segunda-feira, 2 de julho de 2007
Guerra e Paz no Alemão
No sábado passado, fiz uma postagem (O Complexo do Alemão e a lógica da guerra) que mereceu um comentário indignado da leitora Vera, que disse: "se sabe fazer melhor, vai lá e faz, ora!" (ver texto completo na área de comentários). Já me desculpei, porque não pretendo de forma alguma ser uma espécie de "doutor sabe-tudo", principalmente sobre a melhor maneira de invadir o Complexo do Alemão. Na verdade, não pretendia na minha postagem ditar regras sobre técnicas de invasão. O que fiz foi tomar posição contra a "lógica da guerra" e a favor da "lógica da pacificação". Aproveitei depoimentos de pessoas altamente capacitadas e com experiência específica do local para defender a ocupação permanente do Alemão, feita pela Força Nacional e seguida de invasão social - sem provocações que acentuem o clima de guerra, principalmente nesse "momento PAN". Hoje, no seu Ex-Blog, Cesar Maia toca em ponto semelhante, quando critica a operação que "não pode avançar, pois não tem plano de ocupação que se sustente (...) e não pode recuar, pois significaria um fracasso e enorme desgaste em menos de seis meses de gestão na área de segurança". Não acredito que não haja plano de ocupação, mas concordo com Cesar Maia que o recuo seria extremamente negativo. Para mim, é muito importante que se ganhe a "guerra", sem os estímulos desnecessários ao clima de guerra, como o do "rambo" que fuma charutos, ou as provocações de membros da Força Nacional, convidando o bandido a descer para morrer (O Globo) ou mesmo como as declarações precipitadas de invasão da Rocinha, Maré e outras comunidades. Mas do que guerra, o Alemão - e todo o Rio de Janeiro - precisa de paz.
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