No seu afã de ocupar espaço a qualquer custo, começou a discutir o mercado da droga. Chose de loque! Mas, pensando bem, até que não está sendo incoerente – afinal o seu governo acabou sendo uma grande droga.
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domingo, 13 de setembro de 2009
Cesar Maia e a questão regional na escolha do Vice
No seu artigo (“A escolha do vice”) desse sábado, na Folha, César Maia faz duas afirmações que podem ser bem discutíveis. Primeiro ele diz, dando como exemplos os períodos 1946-1960 e 1989-2006, que “a escolha do candidato a vice-presidente da República não tem tido relação com a questão regional”. Não tenho elementos para concordar ou discordar disso e é bem difícil resgatar tudo que foi determinante nas escolhas. É bem possível que ele esteja certo. Até os anos 50, por exemplo, a sofisticação eleitoral ainda não tinha chegado a níveis milimétricos, os meios de comunicação eram rudimentares, o país era outro, as regiões eram outras. Mas isso não quer obrigatoriamente dizer que uma composição entre duas regiões do país não produzisse um efeito agregador, como ele afirma. Temos que lembrar que até a eleição de Jânio as votações de presidentes e vice eram separadas – inclusive, Jango, o vice eleito, compunha chapa com Lott, não com Jânio. Temos que lembrar também que o mapa regional brasileiro era outro: Sergipe e Bahia (hoje no Nordeste) faziam parte da Região Leste e São Paulo (hoje no Sudeste) fazia parte da Região Sul. Pegando como exemplo a eleição de 1950, os votos válidos para Presidente ficaram divididos assim: Norte, 3,20%, Nordeste 21,14%, Leste 38,91%, Sul 33,92%, Centro-Oeste 2,83%. A soma de Leste e Sul era 72,83%, enquanto que a soma dos eleitorados das Regiões Sudeste e Sul, hoje, é 58,55%. A soma de Nordeste e Leste, na época, era 60,05%. A soma de Nordeste e Sudeste, hoje, é 70,60%. Assim, quando Cesar Maia diz que em 1950, apesar do Vice Café Filho ser deputado do Rio Grande do Norte, o foco não era o Nordeste, ele está absolutamente certo, não havia razão para ser como agora: Café Filho (que foi derrotado no Nordeste) fazia parte do acordo com Ademar de Barros, de São Paulo. Nas eleições seguintes (JK-JG e JQ-JG), as dobradinhas vitoriosas eram do eixo Leste-Sul. Depois da ditadura, tudo mudou, o mapa eleitoral é outro. Nas últimas seis eleições presidenciais (incluindo aí a indireta), as chapas vitoriosas foram sempre com a composição Sudeste-Nordeste: Tancredo-Sarney, Collor-Itamar, FHC-Maciel (duas vezes) e Lula-Alencar (duas vezes, e observa-se ainda que Lula, em si, é um traço de união entre Nordeste e Sudeste). As chapas majoritárias sempre formadas por representantes das duas principais regiões do país, eleitoralmente falando. Coincidência? É óbvio que a escolha do Vice não pode se resumir à questão regional. Existem outras questões – talvez até mais importantes – como as ideológicas, de arranjos partidários, de tempo no rádio e na TV, etc. Mas não dá para afirmar tão categoricamente que não existe efeito agregador nas composições regionais. Essas dobradinhas no mínimo servem para reduzir efeitos desagregadores.
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