terça-feira, 26 de junho de 2007

Cesar Maia e a segurança

Cesar Maia, Prefeito do Rio de Janeiro, vive hoje o dilema sobre o tema principal de suas próximas campanhas eleitorais. Certamente já se decidiu pela tema "realização", aproveitando-se das obras que o Rio ganhou em função do Pan 2007. Mas ele não pode largar mão do tema "segurança", que é uma de suas marcas prediletas (bem lacerdista) e também porque está de olho nas pesquisas que apontam "segurança" como maior problema da cidade para mais de 50% dos cariocas. Ele também está antenado na vitória deste fim de semana de Mauricio Macri para Prefeito de Buenos Aires, com 60% dos votos válidos no 2º turno, concentrando sua campanha em lei e ordem. No seu Ex-Blog de hoje faz mais interessantes comentários sobre segurança:
CRIMINALIDADE NO RIO! TOTAL DE DELITOS E MORTES VIOLENTAS! 1. Este Ex-Blog tem insistido que a sensação de insegurança não está nas mortes violentas. Essas, somando os homicídios, latrocínios, agressões seguidas de morte, somam 3 mil ao ano, no Rio-Capital. Um número enorme, mas que representa 1% dos delitos cometidos no ano. Esses 99% é que constroem a percepção de violência e insegurança, claro, multiplicada pelas imagens rotineiras de mortes violentas. Ninguém aconselha a ninguém, a usar um colete a prova de bala quando vai a rua, mas, a não levar dinheiro, bolsa, celular, jóias, ou a cuidar dos mesmos.(Comentário fraco, esse que ele faz sobre "coletes". Ninguém aconselha usar coletes, mas todo mundo aconselha evitar certas ruas, certos horários, certas situações, para escapar de balas perdidas ou de assaltos mais violentos.) 2. Paradoxalmente quando se compara a criminalidade - excluídas as mortes violentas - do Rio com outras grandes cidades brasileiras, a posição se inverte, como nos casos de S. Paulo e Belo Horizonte, sendo que com esta última, mesmo as mortes violentas se equivalem ponderadas pela população (100 mil habitantes). 3. Em 2005 foram registrados 295.935 delitos no Rio-Capital. Em 2006 foram registrados 310.245. E nos primeiros meses de 2007 a tendência é de um aumento de 4 a 5% sobre 2006. 4. Usando 300 mil como parâmetro, estamos falando de 25 mil delitos por mês, ou uns 830 por dia ou 35 por hora. Como os delitos que não mortes violentas, se concentram durante o dia poderíamos, falar de 52 por hora num dia de 16 horas ou quase um por minuto. 5. Se ponderarmos o total dos delitos pela população -digamos por 10 mil habitantes- e usando a população do Rio-Capital de 6 milhões de habitantes quase fixa, temos em 2005 um total de 493 por 10 mil habitantes. Em 2006 tivemos 517, tendendo em 2007 para 540. 6. Duas recentes pesquisas de opinião em Buenos Aires-Capital mostraram que em torno de 65% dos portenhos respondem que segurança publica/violência é o maior eixo de problemas na cidade. Quando comparamos o numero de homicídios do Rio e de Buenos Aires por 100 mil habitantes, o Rio tem 40 por 100 mil e Buenos Aires tem 5 por cem mil. Uma enorme diferença. 7. Mas quando comparamos a soma total de delitos registrados, Buenos Aires em 2005 anotou 195.225 delitos, ou 703,2 por 10 mil habitantes. Isso explica porque a sensação de insegurança lá é igual ou maior do que a do Rio. As pesquisas sobre vitimização no Rio, Belo Horizonte e SP, mostram que a sensação de insegurança em BH e SP é maior que no Rio. A razão é a mesma: uma proporção de delitos que não mortes violentas, maior do que a do Rio. 8. Os números, todos eles, são trágicos, claro. Mas pelo menos nos ensinam que as polícias deveriam tratar os "demais delitos" como o ponto fulcral da percepção de insegurança e de violência. E ampliar em muito o patrulhamento nas ruas. E - quem sabe - passar às grandes cidades - por emenda constitucional - o patrulhamento e a repressão aos pequenos delitos ou "delitos de rua".