terça-feira, 12 de junho de 2007
Política e elos familiares
Os políticos estão inevitavelmente "contaminados" pelo que fazem ou dizem seus familiares - seja para o bem, seja para o mal. São exemplos que estão em toda parte do mundo, em todas as épocas. Podemos lembrar do estorvo para Fidel ter sua própria irmã fazendo oposição à Revolução Cubana. Temos a lembrança do estrago que Pedro Collor fez ao irmão Fernando Collor, decisivo para sua queda. Lembro ainda que em 92, no segundo turno da campanha para Prefeito do Rio, o irmão de Cesar Maia teria entrado na produtora da campanha de Benedita disposto a gravar graves denúncias contra o irmão-candidato - o que poderia ter invertido o resultado nas urnas (mas, segundo consta, o PT teria agido com serenidade e não veiculou as denúncias por falta de comprovação). Vemos também com muita freqüência as denúncias de nepotismo. Ou outros tipos de favorecimentos, como os que teriam sido feitos (sem comprovação) ao filho do presidente. E agora estamos vivendo essas histórias ridículas do Vavá. Não há como um político - mesmo que não queira - evitar interferências familiares em seu trabalho. A proximidade umbilical do poder sempre valoriza um possível lobbismo e é muito difícil o parente descartar o poder obtido indiretamente. Aos políticos sérios, cabe criar mecanismos cada vez eficientes que o protejam dos desvios familiares e aos que se apressam em encontrar ligações perigosas nos parentescos políticos sugerimos serenidade - em defesa do bem público.