terça-feira, 29 de maio de 2007
A verdade sobre Renam
Renam resolveu entender as acusações que envolviam seu nome com corrupção como se fosse simplesmente uma questão de vara de família. Uma confusão entre Mônica e Verônica, essa foi a tônica. Duvido que alguém em plenário tenha acreditado no seu discurso - nem Mônica (a jornalista mãe) nem Verônica (a esposa traída). Mas, ontem, no plenário e nos depoimentos das diversas correntes políticas, isso não tinha a menor importância. O importante era pôr panos quentes na questão mais explosiva deste ano. Não interessa a ninguém que o caso Renam siga pipocando neste campo minado da política. Ao governo não interessa perder um elo fundamental de sua coligação. À oposição interessa conquistar de vez o coração do Presidente do Senado. E, principalmente, todos temem que, se ninguem colocar um fim nisso tudo, acabe sobrando imbroglio para todos - parlamentares, ministros, juízes, promotores, policiais, etc. A verdade é que este não é o momento de se falar a verdade. Os escândalos são tão poderosos, ameaçam de tal forma a confiança nas instituições, que não há quem deseje um avanço mais profundo nas investigações e nas acusações. Ao se fazer uma limpeza ética, teme-se, a própria democracia pode ser varrida. O que não deixa de fazer sentido. Renam sabe muito bem disso tudo. E sabe também que é no medo de verdades que está sua salvação política.