domingo, 17 de fevereiro de 2008

Eleição 2008: as indefinições de São Paulo e do Rio

Em São Paulo, a indefinição dos candidatos a Prefeito parece ser muito mais do noticiário do que dos partidos. Alckmin, Marta e Kassab devem mesmo disputar com chances de vitória. É verdade que as chances estão mais próximas de Alckmin e Marta do que de Kassab, segundo a Pesquisa Datafolha divulgada hoje. Alckmin tem 29%, Marta 25%, e Kassab 12%. Na simulação de segundo turno, Alckmin vence tanto um quanto outro, Marta vence Kassab e este, obviamente, não vence nenhum nem outro. Parece que vai ser mesmo a velha disputa PT x PSDB. No Rio, há três pontos de indefinição: 1) o PMDB terá candidato próprio? 2) Quem será o candidato do PT? 3) Qual o papel de Wagner Montes, do PDT? O atual Prefeito aposta tudo na aliança de seu DEM (ex-PFL) com o PMDB, sob o patrocínio do ex-Governador Garotinho (PMDB) e do Deputado Picciani (PMDB). Mas o Governador Sérgio Cabral (PMDB) não aceita de forma alguma a aliança e pretende lançar Eduardo Paes (ex-pupilo de César Maia e hoje tido como inimigo). De fato, essa aliança só interessa ao DEM, que com ela pode anular a força do PMDB (o maior partido do Estado) e tentar a sorte com Solange Amaral. Dizem que o interesse do Deputado Picciani é colocar o seu filho, o Deputado Federal Leonardo Picciani, como Vice de Solange. Mas ao PMDB nada pode interessar, nem mesmo a contrapartida de alianças em outros municípios, onde o DEM é completamente desprovido de voto. No lado do PT, a saída do Deputado Federal Edson Santos (virou Ministro) da disputa teria facilitado as coisas para o pré-candidato Deputado Alessandro Molon, mas ao mesmo tempo estaria reacendendo a disposição de Benedita da Silva para disputar a eleição, seu velho sonho. E por último temos o caso do Deputado-Apresentador de TV Wagner Montes, que lidera as pesquisas, seguido de perto pelo Senador-Bispo Marcelo Crivella. Dizem que a candidatura dele não é pra valer, que ele será Vice de Crivella ou de Molon ou que não se candidatará a nada. Ele corre em faixa bem popular, tirando votos de Crivella (mas não precisa ser seu Vice para devolver os votos, basta ficar de fora). Não é uma candidatura forte - apesar de liderar -, mas pode atrapalhar os planos de muita gente. Nesse quadro, apostar na vitória de quem quer que seja seria insanidade. Só nos resta aguardar as negociações entre os caciques.