“Quero uma França mestiça", gritou Ségolène Royal, a nova candidata do Partido Socialista Francês para as eleições presidenciais deste ano. Com o lançamento de sua campanha, os socialistas ganham novo alento e os franceses em geral podem esperar mudanças profundas no seu dia-a-dia. Já era hora. O berço do racionalismo vive um dos seus momentos mais irracionais, com inúmeros conflitos sociais, desemprego, violência juvenil, conflitos raciais, desordem em geral, com 7 milhões de franceses mal sobrevivendo com o salário-mínimo e com dois milhões de crianças na pobreza. “Diversidade é uma sorte, a nossa sorte”, disse a candidata, que anunciou um “pacto presidencial” que promete muito. Por exemplo, 25% por cento no aumento do salário mínimo (de 1.250 para 1.500 euros). Tratamento de saúde grátis para os menores de 16 anos. Distribuição gratuita de métodos contraceptivos para menores de 25 anos. Plano massivo de qualificação profissional. Novo esquema das escolas para favorecer a mistura social em vez de consolidar guetos. ("A França não é mais o país branco e homogêneo do passado” lembrou ela). Enquadramento de jovens delinqüentes, com serviço militar ou trabalhos humanitários. Limite de 25% do salário por toda a vida no valor dos aluguéis para pessoas com baixos salários, como forma de vencer a crise da habitação. Ségolène disse que a França precisa voltar a crescer, que pretende também transformar a França num país de excelência ambiental e, até 2020, com 20% do consumo de sua de fontes renováveis (a França tem 76,4% de sua energia de origem nuclear; no Brasil, quase 50% da energia elétrica distribuída no Estado do Rio de Janeiro são de Angra I e II, correspondendo a 1,5% do total nacional). “O tempo da audácia e da imaginação chegou”, disse a candidata para delírio de seus simpatizantes e alegria do povo francês. Leia mais no Le Monde, no Libération e também o texto da correspondente Deborah Berlinck para O Globo.
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
Ségolène traz mais cor para o povo francês
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